Olhar Crítico

Reconstrução

Dentro da proposta de se reconstruir enquanto legenda, já que sofreu um grande baque com as repercussões dos problemas que o partido teve no plano nacional – e isso não é novidade para ninguém – o PT penapolense trabalha arduamente para se constituir enquanto via de acesso – não hoje, mas bem que pode ser, mas tudo depende -, entretanto quem sabe num futuro não muito distante. Isso é natural e faz parte do mundo da política, no entanto, é preciso saber quais são os cacos que estão dispostos a se juntar e tentar edificar um novo vaso, sem ranhuras, desfazendo o refrão daquela música antiga do Hermes Aquino, “Nuvem passageira”, em que ele diz que a vida seria como um cristal que se quebra quando cai. Desta forma, a agremiação caiu na tentação mefistofélica e se lambuzou com os corruptos que condenou no passado!

 

Legislativo

Tendo essa abordagem como premissa, entendo ser significativo informar aos leitores dos meus olhares dominicais que o vereador Zeca Monteiro, seguindo as determinações do TCE, da Lei da Ficha Limpa e da Lei 64/90, está inelegível. Portanto, mesmo que quisesse figurar como vice do atual pré-candidato do PT, Adão Rodrigues, não poderia fazê-lo. Contudo, a perspectiva petista é que o ex-vice-prefeito num dos mandatos do ex-prefeito João Luís dos Santos –coordenará juntamente com Lourival Rodrigues dos Santos a reconstrução da legenda via eleições deste ano – consiga se desvencilhar dos visgos que a legislação lhe impôs e também as sentenças do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, conforme já reiteramos aqui várias vezes, e possa comandar o séquito de postulantes a um dos 13 cargos da Câmara Municipal, juntamente com a caravana do PSOL.

 

Salvo-conduto

Informações, obtidas por este colunista junto à cúpula petista, dão conta de que Zeca Monteiro trabalha para conseguir um salvo-conduto da Justiça Eleitoral para poder disputar a própria reeleição ao legislativo local. Enquanto a coisa caminha nos corredores dos Tribunais de Justiça, o seu PT desdobra para fazer pelo menos três cadeiras na Câmara. Sabe-se que hoje existem dois, mas bem que poderiam ter sido três mosqueteiros, caso o atual presidente da casa do povo, Alexandre Gil de Melo não se deixasse levar pelo canto da sereia entoado pelo PSD e pulasse o muro para se enfileirar com o ex-presidente da Câmara, Caíque Rossi. Mas ai não é com este colunista e sim com os homens públicos que querem continuar mais quatro no assento em que estão e, talvez por isso que o ex-petista desistiu de embarcar na canoa do, até então, o primeiro a se lançar pré-candidato à sucessão do atual arauto. Durmam com essa barcaça que caminha para o naufrágio, cujos tripulantes podem se alinhar a Robinson Crusoé e seu amigo “Sexta-feira”!

 

Solitário

E já que o assunto é o primeiro pré-candidato a sucessão do atual prefeito, sabe-se que na semana que terminou, ele buscou de todas as formas ficar de pé, com medo de repetir a célebre frase do ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello: “não me deixem só”! Primeiro, foi procurar o PV para uma parceria, chegando inclusive aceitar ser vice numa futura chapa com Ricardo Castilho, o atual vice-prefeito, contudo, não teve dança, se quer baile, mesmo porque o salão que abrigaria o bailado não comportaria alguns integrantes dos Verdes e os desafetos de algumas lideranças do PV. Então a orquestra regida pelos correligionários do PV se recusou executar a música preferida pelo arauto do PSD. Dizem no jargão popular: “quem bates esquece, mas quem apanha, não!”. Desta forma, o entrave maior para que o PSD e o PV formassem um par no baile eleitoral de logo mais em outubro, foi três ou quatro congregados ao partido do Caíque Rossi que não desce na goela daqueles filiados que ajudam diariamente a reconstruir o Partido Verde.

 

Convenção

Mas de qualquer forma, até o momento em que está coluna era confeccionada, o PSDB se preparava para vaticinar o nome do seu atual arauto e alcaide penapolense como sucessor de si mesmo, desde que o povo assim o desejar e as leis permitirem hermenêuticas para lá de complexas. Mas alguns acreditavam que, diante da recusa de Alexandre Gil abraçar a candidatura majoritária de Caíque Rossi, o “jovem político” fazia sua via sacra em busca de guarida política, pois o seu sepulcro estava sendo escavado na seara penapolense. Parece-me que ele tinha informações de que o seu calvário será grande nos próximos dias, para não dizer, campanha: sai ou não sai? Se sair, o cadafalso pega! Se desistir, dá um tiro no pé! Eis a dúvida cruel, como dizia Shakespeare: “ser ou não ser, eis a questão”!

 

Afoito

Muitos dizem que o jovem promissor político foi muito afoito, ou seja, com muita sede ao pote do poder e arrebanhou à sua seara muito político que se crê bom de voto, mas se esqueceu de fazer parceria com outras legendas. Por exemplo, ao trazer para o seu partido o professor-doutor Roberto Rillo Bíscaro, não observou que, antes de ter ao seu lado ex-candidato a deputado estadual, era interessante tê-lo juntamente com o seu partido o PC do B – este por sinal está fechado com o PT e acatará que o vice na chapa-puro sangue seja mesmo o professor Nevil Reis Verri – eis os petistas que, diante da crise moral e ética pela qual passa a legenda, arregaçam as mangas e vão para a luta! Entretanto, agora, como se diz no jargão popular: “Inês já é morta” e ao que tudo indica, Caíque Rossi poderá ter que atravessar a ponte do Maria Chica e pedir a bênção novamente para o seu criador, como se o homem – o anjo caído – pedisse redenção ao seu criador.

 

Sacramento

É preciso ter claro que, quando os leitores acessarem esses aforismas muita coisa já pode ter mudado, mesmo porque na noite de sexta-feira o PSDB faria a sua convenção e sacramentaria a parceria com o PMDB, mas muitos queriam saber como é que ficará o seu partido e o coligado, caso o atual prefeito que se apega a ideia de liminar, não conseguir convencer os togados das leis eleitorais que não infringiu nenhum dispositivo dos códigos vigentes: a lei 64/90 e a lei da Ficha Limpa? O que dirá então da sentença do Tribunal de Justiça? Confesso-te, caro leitor dos meus aforismas, que ainda não sei, mas se eu soubesse, com certeza, vos diria, contudo, para o momento, convém apontar que se um cidadão disputará o cargo máximo dependurado numa liminar, é porque há algo de ruim no reino da Dinamarca, todavia, essa problemática já não é com esse que vos escreve e sim com os eleitores acostumados a acreditar, assim como Prometeu, que no dia seguinte, a ave de rapina não viria para lhe devorar a parte do fígado que se regenerou.

 

Postulantes

Sem apelar para a mordacidade, encerro o expediente hoje, acreditando que teremos cinco candidatos a prefeito, mas como o mundo da política é semelhante às nuvens daquela canção entoada na década de 70 do século passado por Hermes Aquino, “passageira”, tudo pode ser alterado como a temperatura, pois muitos vão se deitar com temperaturas elevadas e acordam com os termômetros reduzidíssimos: haja saúde, como dizem os antigos. No caso da política, tudo pode mudar inclusive inimigos de hoje, tornarem-se parceiros amanhã, desde que o eleitor tenha estômago para suportar isso, mas por outro lado, o canto que é constantemente entoado do alto do poder é ludibriante. Por isso, fico por aqui recorrendo àquela música que eu escutava muito em minha infância em um rádio de pilha: um dos objetos de maior valor em casa. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br, social@criticapontual.com.br, gilcriticapontual@gmail.com. www.criticapontual.com.br.

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