Olhar Crítico

Educação

Em tempos bicudos, nos quais, a maior parte da sociedade brasileira se mantém de costas para a educação – acreditando que ela deva dar conta das avassaladoras informações transformando-a em conhecimento e também passar valores como os de ética e moral, ou seja, respeito ao próximo – eis que um profissional penapolense criou um projeto psicológico voltado para o universo escolar. Trata-se do psicólogo Ricardo Tomazini – que também assina uma coluna aqui no INTERIOR aos domingos. O seu trabalho consistirá em conversações com os estudantes da rede pública de ensino enfocando dois aspectos significativos da existência humana: os sentimentos e as emoções.

 

Escopo

De acordo com Tomazini, o objetivo é auxiliar os alunos, que participarão da execução do projeto, a compreender seus sentimentos, suas emoções e as razões de ser dessas duas categorias psicológicas que o homem é portador, sendo que estão sendo mais evidenciadas nesses tempos chamados de modernos e contemporâneos. O psicólogo começará suas abordagens por duas escolas penapolenses: a EE Carlos Sampaio Filho e a EE Joana Helena. Presenciei uma pequena apresentação do projeto e de como o mesmo será executado com os estudantes. É importante ressaltar que Ricardo Tomazini fará esse trabalho voluntariamente. Desta forma, pela importância do trabalho, parabenizo o psicólogo e as diretorias das duas instituições de ensino por proporcionar esse tipo de atividade aos seus corpos discentes. Que outras unidades escolares participarem do certame!

 

Poesia

E como estou no campo da educação, aproveito o ensejo para parabenizar o filósofo e educador, Luiz Cláudio Tonchis – que se tornou dirigente escolar – pelo lançamento, no próximo dia 3 de março, do seu segundo livro. Se no primeiro, o enfoque fora dado ao tema de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), neste segundo, Pontilhismo de solidão, o autor vai dar trato aos versos e poemas, bem como rimas e demais figuras de linguagem num texto recheado com imagens poéticas, deixando evidentes a verve e a queda de Tonchis pelo mundo enunciativo de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). O lançamento ocorrerá no núcleo acadêmico de uma instituição de ensino superior em Penápolis. Desde já, evidencio aqui os meus parabéns ao mais novo poeta-professor-prosador de nossa cidade.

 

Demagogia

Deixando o universo da educação e ingressando no mundo da política que, recentemente produziu pérolas para o folclore penapolense por conta de um embate envolvendo um blogueiro e o atual prefeito, em virtude dos vestibulares da UNIVESP e uma possível reprova do alcaide e seu vice no processo seletivo para fazer o curso de Gestão Pública. Sem querer entrar no mérito da peleja, prefiro tangenciá-la e ir a outro ponto significativo da vida ativa na Terra de Maria Chica: a polêmica deste chefe do Executivo e seu ex-vice-prefeito. Aqui também não vou alimentar o diz-que-me-disse, mas apenas tentar entender uma frase que pode ter ficado meio perdida no tiroteio entre os dois políticos. “Eu amo meu povo e o trabalho que estou fazendo como prefeito”. Em minha singela opinião, não passa de uma frase de efeito que me faz reportar a líderes populistas, como Getúlio Vargas, e outros seus posteriores presidentes republicanos. Todos sabem que a demagogia tem dessas coisas.

 

Merreca

Ao empreender um trabalho científico sobre a matéria, qual seja, o populismo e seus desdobramentos, eis que eu encontro afirmações semelhantes de políticos que, para chegarem ao poder, conduzidos por seus marqueteiros, esbravejam, para não dizer, vociferam aqui e ali o seu “amor ao povo”, todavia, seus escopos eram totalmente outros. Desta forma, não consigo compreender essa observação quando eu a confronto com outra tecida pelo mesmo político, porém, a enunciação foi feita quando a imprensa o interpelou sobre a condenação em segunda instância aplicada a ele pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: sentença pesada por conta de uma merreca, teria dito o alcaide. O termo encontra eco junto à população mais carente da cidade que, em muitos casos, não têm essa merreca para sustentar sua família. Mas passemos adiante.

 

Calvário

Se por um lado, temos essas questões emblemáticas de “amor ao povo”, por outro, o chefe do Executivo tem mais um abacaxi para descascar por conta de outro concurso público. Desta vez, a peleja diz respeito ao certame para contratar enfermeiros para o PSF (Programa Saúde da Família). Vejam bem, meus caros leitores, não sou eu quem o sentenciou, mas sim o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Conforme matéria veiculada nesse periódico na última sexta-feira, 23, o tribunal de contas paulista determinou que os enfermeiros contratados pela prefeitura mediante concurso deveriam ser desligados e o motivo seria uma irregularidade no edital do concurso. Não sou douto em lei, entretanto, exigir que o postulante ao cargo fosse portador de uma CNH, me parece meio esdruxulo, todavia, deixo a pendenga com quem entende do riscado, como se diz no jargão popular, entretanto, é possível dizer que o PSF (Programa Saúde da Família) está tirando a saúde financeira e eleitoral de muitos gestores do sério.

 

Trânsito

Quando a temática diz respeito ao trânsito penapolense, se evidencia que nem tudo vai mal lá pelos lados do reino da Dinamarca. Já escrevi aqui há algum tempo sobre os passos que a administração municipal vem dando no sentido de municipalizar o trânsito penapolense. Mas é preciso ousar! Não adianta municipalizar e deixar que a Polícia Militar faça o serviço que uma Guarda Municipal possa desenvolver. Com a adoção do procedimento, os recursos virão e com eles, dentro do que prevê a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), será possível criar despesas que manterão o agrupamento, apresentando a fonte de renda para o seus custeios. Já disse isso ao secretário de Mobilização Urbana, o PM Rodoviário aposentado, Mauro Olympio. Portanto, sem a criação da guarda, a municipalização do trânsito ficará manquitola e poderá também entrar para o folclore da política penapolense. Por hoje é só pessoal, na próxima coluna, quem sabe não se tem mais notícias do filme Tudo por uma esmeralda. O que se sabe é que a película voltou para Penápolis por determinação das alçadas superiores. Mas, de qualquer forma, aguardemos o trebelhar do tabuleiro jurídico. E-mail: gildassociais@bol.com.br; gilcriticapontual@gmail.com; www.criticapontual.com.br.

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