Sem rumo
Começo meus olhares neste domingo sem um rumo certo para as minhas pequenas prosas, exibidas aqui em forma de aforismas. Mas será que fiquei sem assunto ou optei por andar por mares mais calmos que não me levem às turbulências da oceânica política local? Quem sabe não seja melhor assim, justamente porque, passado o período eleitoral, advém o féretro carregado de defuntos insepultos que ainda tentam dizer alguma coisa sobre o pretérito eleitoral de nossa cidade, bem como do Brasil. Sendo assim, penso que os dizeres de hoje, ou algo parecido, podem ficar por aqui, a não ser que meus caros leitores, desejam que eu escreva umas linhas sobre o cenário que se avizinha, depois que a festa organizada pelo atual chefe do Executivo terminar no próximo dia 31 de dezembro. Foram oito anos brigando com tudo quanto foi tipo de fantasmagoria, a exemplo da personagem Dom Quixote de La Macha, personagem principal do romance Dom Quixote de La Macha, do escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616). Quem não leu ainda, vá lá dar uma espiadela. Recomendo que a leitura seja feita através da Língua Espanhola. Uma dica: pegue um exemplar traduzido e outro na língua de Cervantes.
Direção
Presumindo que meus leitores queiram ler algumas tintas do ontem que ainda não foi no presente e acene alguns olhares sobre o que ainda não é, ou seja, sobre o atual governo e o que estar por vir, num vir a ser como dizia Immanuel Kant (1724-1804), sem nunca de fato o sê-lo. Eu, cá com meus olhares, só estou de olho no rol de secretariado. Por conta de uns já indicados, me parece que ainda vamos ter um pedacinho do atual governo lá no futuro não muito distante. Mas aí é coisa lá com o prefeito vencedor e não com este que vos escreve. Sendo assim não vou abordar sobre os que já foram e vão continuar. Optei por apontar algo relacionado aos que nunca foram e esperam ser num amanhã que se inicia no dia 1.º de janeiro. O médico Luiz Washington para a Saúde. Sai um militar e entra um cara que entende do riscado, pegando uma granada destravada e antes que ela exploda no colo da administração que advirá, creio que seja necessário passar um pente-fino nos contratos com as OSs, além de elaborar projeto que viabilize o hospital para além do que vem sendo ofertado à população.
Trabalho
No campo do emprego e do trabalho, a área será gestada por um empresário que entende do riscado, como se diz no jargão popular, e sabe que, quanto mais a cidade progredir, melhor será para os negócios de todos e à população. É preciso acabar com essa coisa de “filhotismo”, “sabe com quem está falando”. Terminar com esse credo de que o sobrenome deve sempre sobrepujar a capacidade técnica do profissional. Como diz o refrão duma música de uma banda mineira que costumava ouvir muito na minha adolescência: “o mundo não é mais o mesmo. O tempo passou e não volta atrás!”. Parece-me que tal cantata seja útil para esse presente que a Terra de Maria Chica vem tendo: em que a mão de obra manual precisa ser substituída pela mecânica e com isso a renda per capita possa ser outra num futuro não muito distante. Neste ponto, me recordo de um dos tópicos do programa de governo, do ainda candidato Caíque Rossi, sobre as questões tecnológicas e a ampliação dessa área na cidade como elemento importante de geração de empregos.
Tecnologia
Lembro-me de uma visita que o economista e professor da Unicamp, Marcio Pochmann fez à Penápolis em julho de 2018. Na ocasião, este afirmou que a categoria social de metalúrgicos que gerou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não existia mais. Achei importante tal abordagem, pois, na minha interpretação faz com que os governantes tenham que pensar antes de prometer mais empregos, quando a dinâmica do mercado de trabalho está sendo alterada, principalmente no que diz respeito ao campo dos chamados empregos manuais, ou seja, aqueles em que o homem faz interferência manual para terminar um determinado produto. Sabe-se que hoje as máquinas estão aí e vieram para ficar: um exemplo, é o corte de cana que deixou de ser manual para ser mecânico.
Incubadora
No programa havia um tópico afirmando que haverá em sua gestão o estímulo e aportes ao desenvolvimento de empresas do ramo tecnológico. Espaços para isso existem. Sendo assim, recordo que há coisa de uns 16 anos, ventilou-se a hipótese de Penápolis ter uma Incubadora Tecnológica. Lembro-me que na época cheguei a conhecer a projeto, sendo inclusive matéria de capa deste jornal numa edição dominical. A ideia não foi adiante, ficando apenas no papel, engavetada numas mais diversas mesas do Paço Municipal, e no desejo de um secretário na época. Hoje os tempos já são outros e também governo, todavia penso que seja o momento para se reativar aquela ideia e buscar viabilizá-la para os jovens penapolenses, alavancando a cidade numa outra vertente dum segmento importante.
Cultura
No setor de Cultura, o escolhido é conhecido nas paragens da área em Penápolis, tendo ocupado o cargo de vereador e também secretário no governo interino de Rubinho Bertolini, logo no início da atual gestão – e que começo turbulento, inclusive com acusações de que a cidade não teria o AME [Ambulatório Médico de Especialidades] por conta da gestão do hoje vereador Rubinho, que também disputou o último pleito para prefeito. Mas como diz aquela canção, “águas passadas não movem moinhos”, objetivemos, meus caros leitores, o amanhã da Terra de Maria Chica, que começa no limiar de uma nova aurora. A esperança é que se promova outros eventos no campo cultural, como festivais literários com significativa premiação. Pode-se pensar nas várias modalidades de escrita: conto, romance, poesia, crônicas, ensaios, enfim, há muitas atividades que podem ser desenvolvidas em parceria com as escolas estaduais e particulares da cidade. Outro dia escutei um transeunte dizer que “cultura” não é apenas Carnaval.
Comunicação e Daep
Até o momento em que essas linhas eram confeccionadas, este colunista ainda não tinha informações alusivas sobre o indicado para a pasta de Comunicação. Então, aguardarei para dizer algumas coisinhas. No momento, entendo que a opção pelo arquiteto Carlos Alberto Bachiega para dirigir o Daep (Departamento de Água e Esgoto de Penápolis) é alvissareira, pois, até onde eu sei, este é credenciado pelo Ministério das Cidades para desenvolver planos diretores aos municípios brasileiros. Sendo assim, como já foi diretor daquela autarquia, entende do riscado sobre aquele departamento, visto como a joia da coroa da administração pública local, tendo em vista as várias premiações que o Daep recebeu no Brasil e no exterior. Por hoje acho que é isso, sem muitos olhares literários que pretendo retomá-los, quem sabe, nos próximos aforismas quase críticos, meus caros leitores. E-mail: gilcriticapontual@gmail.com, d.gilberto20@yahoo.com. www.criticapontual.com.br.