Sobras de um amor… parte III

20.

 

         Angélica deixou o apartamento-escritório da Jardim da Leitura completamente diferente e leve. Tinha certeza de que o marido não quis fugir dela, mas apenas tentar se reencontrar, como disse à amiga que lhe pediu para voltar com os seus. Entre o imóvel de Márcio e a sede de suas empresas, a empresária passou na lavanderia que lhe prestava serviços, deixando as roupas que eram para higienizar, inclusive as peças que havia adquirido no dia anterior no shopping.

Quando chegou na sede das Organizações, por volta das dez horas, chamou Roberto e Fernanda em sua sala. Assim que o casal de amigos e funcionários entrou e fechando a porta, a presidente pediu que os dois se sentassem. Acomodados, a conversa prometia ser breve, pois havia muito o que fazer nas próximas duas horas.

– Em primeiro lugar, quero pedir desculpas aos dois por termos invadido os vossos celulares. O objetivo não era bisbilhotar a vida de ninguém, pois vocês são de nossa inteira confiança e já deram provas robustas disso, mas é que eu precisava localizar o Márcio.

Fernanda olhou para Roberto e os dois para Angélica. “- Também tenho saudades do leitor perneta. Mais uma vez Fernanda, tu está me ensinando a ler o homem que amo. Sou gratíssima por pedir que ele voltasse para nós. Estou me esforçando ao máximo para não ser um aborrecimento na vida do meu marido, mas é complicado”.

Foi Fernanda quem abriu a conversa para evitar que fosse apenas um monólogo e desabafo da empresária. “- Angélica, tanto eu quanto Roberto conhecemos bem o seu esposo e sabemos o que ele pode e não pode fazer em relação a ti e ao seu casamento. E tu pode ter certeza absoluta de uma coisa: Márcio jamais te trairá, pois isso não está no DNA dele. Marzinho pode ser metódico, medroso, tem pavor de que o amanhã não seja do que jeito que ele planejou no presente, mas nunca olhará para outra mulher do que jeito que te enxerga”.

– Eu sei disso Fê, mas tudo tem limites e acho que estou levando ele ao extremo com as minhas posturas. Primeiro eu quase lhe quebrei a perna, e agora, quando Márcio estava perto de tirar as talas e empenhado na construção da editora dele, chuto o balde porque temia que desejasse me deixar.

Roberto sentenciou: “- Márcio nunca quis e sei que jamais quererá o seu dinheiro. A secretária de sua terapeuta ligou ontem para falar contigo. Queria te parabenizar pelo marido que tu tens. A conversa na antessala que Elizabeth teve com o seu marido a ajudou perceber o que vinha fazendo de errado na vida. Então, Ela e ninguém quererá tirar o Marzinho de ti, por uma simples razão: ele não deseja outra pessoa que não seja você.

Quando a empresária ia dizer algo a Roberto, Fernanda foi enfática: “- Márcio jamais fará parte do seu jogo. Você sempre teve tudo, os homens, mulheres, grana, joias, enfim, tudo o que o dinheiro pode comprar, mas essas coisas todas não significam nada para o seu marido e esse posicionamento dele tem te colocado em curto-circuito. Uma parte sua quer crescer e a outra se recusa e é justamente essa que está atrapalhando o casamento de vocês caminhar.

“- E que parte é essa que se recusa a crescer”, perguntou Angélica a Fernanda.

Roberto respondeu, de forma bem serena: “- Eu e Fernanda não sabemos, mas podemos de afiançar que você e Marzinho sim, pois ele não nos diz nada. Apenas coisas que, de forma superficial, deduzimos. Então, entendo que a luta é sua e não deve deixar esse lado vencer, é preciso controlá-lo, do contrário, levará o seu casamento para o buraco e não terá quem o tire de lá”, explicou.

– Na verdade, Roberto eu sei, mas ainda não tenho condições de falar sobre isso e Márcio também tem conhecimento, mas tenho certeza de que jamais dirá alguma coisa a vocês. E é isso que o torna encantador: é saber de todos os meus defeitos e ainda assim não desistir de ser e me fazer feliz.

“- Sabemos o quanto Márcio te ama e tu precisa confiar nesse sentimento que ele lhe devota e se controlar para não fazer coisas do tipo que fez ontem. Quando Márcio desaparece é porque precisa pensar nos passos seguintes, pois onde está tem muitos ruídos e esse tipo de barulho o incomoda muito”, explicou Fernanda.

“- Sinceramente Fê, ainda não entendi porque você e ele nunca tiveram nada, pois ele sabe muito de ti e tu dele”, afirmou a empresária.

– De fato, nós dois já fizemos esse tipo de pergunta, mas eu sei que Márcio jamais atravessará comigo para ter uma trepada e eu não quero perder o amigo por conta de uma transa da qual vou me arrepender no dia seguinte. A nossa amizade nos basta. Ele está casado contigo e eu caminhando para o meu com Ricardo que é bem diferente dele, mas é o homem que me faz feliz e se sacrifica muito para que possamos ficar juntos. Lá do jeito dele, cuidará de minha pessoa e eu dele. Márcio já tem bastante gente que o mima.

Os três deram risada por conta da forma simples que a amiga resumiu a pessoa do proprietário da Jardim da Leitura. Realmente um mimado por todos os amigos, mas com certeza, nenhum deles gostaria de ser como ele, pois dificilmente teriam se apaixonado por uma pessoa completamente destrambelhada como a esposa.

– Obrigado pessoal. Sabia que podia contar com vocês. Não se esqueçam que lá pelas quatro horas vamos comprar os moveis da editora. Roberto você e meu irmão farão companhia para o seu amigo.

“- Está bem Angélica”, confirmou o diretor.

Depois dessa pequena reunião, tudo caminhou a contento na empresa, enquanto o editor terminava de ajustar os detalhes de sua editora. Dois dos três livros estavam prontos e as capas também. Faltava apenas discutir com Tarsila quais seriam para na quinta-feira enviar à gráfica que faria a impressão, enquanto os outros dois estavam sendo preparados.

Ao enviar as capas para a sócia, ela decidiu que escolheria apenas de um livro e Márcio o outro. Mas deixaram tudo para o dia seguinte. A conversa entre os dois girou em torno da confusão do dia anterior. “- Márcio. Tua mulher pensou que eu e tu estávamos tendo um caso, por conta daquele bilhete que te deixei. Ela é doida de pedra”, disse a cunhada.

– Eu já não sei mais o que fazer Tarsila. Se eu a deixar, a coisa desanda e tenho certeza de que Angélica ficará fora do ar como Amadeu ficou nos últimos cinco anos e eu não quero isso, principalmente pelo sentimento que lhe tenho, mas há momentos, como ontem, que desejo desaparecer.

– Sei como é isso meu amigo. Ontem à noite fiquei várias horas conversando com Amadeu sobre isso. Eu lhe pedi para falar com a irmã para tentar se equilibrar, mas me disse que Angélica ficou com a pior parte da truculência do pai e as consequências não são eliminadas num passe de mágica, portanto, tu terás que ter paciência com sua esposa. Tenho certeza de que conseguirá equacionar isso e quero que saiba que estamos todos juntos contigo.

– Obrigado Tarsila! De um abraço no Amadeu. Se bem que a tarde estaremos todos juntos.

“- E a perna? Como está”, perguntou a cunhada.

– Sem sequelas nenhuma, mas o ortopedista me pediu atenção redobrada.

Assim que Márcio desliga o telefone, sua esposa entrou pela porta do apartamento dizendo que tinha ido buscá-lo para almoçarem e, para evitar qualquer confusão, lhe perguntou onde gostaria de se alimentar. O marido sugeriu o restaurante que frequentava antes dela aparecer. “- Então aguarde um pouquinho. Avisarei o pessoal onde estaremos. Teremos que pegar Débora no meu escritório e Tarsila irá om Amadeu. Em seguida, vamos todos ver o trabalho que a futura arquiteta fez para a sede de sua editora”, explicou Angélica.

Enquanto a esposa falava ao telefone, o editor foi até a cozinha bebeu água, levando um copo para a esposa. Assim que depositou o vasilhame sobre a mesa central da sala, Márcio passou por trás de Angélica, dando uma mordiscada na orelha dela dizendo bem baixinho: “- Te amo minha diva. Não vivo sem você, minha adorável gostosa”.

Ao se sentar diante dela, o proprietário da Jardim da Leitura pode perceber o efeito das suas palavras pelo corpo dela. Os mamilos estavam enrijecidos e ele começou a olhar diretamente para o meio das pernas da empresária que gostou da provocação, abrindo-as e, enquanto falava ao telefone, fazia menção com a outra mão de que estava se masturbando apenas para Márcio vê-la.

Angélica terminou de ligar para todos que deveriam estar, em meia-hora, no restaurante que o marido, juntamente com Roberto e Fernanda costumava frequentar. Ao olhar para o marido, ela o chama de tarado, se levantando, indo com ele até a porta do apartamento e quando chegaram ao local, a empresária fez questão de se esfregar na região peniana do esposo dizendo que o queria bem desperto a noite. “- Te quero todinho hoje, meu preto delicioso”, disse a esposa.

Quando chegaram ao restaurante, boa parte do pessoal já estava aguardando o casal e Débora que ficou surpresa ao ver Esdras e Ricardo. O primeiro foi convidado e o segundo, quando ouviu que a noiva almoçaria com Marzinho, arrumou um jeito de se fazer presente. Estendeu o expediente no trabalho para participar da comensalidade. O editor quando olhou, tentou segurar o riso, mas não conseguiu. “- Obrigado Ricardo pelas capas. Fez um ótimo trabalho”.

“- Mas você não deu risadas por isso, não é meu caro”, perguntou o noivo de Fernanda.

“- Esquece o motivo do meu riso. Apenas faça a sua noiva feliz. A partir da semana que vem ela poderá se mudar para o apartamento”, disse Márcio se sentando com a esposa e todos seguiram o ritual e, sem perceber, os homens ficaram de um lado da mesa e as mulheres de outro.

O garçom, ao chegar para atendê-los, achou estranho aquela formação, mas pensou se tratar de coisa de gente rica. Daquele pessoal ali só conhecia os jornalistas e a amiga deles que tinha um jeitão de ser meio amalucada. Todos pediram chope, mas o editor solicitou uma dose de uísque e o noivo de Fernanda uma cerveja sem álcool no que foi seguido por Angélica.

A maioria gostaria de saber da confusão que Márcio e Angélica havia se metido desde a segunda-feira, contudo, foi Fernanda quem foi falando sobre umas cozinhas fantasmas que estavam virando febre por conta dos pedidos feitos por meio de aplicativos. “- Eu ainda prefiro pedir comida em restaurantes como esse aqui em que eu já frequento há algum tempo”, disse a secretária para evitar que alguém tocasse no assunto sobre o casal de amigos.

O pessoal ficou interessado na temática, mas foi logo dissipada e Roberto quis saber do amigo como estava indo os preparativos para o lançamento da editora. Márcio respondeu que tudo ia bem e que Ricardo estava fazendo um belíssimo trabalho e que, provavelmente, o contrataria em definitivo quando a empresa estivesse andando com as próprias pernas. Ao ouvir isso, Fernanda quase subiu na mesa para beijar o noivo, o que valeu riso de todos.

Débora começou a falar como ficou a reforma e do nada, de dentro de uma pasta gigante que carregou consigo, tirou uns papeis e mostrou para Márcio. Ela tinha projetado como ficaria o interior da sede da editora, levando em conta como o prédio tinha ficado. Todos gostaram e os sócios Márcio e Tarsila também, inclusive dizendo que o escritório das duas crescerá muito com nas mãos das talentosas sócias.

“- Como podem ver”, disse Angélica, “agora posso reduzir minha presença no escritório e passar mais tempo com meu marido na editora”.

“- Nem pensar, minha adorável irmã. Teu lugar é comigo nas empresas. Veja se eu vou lá atrapalhar minha Tarsilinha no projeto dela? Portanto, sossega o facho e te quero administrando comigo aquilo que herdamos. A editora é um projeto solo de nossos amores”, disse Amadeu para risada geral de todos.

O garçom voltou perguntando se todos já tinham escolhido os pratos. “- Vamos deixar que nossos maridos indiquem o cardápio para nós”, sugeriu Danisa contando com a anuência de todos. “- E depois sugerimos os pratos para eles”, completou a esposa de Roberto.

Os homens se entreolharam, conscientes de que a coisa poderia ser complicada. Para fazer uma média com o marido, afinal tinha aprontado em demasia com ele, mas Márcio continuava ali firme no amor que lhe tinha, Angélica pediu para ele um contrafilé com queijo parmesão. As outras mulheres tentaram seguir a empresária, mas os maridos reclamaram.

Fernanda, recordando o dia que almoçou com os dois casais no shopping, sugeriu para Ricardo uma picanha na pedra. Tarsila quis para Amadeu, frango grelhado com legumes. Danisa indicou rosbife ao marido e Débora pediu costela no bafo a Esdras. Quando foi a vez dos homens, Márcio pediu salmão grelhado para Angélica e um vinho branco. “- Não vale acompanhar o meu pedido”, disse o editor aos amigos.

Amadeu pediu costela no bafo para a esposa, pois sabia que ela adorava essa iguaria e fazia tempo que não comia por receio em virtude da gravidez. Roberto indicou para a esposa filé de sardinha grelhado com saladas verde-escuras. Ricardo repetiu o que foi pedido para ele, recomendando à sua noiva e Esdras pediu maminha na brasa para Débora.

Enquanto anotava o pedido, o garçom olhava para o pessoal e achava engraçado, pois parecia que ninguém estava nem aí para o horário. Quando entrou, o gerente lhe disse que era para tratar bem aquele pessoal. “- Eu conheço os dois jornalistas e aquela amiga desparafusada deles, agora o restante não sei quem é. Aquela loira de olhos verdes, eu já a vi em algum lugar, mas não me lembro de onde”, disse Romão ao chefe.

– Ela é herdeira de uma das maiores fortunas dessa cidade e se casou com o Márcio, o jornalista de que você falou. Eles são muito discretos, então não dê mancada em hipótese alguma, entendeu Romão.

– Sim senhor.

– Agora agiliza o pedido deles.

Na mesa, Márcio conversava com Ricardo sobre os designs que precisavam ser feitos para a inauguração que seria dali a 15 dias. “- Tu consegues dar conta da empreita, meu caro”, perguntou Márcio ao noivo da amiga. Ele sabia que não podia recusar o trabalho, pois Fernanda estava toda empolgada, querendo dar continuidade às obras da residência em que o casal moraria depois do enlace matrimonial. Débora estava trabalhando no projeto e conversava com a futura cunhada diariamente.

“- Não ligue para os gostos do meu irmão. Com certeza perguntará ao meu pai e ele à minha mãe que é quem deve dar a palavra final. Sempre foi assim e não mudará nunca. Então, eu, ela e você decidiremos como desejas a sua casa. Ricardo e meu pai só tem que se preocupar com prazos e conferir o serviço que será realizado. Fiscalizaremos juntas. Quero que minha cunhada tenha uma casa bem bacana para quando eu precisar, possa me esconder lá”, disse Débora numa das conversas com Fernanda.

Ainda durante aquele almoço, a sócia de Angélica entregou uns papéis para o irmão e sua noiva. “- Estou pensando em deixar a casa de vocês dois assim. Depois me digam se querem algumas alterações”.

O encontro avançou por boa parte da tarde, quando Ricardo percebeu que estava quase na hora de retornar ao trabalho, saiu apressado se despedindo de todos, perguntando à noiva se poderiam ir ao cinema a noite. Fernanda olhou, pedindo apoio a Débora que topou, indicando a Esdras que fariam um programa entre eles.

Roberto olhou para a esposa dizendo a todos que ele e sua Danisa já tinham diversão para a noite. Iriam sabatinar uma série que tinha acabado de entrar num canal de filmes e séries da internet. “- Então está tudo certo. Cada casal fará o que lhe apetecer a noite, mas agora precisamos agilizar as coisas. Vamos ver o prédio em que a Jardim da Leitura funcionará a partir da próxima segunda-feira”, disse Márcio.

Ninguém quis saber o que os dois fariam, já que o casal era como nuvem. A tarde estava de um jeito e no momento seguinte tudo mudaria. Todos saíram do restaurante e o garçom ganhou R$ 500 de gorjeta pelo atendimento.

Fernanda que chegou ao restaurante em companhia de Roberto e sua esposa, acabou indo à editora acompanhando Márcio e Angélica. Não parava de falar no projeto da casa, em Ricardo e no quanto ele estava diferente, trabalhando dobrado para agilizar a construção da casa em que morariam e a partir da segunda-feira, ela teria mais que tirar dinheiro do aluguel, sendo um valor a mais na obra.

“- Quando estão pensando em se casar, Fê”, perguntou Márcio.

– Depois que a nossa casa ficar pronta. Se não for assim, penso que Ricardo vai levar em banho-maria e eu não tenho paciência para isso.

“- E vocês já transaram”, perguntou Angélica.

– Se ele me ama, saberá esperar o nosso momento. Isso tem que acontecer e não ser forçado como prova de amor. Acho que isso já não tem espaço mais em minha vida. Cansei de tentar conquistar os homens usando meu corpo para isso. Se quiser, terá que se encontrar primeiro com a minha alma e aí sim podemos passar para a esfera carnal.

“- E tu acha que Ricardo chegou lá”, perguntou a empresária.

– Penso que está no caminho. Pelo menos não tem tanto ciúme do Marzinho, como tinha antes e depois daquele lance de duvidar da sexualidade dele, a coisa pegou para o lado dele. O pai e a mãe estão de marcação cerrada com ele.

“- E o que acha disso tudo, Fernanda”, perguntou Márcio.

– Pode parecer loucura, mas adoro estar com ele. Ainda tem umas conversas que não combinam com o meu modo de pensar, mas se eu desejar um homem perfeito, é melhor comprar um vibrador e ficar me olhando no espelho enquanto me masturbo. Não quero nenhum santo comigo, mas também não abrirei espaço na minha vida para que um diabo desajustado entre.

Chegaram ao prédio em que funcionaria a editora, inclusive já estando tudo pronto. Só faltando os móveis e a data de inauguração da Jardim da Leitura. O local foi totalmente reordenado e havia um imenso jardim antes de chegar de fato às instalações. Nos espaços foram colocadas várias estantes de concreto e vidro onde os livros ficariam a disposição para os consumidores adquirirem e ler as obras.

Como não tinha ido ao imóvel, nem mesmo quando ele foi adquirido e durante a realização das obras, Márcio também desconhecia o projeto arquitetônico elaborado por Débora. Por conta disso ficou encantando com tudo. Tarsila e Amadeu já tinham ido, mas não queriam adiantar nada para o editor, pois Angélica pediu segredo, já que pretendia fazer uma surpresa ao marido.

“- Débora! Você pensou tudo isso sozinha? Ou teve dedo aí da sua, não sei se patroa ou sócia”, perguntou Márcio.

– Marzinho, teve dedo de nós todas e do Amadeu. Conversamos em segredo e seu cunhado queria te presentear com algo que realmente você gostasse. Ele me falou que te conhece como a sua própria alma. Tu tens uma sensibilidade que aflora a partir de seus olhos e, para fazer Angélica atravessar o estado para te encontrar, significa que és de fato um ser especial. Então pensando nisso é que projetamos esse prédio para ti trabalhar.

Quando o editor ameaçava desabar em lágrimas, foi amparado pela esposa que disse baixinho em seu ouvido. “- Meu amor. Te amo por tudo isso que Débora disse e por me fazer ser melhor a cada dia que passa, mas não para o mundo e sim para eu mesma. Obrigado por ser essa pessoa espetacular em minha vida”.

Todos visitaram espaço por espaço, enquanto a futura arquiteta explicava como foi pensada cada cômodo e a cada explicação, Débora mostrava um desenho de como ficará o local com a decoração pensada por ela e a sócia de Márcio. “- Por que não me disse nada, Tarsila”, perguntou Márcio.

“- Se te dissesse alguma coisa, não seria surpresa. Os móveis foram encomendados, mas precisava do seu aval e pelo que estou vendo, tudo certo”, afirmou a sua sócia chamando as mulheres para irem com ela e Angélica fechar a aquisição da mobília.

Roberto arrastou o amigo para uma lanchonete que havia ali perto, no que foi acompanhado por Amadeu. Esdras optou por voltar ao supermercado, tinha muito trabalho, indicando que precisava escolher um subgerente. Fernanda quis acompanhar o trio, mas foi advertida pela patroa. “- O que é isso menina? Meu marido não vai fugir. Quero você comigo e as outras e vamos logo”, disse Angélica dando risada.

As esposas seguiram para um destino, enquanto o trio formado por Roberto, Márcio e Amadeu foi para outro canto. Os três tinham se tornado muito mais do que amigos, se sentiam como irmãos. Embora o editor tivesse dois irmãos não conseguia ficar à vontade com eles como quando estava com o cunhado e o diretor e ex-chefe nos tempos de jornal.

Assim que se acomodaram, o telefone do vice-presidente tocou. Ele pensou que era Tarsila, mas ficou surpreso quando a irmã pediu para falar com o esposo. “- Alô! Não faz nem vinte minutos que nos separamos. O que a minha estrela-guia deseja nesse final de tarde”, perguntou o editor.

– Nada amor. É que me lembrei que você está sendo celular. Então podíamos antes de voltar para casa, comprar um novo para ti. O que achas?

– Tudo bem Angélica. Fazemos isso. Tchau.

“- Tchau vida. Já estou com saudades”, disse a esposa.

Quando o editor desligou o aparelho foi zoado pelos dois acompanhantes. “- Sinceramente, meu caro amigo mosquito, não sei como aguenta minha irmã. Ela é completamente alucinada, mas acho que não conseguirá dar um passo sem tê-lo do lado”, explicou o cunhado.

Roberto olhou para o amigo a espera de uma resposta. “- Roberto, o que Danisa significa para ti”, perguntou o editor ao diretor de comunicação das Organizações Oliveira.

Surpreso com a pergunta, Roberto pensou e disse de maneira bem simples: “- Ela fez meu mundo parar de girar ao contrário. Tirou de dentro de meu coração, de minha mente, um monte de perguntas, de modo que, meu caro Marzinho, que ela faz o dia ser radiante, as noites brilhantes e nos tempos chuvosos, minha proteção contra os pingos gelados que caem do céu e nas noites frias, me aquece com todo o amor que me tem. Talvez eu esteja lhe dizendo isso porque nunca tive ninguém. Então Danisa é algo sublime que materializa a beleza que um amor pode dar a quem é amado. De modo que só posso ter por ela algo singelo: o meu amor”.

“- Não tinha lhe visto por esse prisma, meu caro funcionário”, disse Amadeu como querendo gozar com o seu diretor que resumiu bem o que sentia pela esposa. Roberto sabia que dizer algo além daquilo seria descrever alguém que somente ele conhecia. Por isso que para o diretor externar o que ia n’alma parecia tal simples, mas ao mesmo tempo complexo.

O atendente chegou e todos pediram uísque. Assim que o garçom se afastou, Roberto perguntou ao patrão o que ele via na esposa. O vice-presidente observou bem a questão que lhe foi dirigida e olhando para o Sol que estava de partida, disse ao seu empregado. “- Está vendo aquela pintura no céu, quando o astro-rei o tinge todinho de laranja? Pois é. Me descreva o que tu sentes todos os dias quando assiste aquele espetáculo”.

Roberto olhou, dizendo: “- Divino”.

– Pois é! Aí está a resposta à sua pergunta: Tarsila é divina. Não é perfeita e nem quero que seja, mas quando estou com ela é como se esse belíssimo pôr do sol fosse edificado somente para nós dois. Quando respiro é como se a minha esposa preenchesse meus dois pulmões, movimentasse o meu coração, estivesse dentro de minhas pulsações.  Outra coisa: ela é totalmente diferente do que sou. É mandona, autoritária, compreensiva, carinhosa, me lembra alguém que conheço bem, mas vive entrando em parafuso, não é meu caro cunhado.

As bebidas chegaram e Amadeu pediu torresmo para os três. “- Torresmo com uísque”, perguntou assustado Márcio o que valeu um riso dos dois amigos. “- Está com medo, meu caro mosquito? Se minha irmã não deu cabo em sua vida, não serão uns torresminhos que farão isso”.

O garçom se afastou para providenciar o que pediram e o cunhado quis saber mais sobre a vida de Márcio com Angélica. A dupla que acompanhava o editor sabia que ele não era de falar muito sobre sua relação com a empresária. Todos tinham conhecimento quando ela explodiu, ele tentou fugir, como na noite anterior.

– Meu caro mosquito, aprenda uma coisa: depois colocastes esse bambolê no dedo em alusão ao que sentes pela dinamite de olhos esverdeados, sua vida nunca mais seria a mesma. Minha irmã é simplesmente paranoica por tu. Ela ainda está se ambientando com o amor que lhe tem e o que tu sentes por ela. Não use o meu caso para tentar compreender o seu. Eu fiquei cinco anos tentando reencontrar Tarsila que só apareceu graças a sua intervenção e a morte do meu pai.

Roberto olhou para o amigo e sentenciou: “- Diga logo e sem salamaleques. Seja direto: o que Angélica significa para ti? Não queres o dinheiro dela, como bem frisou. Abriu mão do cargo que eu ocupo. Decidiu criar e se aventurar nessa editora que tende a ser um sucesso”.

– Ela é a mulher que eu queria encontrar dentro do copo que o Amadeu sempre me mostrava no bar. Não conseguia enxergar porque desejava apenas escrever uma matéria, mas numa tarde de domingo ela se materializou.

“- De certa forma, meu caro amigo mosquito, vocês se parecem: são teimosos, autoritários, mas tem um coração do tamanho do mundo e eram incompreendidos”, sentenciou o vice-presidente das Organizações Oliveira.

– Márcio, você precisava ver como ela ficou na segunda-feira pela manhã. Deu o que fazer para segurá-la. Na cabeça dela, tu pedirias a separação. Ainda bem que Amadeu estava lá e conseguiu controlá-la.

– Roberto! Amadeu e minha esposa foram expostos aos extremos em violências simbólicas e físicas e posso lhe dizer que Angélica ficou com a pior pare e com sequelas que não sabemos se conseguiremos equacionar, mas tirando tudo isso, é a mulher com quem desejo passar o resto de minha vida, justamente porque antes de conhecê-la, tinha medo de tudo, estando em plena decadência e a reportagem que pretendia fazer com o meu cunhado aqui era a minha última saída. Você se lembra desse momento.

As porções de torresmo chegaram e Márcio pediu uma caipirinha. “- Cuidado mosquito. Do jeito que eu vi minha irmã te olhando, ela quer girar com o ventilador hoje, então pega leve”, disse Amadeu gargalhando.

O editor olhou para o vice-presidente, começando a rir também, dizendo que estava com saudades daquele sorriso do Amadeu e das conversas que tinham no bar da Net. Quando Márcio disse isso, Roberto compreendeu o nível de amizade dos dois e sabia que eram mais do que amigos. Havia um sentimento muito mais forte entre os dois, fazendo com que se sentisse mais leve ao lado de Márcio, pois de certa forma, existia ciúmes da relação do editor com o cunhado dele. O diretor também tinha em Márcio uma pessoa singular: turrona, metódica, mas a pessoa que não o deixaria cair jamais.

O trio conversou de tudo, inclusive da relação de Eleanora com o general, o que valeu um comentário de Amadeu. “- O general se não ficar esperto, será engolido pela minha mãe. Ela é tão mandona quanto Angélica e Tarsila e com um detalhe: tem mais experiência do que as duas juntas e o Alexandre parece que encontrou a mulher que sempre buscou. Só não desejaria que eles dois morassem juntos”, expôs o vice-presidente.

“- Por que Amadeu”, perguntou Márcio.

– Não é nada contra o general, mas acho que chega um ponto da vida do ser humano que, se ele estiver sozinho, deve seguir assim. Por exemplo, Alexandre sempre morou sozinho e é quadradão. Minha mãe seguia, sem questionar, os ditamos do poderoso Jô e pode querer colocar uma argola no pescoço do militar. Acho que deveriam namorar, trepar, fazer muitas coisas juntas, mas não dividir o mesmo teto.

Olhando para o vice-presidente, Roberto lhe perguntou se tinha alguma coisa a ver com herança, dinheiro. “- Em absoluto meu amigo Roberto. Não ligo para dinheiro, como muitos pensam. É que não sei se o general terá cabeça para aguentar o mandonismo de dona Eleanora. Ele dá toda a segurança que ela precisa e acho que não teve com o meu pai, mas é uma Angélica mais experiente. Acho que o mosquito aqui entende o que estou dizendo”, explicou o poeta.

“- Por que não conversamos com ele sobre isso, Amadeu”, sugeriu Roberto.

“- Tenho convicção de que virá conversar conosco e se isso puder vir a acontecer, podemos dizer o que pensamos”, disse Márcio tomando mais um gole da caipirinha e olhando no relógio do estabelecimento. “- O que foi Marzinho? Está preocupado com alguma coisa”, perguntou Roberto.

Antes mesmo do editor responder, o cunhado para sacaneá-lo disse em tom de zombaria. “- Saudades da aranha de minha irmã. Ela te prendeu mesmo naquela teia, hein meu amigo”.

– Não é nada disso. É que ela não voltou a me ligar e já faz duas horas que estamos aqui.

“- Ele não está acostumado sem o cabresto da mulher”, disse Amadeu gargalhando, afirmando em seguida: “- As meninas devem estar passando um sermãozinho nela”.

E de fato, Amadeu tinha razão. Depois de efetivarem as compras, elas ficaram numa lanchonete conversando e foi Tarsila quem chegou chegando. “- Cunhada, se tu não controlar esse ciúme todo que tem do Marzinho, eu mesma vou sugerir a ele que se separe de ti”.

“- Bom! Pelo menos agora eu já sei quem devo matar depois da minha separação. Primeiro eu mando ele para o cemitério e depois você”, disse a empresária rindo, completando em seguida:  “- Eu sei que preciso me controlar, Tarsila, mas há um medo terrível aqui dentro que não sei quando vai embora”.

“- Sabe do que eu sinto saudades, minha cara amiga”, disse Débora, acrescentando: “- Daquela Angélica que desceu os lances de escadas quase que voando quando ele apareceu para lhe dar flores e levá-la para almoçar no apartamento dele”.

“- Eu também sinto”, afiançou a empresária. “E entendo que meu marido também, mas não sei como fazer para ela voltar. Fico sempre insegura, com medo que ele vai me deixar por outra pessoa melhor do que”, desabafou Angélica.

Fernanda olhou para a amiga e patroa dizendo em seguida: “- Não precisa ter essa insegurança toda, Angélica. Marzinho não te deixará, por mais grave que seja o algo que não te deixa ficar serena no casamento. Lógico que tudo é muito novo entre vocês. Se conheceram, se apaixonaram, se casaram em nome desse amor que sentem um pelo outro, mas é preciso dar tempo ao tempo e, somente aí, é que água será mais calma entre os dois”.

Angélica olhou para a secretária que continuou: “- Conheço o Marzinho há cinco anos e quando eu perguntava que tipo de mulher ele desejava, vinha sempre com a resposta: quando a encontra-la tu serás a primeira a saber. E de fato, fui a primeira a conhecê-la, quando você entrou com ele na loja em que eu trabalhava com uma história estranha e olhando-o dum jeito que nunca vi ninguém o observando daquele jeito”.

“- Ele já saiu com outras mulheres durante esses cinco anos, Fernanda”, perguntou a presidente das Organizações Oliveira.

– Já. Mas não passaram do primeiro encontro, cinema. E quanto lhe perguntava o que tinha acontecido, ele simplesmente me dizia que a mão não esquentou. O coração não bateu descompassadamente e encerrava dizendo: “não é ela” e depois por mais que eu ou o Roberto insistíamos para nos dizer mais coisas, Marzinho simplesmente ficava em silêncio.

“- Então você acha que essa mulher sou eu”, inquiriu a empresária.

“- Eu tive certeza quando ele saiu do hospital contigo. Se não fosse, eu e o Roberto tínhamos levado Márcio com a gente. Antes de seguir contigo, nos dizia que quase morreu tentando te esquecer. Então, você esquentou mais do que a mão dele, mas sobretudo, o coração e a alma”, relatou Fernanda.

“Cunhada. Eu já amava o seu irmão, mas depois que li os textos que Amadeu escrevia enquanto sofria com a minha ausência, jamais o deixarei novamente.  Meu marido é completamente desligado, mas tem um amor especial pelo amigo que ele chama de mosquito. Me diz sempre que se não fosse o jornalista quebrar o muro de concreto que construiu para se proteger do mundo, nós estaríamos numa infelicidade do tamanho das muralhas da China e eu totalmente perdida na Alemanha, tentando acha-lo em outros homens”, explicou Tarsila.

Débora que estava do lado da empresária, a abraçou dizendo que todas sabiam o quanto Márcio significava para ela e vice-versa. “- Muitas mulheres olharão nossos namorados, justamente por conta da felicidade que estampam em seus rostos e de como estamos também a partir da luz emanada pelas nossas faces. Agora pare de ficar achando que o seu marido encontrará outra. Primeiro, porque ele não está procurando. Esdras me disse que Marzinho é caladão, mas sabe o que deseja e o lance com Márcia foi um grande deslize que ensinou a todos da família”, expôs a futura arquiteta.

Angélica, toda chorosa, agradeceu o apoio das amigas. “- Então posso contar com vocês para o que der e vier”, perguntou a empresária. Todas concordaram com a cabeça e foi Tarsila quem falou: “- Então, antes de sair brigando e arrumando confusão com seu marido, observe antes, nos pergunte, consulte Roberto e o seu próprio irmão. Eles conhecem Márcio de fio a pavio e sabem que Márcio jamais cometeria uma sacanagem contigo”.

Depois dessa conversa, todas olharam para os respectivos relógios, perceberam que as horas haviam passado rapidamente e tinham que partir. Quando chegaram no bar onde os três tinham ficado, já não havia mais o trio, mas sim um quinteto: Esdras estava lá, bem como Ricardo, noivo de Fernanda que estranhou sua presença, mas ele se antecipou dizendo que haviam combinado na hora do almoço que fariam um programa conjunto com a irmã e o namorado.

Diante do informado, os casais permaneceram mais uma hora no local, pois as aulas de Fernanda, Esdras, Débora tinham ficando em segundo plano. Quando deixaram o ambiente, os ponteiros do relógio se aproximavam das oito horas. Angélica tinha intenção de comprar outro celular para o esposo, mas este indicou que poderiam fazer isso no dia seguinte.

Amadeu e Tarsila foram para a mansão organizar mais um pouco os pertences, pois estavam prestes a fechar a compra de um apartamento. Decidiram por não ficar naquele usado pelo vice-presidente durante os tempos de alucinações. “- Compramos outro apartamento e colocamos aquele para alugar. Não quero voltar para lá. Espero que me compreendas Tarsila”. Com a anuência da esposa, alguns apartamentos e casas foram recomendados ao casal que decidiria nos próximos dias qual seria o melhor para os dois.

Fernanda foi com Ricardo e não parou de falar um só instante sobre o apartamento do amigo que disponibilizou o imóvel para os dois até que a casa ficasse pronta. “- Quando tu falas nesse seu amigo, não consigo ver tudo isso nele”, desabafou de forma exasperada o noivo que obteve resposta à altura. “- De duas uma: ou tu tens ciúmes extremado dele ou tem inveja, pois te garanto que Marzinho é um homem muito simples que come uma tonelada de bosta para ficar com a esposa. Ali o cadeado é blindado”, disse Fernanda rindo, pois sabia que o futuro marido sentia do amigo dela era um misto de ciúme e inveja que só passaria depois que se casassem.

– Seu bobo. Não está vendo com quem estou no momento? Não marcamos de fazer um programa com a sua irmã e o Esdras? Então! Por que ficar com essa celeuma toda com o meu amigo? Ele nos cedeu o apartamento e pronto. É da índole dele, pois poderia negar tudo depois de você achar que ele era gay.

“- Precisava dizer isso a ele”, perguntou Ricardo.

– Claro que sim. Pois entre nós nunca houve segredo algum e não é agora que haverá de ter. Ele é muito discreto, como Roberto, Danisa e eu aprendi a conviver com eles justamente por conta dessa forma de enxergarem e viverem a vida. Já imaginou se ficassem falando que um é diretor internacional nas Organizações Oliveira e o outro é casado com a presidente. Não teriam sossego nem para tomarem aquele uísque de hoje à tarde.

– Isso você tem razão. Um dia me perguntaram no trabalho quem eram as pessoas com as quais estava saindo. Apenas disse que eram amigos de minha noiva e que se quisessem saber mais que perguntassem a você.

“- Prefiro assim. Não quero ser o centro de nada, absolutamente nada. Optei pelo anonimato e isso me deixa mais tranquila, pois posso entrar e sair de todos os lugares. Muitas vezes, ainda sinto falta da Fernanda vendedora duma loja que vendia peças para Roberto e Marzinho”, explicou a noiva.

– Eles eram seus clientes na loja?

“- Sim. Até Angélica chegar. Aquela doida queria decidir tudo na vida do Márcio”, informou Fernanda dando risadas.

– Ele deve gostar muito dela para se tornar um capacho de grã-fina.

“- Novamente creio que está dizendo coisas sobre uma pessoa da qual tu não sabes absolutamente nada”, disse Fernanda, de forma exasperada.

– Eu acho Márcio um chato, pedante que acredita que todo mundo vive em função dele. Basta dar um peido que lá vem alguém correndo com papel higiênico para lhe limpar o rabo.

“- Cuidado. O meu Marzinho está pagando uma boa grana para você fazer as capas dos livros. Tudo bem dele ser metódico, mas acho que no fundo tudo isso que dizes é despeito e medo, pois jamais conseguirá competir com ele”, disse a noiva em tom provocativo.

– Então por que não se case com ele? Vai lá manda a mulher dele deixá-lo e fique com ele.

“- Primeiro porque já encontrei a pessoa com a qual desejo passar o resto da minha vida. Segundo, se tivéssemos alguma coisa, nem tu, nem Angélica tinham aparecido em nossas vidas. Agora vamos parar com essa conversa tola, se não vamos estragar a nossa diversão da noite”, respondeu a secretária de Angélica.

Quando o casal chegou ao local combinado com Esdras e Débora, a irmã de Ricardo percebeu que ele estava emburrado. Foi Fernanda quem falou sobre o motivo. Ao ouvir, Esdras caiu na gargalhada. “- Meu futuro cunhado, está com ciúme do meu irmão com a sua noiva. Está perdendo seu tempo e desperdiçando o amor que pode dar a essa bela mulher que é a sua noiva. Angélica colocou um cabresto nele que ninguém tira. Ela quase quebrou a perna dele por conta de ciúmes. Ele foi parar na UTI porque ela terminou com ele e ainda assim voltou para o apartamento dela. Então, deixa de ser burro e não permita que Marzinho fique entre vocês dois”.

Depois dessa observação de Esdras, Ricardo se soltou mais. Fernanda olhou para Débora e disse que não sabe quando passará isso dele. “- Posso te dar um conselho”, perguntou a futura arquiteta.

– Pode.

– Procure não falar tanto do Márcio quando estiver com ele. Talvez isso posso ajudar vocês dois. Na cabeça do meu irmão, Marzinho sempre será melhor do que ele e tudo o que fizer nunca vai deixá-lo seguro do amor que lhe sentes. A insegurança da esposa dele contigo acontecia da mesma forma. Então, me parece que que tu e Angélica precisam entender que não estão juntos e são apenas amigo. Então ajude o Rick. Ele te ama muito, mas está inseguro porque a noiva só fala no amigo.

– Obrigado querida. Agora estou entendendo.

“- Observe: Márcio cedeu o apartamento para você até que a casa fique pronta. Quem do lado do Ricardo fez algo semelhante? Ninguém. Quem te protege desse mundo doido: Márcio. Então mude e vai ficar mais à vontade com ele, pois sei que o ama também. Ou estou enganada”, perguntou Débora.

– Não está enganada, mas é que eu e o Márcio sempre fomos assim.

“- Mas está na hora de mudar. Antes não havia Angélica na vida dele e nem meu irmão em sua existência. Coisas simples que podem mudar sem precisar deixar de ser amigos”, explicou a futura arquiteta à namorada de Ricardo.

Enquanto as duas conversavam, Ricardo e Esdras compravam os ingressos para assistirem o filme. Depois ficarem mais um tempinho conversando sobre a vida dos dois casais. Dentro do cinema, Fernanda mudou o comportamento com o noivo, segurando a mão dele e de tempos em tempos dava um apertão como tentando dizer-lhe que estava ali com e por ele.

Quando os dois casais estavam num barzinho que tinham ido da outra vez, Fernanda propôs que almoçassem juntos no dia seguinte. “- Você passa e me pega nas empresas e Débora e Esdras nos encontram num restaurante que podemos escolher pela manhã”, sugeriu a noiva de Ricardo. Todos toparam, ficando acertado de que estariam juntos no dia seguinte. Débora compreendeu que a futura cunhada entendeu o recado.

Do nada, chamou a secretária de Angélica para ir ao banheiro. “- Achei que ficaria chateada comigo pelo que te falei, Fernanda”, explicou a irmã de Ricardo. “- Se você me falou é porque me quer como cunhada e amiga e eu sou grata por isso. Não quero perder o seu irmão e nem magoá-lo”, respondeu Fernanda.

Esdras e Ricardo ficaram na mesa enquanto o primeiro, ainda rindo, disse ao amigo. “- Deixa de ser bobo. Marzinho é todo esquisitão mesmo, mas é boa praça e jamais te sacaneará com Fernanda. Eles são amigos há mais de cinco anos e tiveram todo o tempo do mundo para decidirem se seriam mais do que amigos. Fernanda não tem muita paciência com ele”.

– Eu ei Esdras, mas o sangue ferve. Ela só fala dele o tempo todo. Que ele é isso, é aquilo. Porra meu! Daqui a pouco estarei me sentindo menos do que um cachorro para ela seu irmão parece um deus.

“- Sim. Ele cuidou dela até você aparecer e agora é tu que ficará responsável pela felicidade de Fernanda e ainda tem meu pai, minha mãe, seus pais, Débora. Estás fodido, mas tenha paciência. Daqui a pouco ela para de falar nele e a coisa ficará serena. Mas vai dando umas duras, mas de leve”, orientou Esdras.

As duas voltaram do banheiro e Fernanda demonstrou mais afeto pelo noivo. “- Vamos meu preto! Amanhã teremos muito trabalho e sua irmã tem que concluir o projeto para a nossa casa. Pedi a ela para fazer um escritório para ti, quem sabe tu começas a trabalhar em casa nesse lance de tecnologia”, disse a noiva a Ricardo.

No trajeto de volta para a casa, o noivo começou a falar como gostaria que fosse a casa e em alguns cômodos poderiam ser confeccionados móveis sobre medida. “- Meu pai conhece um pessoal que pode fazer isso para nós. O que você acha amor”, perguntou o noivo.

– Genial! Assim que sua irmã terminar o projeto podemos conversar com ele para fazer a mobília com calma. Romualdo falou que na próxima semana podem começar a erguer a casa e tudo ficará pronto em dois ou três meses no máximo, sendo assim podemos nos casar, pois não tem nada nos impedindo.

– Tem sim. Seu amigo Marzinho.

Fernanda gargalhou dizendo que o amigo seria um empecilho se ele, Ricardo deixasse. Márcio estava lá ocupadíssimo com o casamento dele e com a dinamite dos olhos esverdeados. “- Meu amor, Marzinho é meu melhor amigo, a pessoa que trouxe paz para o meu coração quando tudo parecia ser tempestade e não foi agora, mas há muito tempo e sempre será esse ser. Agora tu és meu homem, a pessoa que escolhi para ser meu marido e seguir em frente comigo colhendo os frutos de nosso relacionamento. Então, não se ocupe dele, mas sim com quem te oferta o coração de uma forma muito singela. Te amo do jeito que tu és e nem tente ser o Márcio, porque se for assim, eu termino o noivado agora”, disse Fernanda.

Ricardo parou o carro junto à sarjeta e abraçou a noiva, a beijando profundamente, pois com aquela declaração havia lhe tirado das costas uma tonelada de escombros chamada Marzinho. Olhando fixamente para Fernanda, o noivo respirou fundo dizendo que a amava loucamente, mas não estava sabendo lidar com aquela devoção que ela tinha pelo amigo. “- Ele só que me ver feliz e eu a ele. Sabemos como as nossas almas estavam vazias antes da chegada de Angélica na vida dele e tu na minha, meu preto delicioso”, externou a secretária.

Enquanto, depois dessa declaração de amor, Ricardo colocava o carro em movimento, Márcio e Angélica chegavam ao apartamento. Já dentro do elevador, a esposa já estava toda entregue à paixão, fruto da felicidade de ter o marido ali consigo. Na noite anterior ele dormiu em um hotel numa cidade vizinha por conta das infantilidades dela.

Ao abraçá-lo, sentiu todo o calor que emanava do seu corpo, principalmente as temperaturas que emanavam de seu órgão sexual. “- Nosso amor, já está assim, completamente amalucado pela sua dinamite”, perguntou a empresária fixando bem o olhar na face do editor. “- Saudades da minha adorável esposa que morre de ciúmes de tudo e de todos”, disse Márcio.

“- Meu lindo, não vou te prometer mais nada. Preciso apenas não reagir, mas agir. Então não sei o que será pior”, disse Angélica rindo e beijando novamente o editor, já fazendo carinho no pênis dele. Márcio tenta se conter, mas a paixão, o desejo, são maiores e ele acaricia a bunda da empresária que mordisca a sua orelha.

Dentro do apartamento, o casal desgrudado corporalmente, contudo, com a certeza de que as almas estavam juntas, Angélica pediu ao esposo para preparar um drinque para os dois enquanto ela deixava as roupas no quarto de hóspedes. Márcio, mesmo estando com o desejo em alta, foi à sala preparou dois copos de uísque com água de coco, colocou uma música que sabia estar do agrado da esposa e ficou em pé com um dos copos na mão olhando a noite.

Naquele momento de puro êxtase foi como se o editor enxergasse sua alma abraçada à de Angélica. O que viu deixou seu coração mais encantado, rindo sozinho. De fato, ela era completamente destrambelhada, não conseguia segurar o ciúme, dizendo o que lhe vinha na cabeça, mas quando estava com ela, o mundo parava de girar.

Deu uma golada no uísque que quase terminou com o conteúdo do copo. Queria muito dizer às estrelas o quanto era feliz. “Ela é uma espoleta, uma dinamite que explodiu aquele mundo pacato, metódico que eu tinha por medo de ser feliz”, disse baixinho o editor, quando sentiu as mãos da esposa lhe abraçando pela cintura.

“- Sabia que é errado falar sozinho e baixinho? Um mosquito pode passar, ouvir e contar para todo mundo que o meu marido, mesmo sabendo que sou uma dinamite enciumada, me ama do jeitinho que sou”, disse Angélica virando Márcio defronte para ela, o beijando apaixonadamente. O afeto transmitido no beijo foi retribuído pelo editor que, em seguida, pegou a empresária pela mão, a levando para o sofá.

– Aqui está sua bebida. Colocarei outra dose no meu copo.

A música preenchia todos os comportamentos do apartamento, enquanto o casal se sentia como dois namorados. Era o desejo deles ficarem como estavam, sem pressa, deixando os corpos se acomodarem às querências das almas. Angélica se ajustou ao corpo do marido no sofá e ambos ouviram a música entoada pelos corações apaixonados. Nenhum dos dois desejava tocar no assunto do dia anterior, mesmo porque ele não voltaria. Pelo contrário, Márcio e Angélica tinha uma vida pela frente e já bastavam as bolas de ferro que a empresária carregava consigo.

Os dois ficaram ali, em silêncio, por pelo menos uma meia-hora enquanto uma música sucedia a outra, enquanto a esposa tentava formular alguma coisa para dizer ao marido como quem pedia uma prova, uma certeza de que no dia seguinte ele estaria ali com ela.

“- Amor! Não precisa temer nada. Você só precisa seguir em frente tendo a certeza de que te amo imensamente”, disse Márcio.

“- Então por que fugiu ontem”, inquiriu a esposa.

“- Queria pensar um pouco. Desejava me encontrar comigo mesmo. Achava que estava fazendo algo de errado, pois não conseguia te dar paz e serenidade para me amar do jeito que você deseja e ser amada da maneira como merece”, respondeu o marido.

Angélica levantou seu tronco do assento do sofá, olhando para o editor e em silêncio subiu sobre o seu corpo, o beijando dizendo que se tentasse fazer aquilo novamente, ela não responderia pelas consequências. “- Não haverá necessidade de nada disso, pois só desejo uma coisa hoje, amanhã e enquanto a eternidade durar: te amar incondicionalmente, minha dinamite esmeraldina”, respondeu Márcio beijando ardentemente a esposa e já avançando as mãos pelas partes tentadoras de Angélica.

Ela o segurou pelas mãos, e ao se levantar lhe disse que esperasse. “- Antes vamos tomar banho. Vai você primeiro e depois eu. Tenho uma coisinha para lhe mostrar e tenho certeza de que gostará. Pode ser amor”, perguntou a empresária, contando com a anuência do editor que apenas meneou a cabeça confirmando o desejo da empresária.

Tentando esconder a enorme ereção que tinha, Márcio se levantou e quando Angélica percebeu, deu um tapa na bunda do esposo dizendo que queria tudo aquilo fazendo-a chegar nas estrelas. “- Estou com saudades dele pulsando dentro de mim, minha paixão”, concluiu a esposa, enquanto o marido se caminhava para o banheiro e ela indo ao quarto de hóspedes para separar a surpresa que tinha preparado para o editor desde o dia anterior.

Sabedora do conservadorismo de Márcio, Angélica não preparou nada extraordinário, mas algo que sabia o deixaria a querendo mais do que tudo. A empresária sabia também de seus limites e não iria colocar em risco nada que não pudesse suportar. Ainda eram claras as imagens daqueles pesadelos do começo da semana.

Ela entrar no quarto e acomoda o lingerie que havia adquirido naquela loja do shopping. Não era nada especial, dizia-se para si mesma, mas a cor tinha muita importância, pelo menos a esposa a considerava assim. Quando o marido deixa o banheiro, a empresária o está esperando na sala com uma taça de vinho e um copo com uísque para ele. “- O último da noite, meu amor. Já tomou muito hoje. Quero você durinho e inteirinho só para o meu, o nosso prazer, meu neguinho delicioso”, disse Angélica sussurrando no ouvido do editor que sentiu o corpo interior arrepiar até chegando n’alma.

Antes de deixar o marido sozinho na sala, a esposa sorveu um grande gole do vinho, restando apenas uma pequena quantidade dentro da taça e dando aquele beijo molhado no editor, lhe disse que para espera-la e bem aceso. Enquanto Angélica se banhava, Márcio mudou a playlist, inclusive reduzindo a iluminação da sala, fazendo com que a luz das estrelas fizesse um contraponto com o interior do apartamento.

Olhando para as constelações que tornavam o céu uma maravilha a ser visitada constantemente pela sua alma, ficou ali observando tudo e ao mesmo tempo tentando entender como seria a sua vida se Angélica não estivesse nela. Entendeu que continuaria lá no jornal, se afundando com ele. Roberto infeliz com Danisa e Fernanda ainda batendo cabeça procurando o homem ideal. Não se sentia responsável pelos rumos que a vida de cada um estava tomando, mas havia ali em seu coração uma felicidade, uma serenidade dividida com as estrelas.

É rebocado de volta à terra quando escuta a voz da mulher lhe perguntando se teria que disputá-lo aquela noite com as estrelas. Quando Márcio se vira, enxerga a mulher vestida numa saída de banho verde, com tonalidades mais claras do que os olhos da esposa. O resultado ela pode ver pelo volume entre as pernas dele que depois do banho havia colocando uma bermuda leve.

Caminhando em direção do marido, Angélica, abrindo a saída de banho, lhe pergunta se desejaria descobrir mais coisas. Márcio observa então que ela está com um minúsculo lingerie verde da cor dos olhos dela. Parecia cobrir apenas os mamilos e a vulva, o que o deixou mais doido de tesão pela empresária. Observando o efeito que provocou no editor, ela disse que o marido só acessaria alguma coisa naquele corpo se lhe aplicasse uma massagem daquelas que a fazia querer grudar no teto do apartamento.

Ao se aproximar do esposo, a empresária pode sentir todo o desejo que contigo naquele corpo. Os olhos de Márcio pareciam duas estrelas de tão brilhantes que estavam. Ele chega até ela e, ao abraçá-la, Angélica sentiu o calor que emanava do corpo dele que, ao contato com o dela, pareceu que desfaleceria, assim como Angélica. O beijo foi como se ambos jogassem palitos de fósforos aceso num tanque de combustível.

Enquanto se beijavam, o casal fez jura de amor eterno e as lágrimas escorriam dos olhos dos dois que externavam naquele beijo e no calor do corpo o tamanho da paixão que nutriam um pelo outro, bem como o medo de não ter o parceiro no dia seguinte. Márcio pega a esposa no colo, a levando para o quarto.

A caminhada da sala até a alcova parecia não existir, pois marido e a mulher se sentiam flutuando. Ela fixa no olhar dele, sussurrava: “- Marzinho sou louca pelo seu amor. Te amo de todo meu coração” e em seguida debruçou a cabeça no ombro dele. Quando chegaram próximo à cama, lentamente, o marido a colocou na cama lhe perguntando como gostaria da massagem.

– Do jeito que somente tu sabes fazer, meu querido.

Márcio solicitou que ela ficasse de costas para ele, enquanto pegava o gel para massagens. Quando ela tirou completamente o roupão, o esposo pode ver corretamente o tamanho da calcinha que Angélica estava usando. Ao despejar um pouco do líquido na parte de cima do corpo, o editor perceber que os pelos ficaram eriçados e encostando o falo na bunda da esposa, ela ficou completamente arrepiada.

Com as mãos, o editor apertava aqui e ali a partir das costas, subia, descia, ora pressionava os dedos com um quantum mais de força, para no momento seguinte usá-los de forma bem suave, fazendo com que a esposa arfasse, indicando todo o prazer que sentia e ficando mais relaxada do que já estava. O esposo, ao invés de passar das costas para a bunda, mudou a ação, iniciando pelas solas dos pés, levando Angélica ao êxtase. Massageou os tornozelos, enquanto ela sussurrava: “- Aí amor que delicia, está me deixando mais doida ainda”, dizia a esposa.

Dos tornozelos, Márcio passou pela panturrilha, chegando a região das coxas. Depois repetiu os movimentos na outra perna. Todo o trabalho levou uma hora, pois o massagista não tinha pressa em nenhum dos movimentos que fazia. Ao pedir a esposa para virar porque faria o mesmo procedimento na parte da frente, Angélica o fitou com os olhos vidrados, perguntando o que era aquilo.

– Ué! A madame pediu uma massagem, então estou fazendo, mas ainda falta mais uma parte.

“- Quer me ver acabar de tesão sem antes ser consumida por esse pau delicioso que tu tens, meu amor”, perguntou a empresária, usando as pernas para puxar o corpo do marido sobre o seu. Assim que se encontraram, ela começou a beijá-lo, o mordendo lentamente pedindo para senti-lo inteirinho dentro dela. Enquanto era beijado, Márcio notou uma das mãos da esposa lhe retirando a bermuda de forma apressada.

Percebendo o falo do esposo roçando o tecido de sua minúscula calcinha, Angélica arfou de prazer. Lentamente com uma das mãos, Márcio foi puxando a peça e ao mesmo tempo dedilhando os lábios vaginais da empresária que tinha a respiração acelerada e, ao sentir os dedos do marido, sendo introduzidos em sua genitália, gritou de prazer.

Indicando não ter a menor pressa naquela noite, o editor foi beijando o corpo da esposa, lhe dizendo que naquela parte a massagem seria feita com os lábios e as mãos, terminando de tirar a calcinha com a boca, enquanto Angélica não se segurava mais de tanto prazer. Quando Márcio lhe tomou o sexo na boca, a empresária fechou as pernas em torno da cabeça do marido, gozando alucinadamente, deixando o rosto dele todo encharcado com seus fluídos de puro êxtase.

Com a cabeça do Márcio entre as pernas, Angélica foi sacudida por vários pequenos orgasmos que a deixaram mais sensíveis e desejosa do marido. Passado a primeira euforia do gozo, ela levanta o tronco e olhando para o editor pede mais, contudo, desejou que ele fizesse diferente, o empurrando suavemente, se colocando por cima, pegando o membro dele com uma das mãos, fazendo uma pequena masturbação, o colocando em seguida na boca, mas antes solicitou que o esposo usasse o vibrador enquanto massageava o clitóris dela.

Sem pensar duas vezes, Márcio atendeu o pedido da empresária umedecendo o ânus de Angélica colocou o vibrador lá enquanto devorava a vagina dela com a língua.  A empresária não aguentou muito tempo, gozando novamente, desta vez tendo o pênis do editor na boca, ela gemia de prazer.

Tentando se refazer do segundo orgasmo, a esposa de Márcio continuou na felação, até que forçando a bunda dela sobre seu rosto preencheu boa parde da vagina dela, que ficando sentando sobre a face do marido, berrou de prazer, perguntando se ele desejava vê-la morta de tanto gozar.

Quando saiu de cima do rosto de seu marido-amante-amigo, Angélica fitou o esposo que pode ver o quanto os olhos dela estavam esverdeados. Ela pediu para sentir o sabor de todos aqueles fluidos espalhados pelo rosto dele. Ao fazer isso, beijando, o lambendo, Márcio introduziu seu pênis entumecido na vagina de Angélica que urrou de prazer.

O movimento dos dois corpos, com ela em cima e o marido embaixo, alucinava o casal. Márcio delirava falando palavras desconexas dirigidas à esposa e entre todas que a amava loucamente. Em uma sincronia perfeita, os dois corpos atingiram o clímax no mesmo momento.

Ofegante, o casal se deixou ficar por minutos. Durante o tempo todo, Angélica ficou por cima, beijando, chorando dizendo que não o deixaria em hipótese alguma. Refeita do orgasmo, a empresária reiniciou os movimentos no que foi acompanhado pelo esposo numa ação lenta, porém firme, permitindo que Angélica sentisse todo o prazer daquela transa. Ao virá-la, a deixando por baixo, o marido a penetrou com profundidade, fazendo com que ela gozasse abundantemente, sendo seguida por ele que desabou do lado dela.

Meia-hora depois, o casal se levanta, já resposto dos orgasmos, se dirige ao banheiro para se higienizar. Debaixo do chuveiro, a esposa volta a fazer carinhos no esposo que corresponde imediatamente. “- Meu deus do céu que esposa mais deliciosa eu tenho”, disse Márcio ouvindo como resposta” “-Então venha me dar prazer, me fazer a mulher mais feliz do mundo, meu preto gostoso”.

O editor se ajoelha tomando na boca a vagina de Angélica que segura a cabeça do esposo entre as pernas, colocando uma delas nas costas dele para facilitar a penetração da língua do editor que a fez gozar novamente de maneira a sentir as próprias pernas tremerem. Márcio se coloca de pé, pegando a esposa no colo a penetrando profundamente, enquanto ela lhe mordisca a orelha pedindo mais. Cinco minutos depois, os dois gozam juntos novamente e, exausto, ele a tira de seu colo e se banham outra vez.

Ainda ofegantes do último orgasmo, Marcio e Angélica se jogam na cama, e o editor olha carinhosamente para a esposa. “- Mais uma dessas e nós dois vamos parar no hospital”, disse o marido obtendo como resposta que a empresária iria com o maior prazer. “- Meu deus Marzinho, você é muito gostoso. Acha mesmo que te deixarei para as outras? Mas é nunquinha. Se isso acontecer pode me mandar para o hospital psiquiátrico”.

Os dois ficaram por cerca de uma hora conversando sobre tudo e nada, e às vezes escutando a respiração do outro, os batimentos cardíacos até que o editor disse que iria à cozinha tomar água. “- Traga-me um copo amor. Precisarei de um litro para repor tudo o que perdi nessa magistral trepada”, afirmou Angélica.

Ao retornar com a jarra contendo água e um copo para a esposa, Márcio já a encontrou vestida com um baby-dool muito sexy, valendo um comentário sacana por parte dele. “- Desse jeito tu não quer que eu durma. Assim será impossível deixar meu pau relaxando. Olha como ele está”, disse o esposo mostrando o pênis ereto para a mulher.

“- Isso tudo é só meu e de mais ninguém”, disse Angélica o puxando pelo membro, o colocando na boca, provocando arrepios no marido que ficou ensandecido quando ela o chupava, massageando o seu escrotal. Quem assistia a cena do alto, percebia como o editor retesava o corpo inteiro tentando segurar a ejaculação, mas por mais que tentou, não conseguiu se segurar, gozando na boca da esposa que adorou senti-lo daquela forma.

“- Agora sim, podemos dormir. Ambos estamos com nossas bocas satisfeitas”, informou a empresária, enquanto se encaminhava para o banheiro para higienizar a boca e beber a água que o marido trouxe. Assim que ela saiu do lavabo, o editor entrou e limpou-se, retornando, se vestindo para dormir.

Satisfeitos, os dois dormiram abraçados um com o outro tendo a certeza de que o dia seguinte será belo como foi a trepada dos dois. O relógio indicava que a madrugada já ia alta e o casal em pensamento fazendo juras individuais de amor.

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