Olhar Crítico

Da Consciência…

Começo os meus aforismas dominicais neste dia 19 de novembro – Dia do Pavilhão Nacional [Bandeira Nacional] -, lembrando que amanhã, 20, a data é dedicada à Consciência Negra. Ou melhor, de ser afro-brasileiro. Sendo assim, inicio com a seguinte frase para os meus leitores refletirem nessa dupla comemoração: “numa sociedade que classifica conforme a aparência, aos negros são reservados cargos de menor prestígio” [Flávia Lima]. Será que a autora desse excerto se equivocou? Talvez para os apressados, sim, ainda mais se quiserem se esconder atrás da pecha da famigerada democracia racial. Mas observemos alguns olhares…

 

… Negra …

Como externei no aforisma acima, e reproduzindo falas de alguns dos meus alunos, se o Brasil compusesse, de fato, um território justo, pautado por ações éticas e com valores morais positivos enraizados desde a gênese desta Nação, não haveria necessidade de se dedicar um dia para resgatar a contribuição dos africanos – trasladados para cá a força e na condição de mercadoria, portanto, coisa – na edificação deste país. Entretanto, esse Brasil não é assim e ainda é possível encontrar em abundância comportamentos senzaleiros. Muitos negam tê-los, todavia, é só se observar o cotidiano das pessoas e como elas olham os seus semelhantes possuidores de pigmentações, para compreender como enxergam os descendentes de escravo.  

 

… à Proclamação

Todos são cônscios que o Brasil monárquico foi sepultado na madrugada de 15 de novembro de 1889 – para quem não sabia, foi num sábado. Até ai nada de mais, a não ser que uma das causas que levaram a queda do Império foi justamente a questão escravista, levando em conta que o país foi o último país latino-americano a eliminar esse abjeto modo de produção que explorava o outro até a exaustão física, sem lhe pegar um centavo se quer, exceto casa [palafitas e senzalas fétidas e escuras]; comida [sobras das mesas dos futuros “coronéis”] e roupas que mais se assemelhavam a andrajos do que realmente vestes.

 

… da República

Está certo: o problema escravista serviu para banir a Corte de D. Pedro II dos territórios brasileiros, mas não o suficiente para exterminar o aviltamento que seguidas gerações sofreram nas mãos de ensandecidos escravagistas e seus inescrupulosos capatazes. Foram-se os grilhões com a publicação do decreto imperial na manhã de 13 de maio de 1888 – por incrível que pareça também um sábado -, mas permaneceram os hábitos. Desta forma, a frase, segundo a qual, após a alforria dos afro-brasileiros, seria preciso libertar os escravagistas, continua sendo válida para essas primeiras décadas do Terceiro Milênio, o que é lamentável, pois o fim da escravidão sepultou-se um regime, provocando a gênese de outro, entretanto, não foi capaz de alterar os costumes e a moral de um país que se quer passar por moderno, no entanto, sustentando atitudes caquéticas e um Congresso Nacional e sua casta de político apodrecendo diariamente.

 

Sandice?

Muitos podem dizer que essa coisa de pré-conceito e preconceito é sandice de quem se acha superior ao seu semelhante, contudo, não é e, só sabe o que isso significa quem sofreu e sofre em seu cotidiano as exclusões veladas ou quando se é, constantemente, preterido, não só pelo pertencimento étnico, mas, sobretudo, por ter uma postura crítica diante dos acontecimentos políticos e ideológicos do Brasil do presente. Todavia, se se quiser continuar à obra de se construir um país de fato, de direito e habitados por cidadãos com cidadania, não se pode esquecer o trabalho daqueles que lutaram para ver eliminado o aviltante sistema escravista. Destaca-se entre tantos, o abolicionista Luiz Gama e também muitos integrantes da Maçonaria, Ordem que não aceitava em seus quadros integrantes que tivessem escravos.

 

Povo!!!

Se no passado, jovens militares apearam do poder central o monarca e seus súditos, instaurando a República, no presente, a população precisa, honrando o pavilhão nacional, dar um basta nos desfalques que vem assolando os cofres públicos. A prática é nefasta, mas está perdurando porque conta com a anuência do cidadão que é chamado, a cada quatro anos, para escolher seus representantes nos Executivos e legislativos municipais e estaduais e, de quebra, no Federal. Portanto, não se pode mais aceitar essa lamentação de que político é tudo igual, pois se eles existem é por anuência do indivíduo que troca seu voto por relés churrasco e um engradado de cerveja – quadro dantesco e patético, porém real! Esses sujeitos no dia seguinte reclamam, oferecem a mesma ladainha aos seus interlocutores apontando que político é tudo igual. Mas não será o contrário, ou seja, os eleitores serem semelhantes aos seus escolhidos na hora de votarem e acreditarem em promessas ocas?

 

Ciência

Deixando essa interpelação aos meus caros amigos leitores e me enveredando por outra seara, quero lembrar a todos que percorreram os meus aforismas até aqui que a Escola Estadual Prof.º. João Teixeira Sampaio realizará no dia 24 deste mês sua 1ª Mostra Científica e Cultural. O evento acontecerá entre às 8h e às 12h nas dependências da unidade educacional. Uma ótima oportunidade para conferir os resultados das atividades que os alunos da escola pública vêm realizando durante o ano letivo. Todos estão de parabéns pelo resultado, ainda mais agora que a sociedade está de costa para a educação e professores e suas equipes gestoras, muitas vezes, órfãos e reféns do descaso das autoridades educacionais do nosso país, mais preocupadas em se manterem em seus postos e amealhar fortunas advindas dos cofres públicos.

 

Vestibulinho

Enquanto a mais nova escola estadual de Penápolis se prepara para a sua primeira mostra de trabalhos científicos e culturais, a ETEC (Escola Técnica) “João Jorge Geraissate”, mais conhecida como “Colégio Agrícola”, já está com inscrições abertas para o Vestibulinho que selecionará os alunos que almejam fazer o ensino médio casado com um curso técnico, por exemplo, Técnico em Agropecuária. As inscrições estarão abertas até o dia 13 de dezembro no site da instituição: www.colegioagricola.com.br. Então, aquele aluno que termina agora o segundo ciclo do ensino fundamental e se sente impelido para as formações agrícolas, esta é uma grande oportunidade. Por hoje é só: gildassociais@bol.com.br; gilcriticapontual@gmail.com, social@criticapontual.com.br. www.criticapontual.com.br.

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