Impeachment
Hoje os olhos dos brasileiros e suas respectivas consciências sociais e políticas – e por que não ideológicas – estarão voltados para o plenário da Câmara Federal. Para uns, o momento é alvissareiro, principalmente porque desejavam ver o PT e seus asseclas apeados do poder central, além de aplicar-lhes uma fragorosa derrota agora em 2016 – o temor é tanto que muitos petistas, que não são os de carteirinha, abandonaram a nau conduzida pelo timoneiro Lula. Já para outros, por assim dizer, idólatras de um tipo específico de messianismo pós-moderno, se a presidente Dilma Rousseff for afastada – ai precisa contar com a anuência do Senado Federal, cuja sessão será conduzida pelo presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski – será dado um golpe na pífia democracia brasileira.
Pendenga binária
Não vou entrar no mérito dessa pendenga binária, pois já externei aqui várias vezes, como na última sexta-feira por meio do artigo “O que está por vir?” (http://criticapontual.com.br/site/2016/04/15/o-que-esta-por-vir/), se os séquitos do atual arauto do petismo nacional têm razão em afirmar que o processo de impeachment em curso no Legislativo brasileiro é golpe e perpetrado por políticos corruptos e conservadores, é preciso ter claro que contou com o beneplácito do PT brasileiro. Contudo, a questão não é tão emblemática como querem fazer crer, pois os fatos e as investigações que a Política Federal e sentenciadas pela Justiça Federal têm demonstrado, é que grande parte do petismo nacional está envolvido em atos delituosos e enriquecimento ilícito. Portanto, não vejo a necessidade de ressaltar a temática, entretanto, se há instrumentos jurídicos e constitucionais para tal medida que será adotada logo mais na Câmara Federal, que sejam utilizados e o brasileiro comece a percorrer os caminhos da cidadania, começando pelas eleições municipais de Outubro.
Recomendações
Conforme apontei no meu artigo de antes de ontem aqui no INTERIOR e no www.criticapontual.com.br, o livro do sociólogo e professor da UNICAMP, Marcelo Ridenti “Política pra quê?” pode ser uma ótima pedida para quem tem pressa em compreender o que se passa com a nação brasileira. Recomendo o capítulo O governo e o impeachment de Collor que vai da página 90 a 96. Há um exemplar na Biblioteca Pública Municipal de Penápolis. Mas também quem tem o desejo de aprofundar o conhecimento sobre o que foi o banimento do ex-presidente Collor de Mello, indico uma série de jornais, revistas e sites que apresentarão informações coerentes sobre o que foi aquele momento para o Brasil. Na época eu caminhava para a conclusão da minha graduação em Ciências Sociais seguindo para o Bacharelado em Ciências Sociais com ênfase em Ciência Política em que me debruçava sobre o poder dos militares no começo da República. Aqueles que almejam ir mais longe nesta empreitada visando o entendimento desse fenômeno que se repete em menos de 30 anos de democracia brasileira, acho que vale uma passada pelas 719 páginas que compõem o livro “Notícias do Planalto: a imprensa e Fernando Collor”, escrito pelo jornalista Mário Sergio Conti.
Coligação
Deixando o universo federal com os representantes na Câmara em Brasília e focando os olhares na política local, corre um zum-zum de que o PV estaria propenso a firmar parceira com o PSDB para as eleições municipais, mas que isso só seria possível se o postulante peessedebista não for o atual prefeito. Em conversa com integrantes do diretório do PV local, estes me afiançaram não passarem de boato esse zum-zum, já que o Partido Verde segue em seu propósito de lançar candidatos a vereador – acredita-se que pelos uns 20 Verdes devem disputar a peleja eleitoral em Outubro. Além desse quadro que vem sendo trabalho, existe a perspectiva de se ter chapa puro-sangue para o Executivo, ou seja, prefeito e vice-prefeito. Desta forma, conforme o que levantei, não há nenhuma hipótese de haver dobradinha com o PSDB.
Fundamento?
Todavia, façamos um exercício contrário, ou seja, de que a boataria tenha fundamento: quem do PSDB poderia compor a chapa com o PV? Seria o empresário do ramo educacional, Firmino Ribeiro Sampaio que, inclusive já foi prefeito e, depois que apeou do cargo, o seu PSDB não conseguiu mais emplacar nenhum filiado no principal assento municipal? Eis as duas perguntas, contudo, se isso ocorresse seria significativo para o processo eleitoral, todavia, deixemos o trebelhar eleitoral com os postulantes aos cargos que serão colocados à disposição daqui a seis meses para o eleitorado. Mas de uma coisa é certa: o PV vem trabalhando forte para obter significativos sucessos nas urnas este ano, inclusive realiza constantemente reuniões com seus filiados que têm pretensões de participar do processo de Outubro, disputando uma das cadeiras no legislativo penapolense.
Incentivando
Já que toquei no assunto educacional, aproveito a ocasião para parabenizar a direção do Colégio Futuro e o professor Rodrigo Santiago por ter proporcionado aos estudantes da escola contato com o escritor e blogueiro Roberto Rillo Biscaro que escreveu o livro “Escolhi ser albino”. Esse é o jeito diferencial de se proporcionar ao corpo discente atividades que lhe permitam contato maior com o universo pedagógico, da escrita, da leitura – ferramentas fundamentais para aqueles que pretendem obter, não somente sucesso nos vestibulares do país garantido uma vaga nas mais significativas universidades brasileiras, mas também no mundo profissional, além de serem uteis na formação do caráter através de princípios éticos e morais.
Mestre
Como a temática se enveredou mesmo pelo mundo educacional, Penápolis acaba de ganhar mais um Mestre em Ciências Sociais, especificamente em Ciência Política. Trata-se de Eduardo Lopes Seino que fez sua graduação em Ciências Sociais no mesmo campus da UNESP que eu em Araraquara, e em seguida foi para a USP. O seu trabalho “Projetos de cidadania diferenciada: negros e indígenas na ANC de 1987-1988” – defendido em 17 de dezembro do ano passado na Universidade de São Paulo – pode ser acessado no site http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-11042016-132338/pt-br.php. Eu já tenho o meu exemplar aqui e iniciei minha jornada pelas 124 páginas, mesmo porque tenho interesse na temática afro-brasileira. Sendo assim, desejo longa vida acadêmica a Eduardo Seino e também pela significância do seu trabalho científico. Por hoje é só pessoal, enquanto vocês, leitores dominicais dos meus olhares aguardam o trebelhar em Brasília, eu torço sempre pela democracia, mas também para que os corruptos e usurpadores de merenda escolar sejam sentenciados e trancafiados nas masmorras espalhadas pelo Brasil. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br, gilcriticapontual@gmail.com, social@criticapontual.com.br. www.criticapontual.com.br.