Olhar Crítico

Literatura

E para provar que a cidade, pelo seu tamanho populacional, foi mesmo contemplada com literatos e poetas, o meu amigo e professor de Língua Portuguesa – petista histórico – Geraldo Soares Malta lançará na próxima sexta-feira, 17, o seu livro de contos Revisitando Plis. A obra, que é composta por 12 narrativas breves, será publicada pela editora LedriPrint. O evento acontecerá na Biblioteca Municipal Fausto Ribeiro, espaço em que conheci Geraldo Malta na época que me preparava para os vestibulares da UNESP, USP e UNICAMP. Vida longa aos enredos dos irmãos Malta – Geraldo na enunciação literária e Cido na composição voltada ao universo religioso.

 

Memória e política

Se por um lado, já se sabe de mais uma obra no campo das enunciações curtas, por outro, a sociedade penapolense aguarda o lançamento das memórias políticas do meu amigo e ex-deputado estadual pelo PV, Ricardo Castilho. A expectativa é grande porque o advogado ocupou os cargos de vereador, presidente da Câmara, Prefeito – em sua gestão foi criado o Daep (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) – integrou – por uma legislatura – a Assembleia Legislativa do Estado, conseguindo que Penápolis tivesse de volta a sua Diretoria Regional de Ensino, entre outras conquistas. Foi vice-prefeito do petista João Luís dos Santos e do atual mandatário em sua primeira gestão à frente da Prefeitura – marcada pelo rompimento com Castilho e também por uma miríade de denúncias de irregularidades que tramitam até hoje na Justiça penapolense.

 

Desafetos

E como todos são cônscios, no campo da política se constrói muitos desafetos, inclusive com a edificação de inimizades e ranços para lá de ideológicos, Ricardo Castilho também os fez e em virtude disso que todos que gostam de Penápolis, inclusive este cientista social que vos escreve leitores, estão esperando a publicação desta obra. Estou cá só imaginando as informações que suas narrativas nos brindarão e ai uma análise será interessante na condição de crônica política do interior, a exemplo do que fez o escritor baiano com o seu clássico Gabriela, cravo e canela. Mas, de qualquer forma, a publicação do livro de Castilho será um grande presente para Penápolis e para aqueles que pretenderem entender a cidade fundada a partir da chegada de uns frades franciscanos. Município que tem grande vocação solidária, contudo, quando a temática é sobre as escolhas dos ocupantes da Câmara Municipal os resultados são questionáveis.

 

Fome de quê?

E já que me enveredei pelo mundo da vereança não poderia deixar de enfatizar aqui a mais nova polêmica que surgiu lá pelos lados da sala Pereira Filho e quem pagou o pato foi a imprensa, quando os culpados são inteiramente outros e tudo porque se escreveu algo que seria indevido, portanto, impublicável sobre as comunidades carentes da cidade. Isso me fez recordar a personagem dum antigo programa de TV – continua sendo exibido. Em determinado quadro uma pessoa lhe pergunta: “o que você tem menino?”. Este por sua vez responde: “fome”! Agora em tempos de legisladores meio desligados, cabe bem a tréplica: “come esse salgadinho… ele integra o montante adquirido para encher a barriga dos pobres e render votos”. Mais um episódio que entrará para o folclore político da cidade.

 

Migalhas

Não pretendo me imiscuir com o cerne da peleja, por várias razões, entretanto, na condição de colunista que procura sempre levar informações que meus leitores possam transformá-las em conhecimento, acredito que sejam significativas umas mal traçadas linhas sobre a temática famélica. Ao que eu entendo, me parece que os signatários de tal texto não deveriam voltar as alças de mira de suas metralhadoras político-ideológicas-eleitoreiras para os membros da imprensa local e regional, pois eles apenas reportaram aos seus públicos um documento oficial da Câmara produzido pela CEI (Comissão Especial de Inquérito) que foi aberta para apurar possíveis irregularidades na aquisição dos petiscos e outras guloseimas. Sendo assim, o caminho, no mínimo coerente, seria, via assessoria de imprensa da Câmara, enviar uma nota esclarecedora aos eleitores penapolenses que se sentiram vilipendiados, ultrajados ao serem comprados a esfomeados que precisam das migalhas que caem do alto do trono, a exemplo do que enuncia o capítulo Ideia fixa do romance Memórias póstumas de Brás Cubas.

 

Mordaça!

Mas não! Opta-se sempre, como aconteceu no caso das gramíneas e outras esmeraldinas – será que teremos novidades em breve – por atacar quem tem, por dever de ofício, informar a população sobre os bastidores do cenário político local. Sendo assim, é possível compreender que o papel da imprensa livre e desimpedida é realmente publicar aquilo que os poderosos e seus fajutos governos enrolados até o pescoço em atos delitivos querem esconder. Entendo que esse caso dos salgadinhos, a exemplo dos patos, gansos e demais marrecos, poderia ter outro desfecho, contudo, por inabilidade política, creio eu, se transformou num teatro dantesco digno de “coronéis” e seus apaniguados que não querem deixar a imprensa livre, mas apenas publicar aquilo que lhes interessam numa bajulação exacerbada digna das páginas e enredos confeccionados por Jorge Amado objetivando usar a ficção para desnudar um Brasil que, lamentavelmente ainda se faz presente em pleno século XXI.

 

Espelho

Embora muitos gostem ou não, essa Câmara, a exemplo das outras que funcionam nos mais de cinco mil cidades brasileiras, é a cara do seu eleitor, incluindo ai as duas Casas do Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas. Também não posso deixar de fora as chefias dos executivos, isto é, prefeituras, governos estaduais e presidência da República – neste caso quem votou na ex-presidente Dilma Rousseff (PT) tem uma enorme parcela de culpa no aviltante descalabro que virou a relação Palácio do Planalto e a maioria dos congressistas escolhidos pelo povo e apoiados – no caso aqui de Penápolis – por vereadores e outros cabos eleitorais que acreditam que os pobres são esfomeados e por isso comem muitos salgadinhos e outros quitutes que são ofertados durante eventos para exaltar líderes populistas, bem a lá Getúlio Vargas (1882-1954), mais conhecido como pai dos pobres!!! De qualquer forma, é preciso ter claro que pobre vota e come ou é o contrário: come antes e vota depois? Fico por aqui, ofertando um excelente domingo aos meus leitores e amigos. Abraços …. sem que os mesmos sejam regados e untados com salgadinhos! E-mail: gilcriticapontual@gmail.com, social@criticapontual.com.br. www.criticapontual.com.br.

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