Locke

Começo meus olhares deste primeiro domingo de fevereiro, recorrendo ao filósofo inglês, John Locke (1632-1704), autor de significativas obras do pensamento universal, muitas delas associadas ao liberalismo. Alguns intelectuais atribuem a ele a paternidade dessa ideologia, porém, vários desses sujeitos se quer percorreram de ponta a ponta, por exemplo, o clássico Segundo tratado sobre o governo civil. É justamente dessa obra que retirei um pequeno, porém significativo trecho para pensar o hoje, já que ele escreveu o tratado no século XVII. O escopo é compreender um quantum de determinados acontecimentos para os quais se busca uma hermenêutica no afã de tentar desvirtuar a interpretação dos fatos, contra os quais não se tem argumento, apenas o cumprimento da sentença aplicada pelos magistrados.

Legislação

Segundo ele, “a finalidade da lei não é abolir ou conter, mas preservar a liberdade”. Ou seja, a legislação foi edificada, no entender do pensador inglês para que os homens pudessem continuar sendo livres, entretanto, é preciso observar que objetiva-se a fazer com que um agente público, conforme externei em outro lugar, não use determinados preceitos consubstanciados com uma interpretação enviesada dos códigos, segundo o qual a tal da liberdade lhe permite tudo. Neste sentido, me parece que a grande problemática do Brasil é sempre buscar distorção de determinados acontecimentos para lá na frente se beneficiar, não das consequências, mas da falta de cidadania dos brasileiros que, apesar de votarem e serem livres para fazê-lo, não apresentam um mínimo de coerência em suas escolhas e trocam suas consciências quase que política por quem lhes garantam, mesmo no âmbito do discurso, pão e segurança, como apontaram os prosadores Fiodor Dostoievski e Emile Zola dentro de suas respectivas realidades sociais.

Prevenção

Bom! Deixando o pensamento de John Locke e o seu liberalismo para outro momento, enfoco aqui o trabalho que a Associação Unidos pela Vida – agora acrescido da administração do programa Casa Abrigo – já iniciou os preparativos para dar sequência no projeto Mudança de paradigma da realidade social, que integra o programa “Ainda é tempo”. A nova etapa será realizada em 2017 e a expectativa dos profissionais que atuam na execução do mesmo é a de que os trabalhos alcancem os resultados das edições anteriores, ou seja, reduzir a volta ao crime de menores infratores que, em virtude de estarem em litígio com a lei se encontram cumprindo medida socioeducativa, conforme prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) precisam passar por determinadas atividades objetivando seus retornos ao convívio social. O percentual daqueles que não reincidem nas práticas delituosas enquanto menores, é significativo, demonstrando que o trabalho realizado até agora tem dado resultado.

Conhecimento

Sendo assim, me parece que seria interessante o pessoal da área social da administração pública – que recentemente cantou em prosa e verso a ação de retirada dos esmoleiros que ficavam na antiga estação ferroviária transformando-a numa micro favela – deveria conhecer mais de perto o projeto que há cinco anos é executado pela Unidos pela Vida. A meta consiste em auxiliar os assistidos e seus familiares a reconstruírem as pontes que foram danificadas em algum ponto do passado, tendo como consequência, o envolvimento dos filhos com o mundo do crime, mais especificamente com o tráfico de drogas ou delitos associados ao consumo de entorpecentes. Há vários fatores para que isso venha ocorrendo com muita frequência, entretanto o fato não pode ser visto apenas como um fenômeno local, contudo, é preciso se atentar para o problema de Penápolis e equacioná-lo e não jogá-lo para debaixo do tapete ou fingir que não é com ele e sim em outro departamento.

Sucesso

Esse é um universo muito explorado por diversos políticos ávidos pelos votos dos incautos – esse quadro só vai ser alterado quando o cidadão souber o valor e a força do voto -, mas enquanto isso, eu abordarei fatos que deixam esperançosos algumas pessoas, principalmente os familiares, como é o caso do estudante Matheus Curiel – foi meu aluno de Filosofia no cursinho Pré-vestibular da escola UP-Objetivo – que conseguiu ingressar no curso de Biologia da UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul). É preciso enfatizar que o mais novo calouro de Penápolis estudou em escola pública e só fez cursinho através de uma série de circunstâncias, entre elas trabalhar na empresa do meu amigo Claudio Parisi. Quando Matheus me informou sobre a sua conquista, recordei o meu ingresso em 1990 no curso de Ciências Sociais na UNESP – campus de Araraquara – e o parabenizei – coisa que faço novamente aqui -, pois sei como é dura a vida daqueles que, não nascendo em berço de ouro, como se diz no jargão popular, batalha e luta para conquistar o seu lugar ao sol cônscio de que só vence aqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.

Política

E por fim, não dá para deixar a seara política para outro momento, ainda mais agora que a cidade é governada por um prefeito interino e o zum-zum interpelativo corre solto, segundo o qual, quem seria o ser que mexe os trebelhos para que Rubens Bertolini escolha o séquito de secretários – sem consultar o seu partido, o Solidariedade -, depois de dar um xeque, para não dizer, xeque-mate no grupo político que acaba de apear do poder, por talvez acreditar em presunçosas verborragias eleitoreiras. Mas, mudando de pato para ganso, contudo continuando nesse ambiente, informação extraoficial dá conta de que no próximo dia 7, a diretoria estadual do Solidariedade, mais o presidente paulista da legenda, Davi Martins, estará em Penápolis para uma reunião com os filiados, entre eles Bertolini. Parece-me que a temática da reunião será justamente para colocar em pratos limpos o porquê Rubinho não acompanhou o posicionamento do diretório local que era o de permanecer com o grupo que venceu o pleito – mas não levou -, portanto, ter votado em Ivan Sammarco (PPS) para presidente da Câmara e não sair em voo solo, porém vitorioso! O zum-zum na praça política é de que o prefeito tenta conversar com uns dos fundadores do Solidariedade em Penápolis, contudo, o diálogo não deverá acontecer antes do encontro de terça-feira. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br, gilcriticapontual@gmail.com, social@criticapontual.com.br, www.criticapontual.com.br.