Olhar Crítico

Casa de Estar

Imagem/SOS – Casa de Estar é reformada depois de duas décadas de funcionamento

Social

Nesta primeira coluna de fevereiro, mês destinado aos festejos de Momo – para uns de muita festança, para outros de reflexões espirituais -, a temática é o mundo social de Penápolis. O assunto é para lá de polêmico, pois até onde eu sei as autoridades constituídas eleitoralmente ainda não conseguiram equacionar a problemática, pois se tem informações que aquilo que seria transformado em estação da Cultura virou mesmo moradia dos esmoleiros, mendigos e moradores de rua, conforme notícia veiculada em um jornal regional. Isso sem contar o coreto de uma tradicional praça da cidade, que vira e mexe, vira covil de desocupados e outros proxenetas. Mas a culpa é de quem? Talvez do chá das cinco ou o cerimonial que o deixou esfriando, entretanto, ai já não é com este colunista, mas sim que ocupa os principais assentos do poder municipal, mais especificamente no Paço Municipal e a assessoria voltada para o universo do social.

 

Reforma

Se por um lado, o cerimonial municipal do chá das cinco não conseguiu nos últimos três anos dar conta de equacionar esses dois imbróglios sociais – e olha que ainda temos a questão do tráfico de drogas que traga cada dia que passa nossos adolescentes, transformando-os em soldados mortos-vivos um túnel que não tem mais volta -, por outro, não posso deixar aqui de parabenizar a direção do SOS (Serviço de Obras Sociais) do município, quiçá os problemas de caixa que vem a entidade enfrentando nos últimos tempos por uma miríade de fatores, consegue andar e mostrar que quando se quer se faz e quando se pensa somente no próximo pleito, enrola-se dizendo que já fez e para fazer valer o “sim” se posa para fotos. Mas deixando as fotorreportagens eleitoreiras de lado e adentrando ao universo prático, a espora de ouro vai para o SOS que conseguiu, através de uma parceira com empresa do ramo imobiliário de Rio Preto, reformar a Casa de Estar (foto).

 

Casa Estar

Para quem não sabe, a Casa de Estar funciona dentro do espaço em que está instalado o SOS na Avenida Antônio Veronese, 39A, entre as vilas Fátima e América. Há 20 anos vem proporcionando àqueles homens que não tem onde morar, mas querem reconstruir suas existências sociais. Ao todo são 17 moradores que a partir da benevolência dessa empresa rio-pretense e do trabalho abnegado de sujeitos sociais que sempre pensam no bem-estar alheio, residirão num local acolhedor. É bom lembrar que os assistidos também almoçam e jantam no próprio SOS que recebe subvenção durante 10 meses, mas não deixa de assistir os necessitados um dia sequer durante o ano todo e olha que 2016 é ano bissexto.

 

Sepulcro e cidadania

Deixando a esfera do social de lado, mas nem tanto assim, pois o mesmo tem e é reflexo das ações dos nossos vereadores cujo escopo principal é fiscalizar os atos do Executivo e não apenas integrar um órgão de chancela do prefeito, o sindicalista Cristiano Alves ocupará a tribuna livre da Câmara Municipal na noite de hoje – cuja sessão ao que se espera terá a presença do atual prefeito que deverá explicar e expor para os legisladores e aos demais eleitores da cidade seu plano de ação para o seu último mandato como chefe do Executivo e arauto do PSDB local. O objetivo do sindicalista, portador de todos os direitos políticos, é saber o motivo que levou a maioria dos vereadores a mandar seu pedido para o sepulcro da cidadania. É preciso acrescentar que o solicitante o fez no exercício pleno de sua cidadania ao requerer junto aos representantes do povo a abertura duma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para apurar possíveis irregularidades cometidas por um vereador, com cargo na mesa diretora, durante a sua dupla jornada, ou seja, de legislador e servidor municipal.

 

“Biopolítica”

Se os representantes da municipalidade mandaram o pedido de um ser coletivo, que no exercício pleno de sua individualidade política faz uma solicitação, para a necrópole política, objetivando silenciá-lo ou coisa parecida, o Ministério Público abriu procedimento investigatório, enquanto os nossos vereadores ficam com a pecha de coveiros da cidadania. E é justamente isso que Alves quer saber: qual foi o motivo que levou nossos legisladores a usarem de um ataúde ideológico, vamos assim dizer, para não apontar o corporativismo partidário, muito próprio de políticas palacianas de um estado patrimonialista. Novamente, ai não é com este cidadão que vos escreve caro internauta, mas sim como vosso representante na Câmara, sendo assim, pergunte-lhe. Desta forma, acredito que a fala de Cristiano Alves hoje durante a estada do prefeito em sua antiga Casa, será alvissareira, mesmo porque o sindicalista, juntamente com seus advogados, estudam caminhos para pedir o cancelamento daquela, até onde se sabe foi vexatória para a democracia, sessão extraordinária em que a cidadania foi estrangulada e enxovalhada.

 

Definições

E já que a temática é política, na última quinta-feira os filiados do Partido Verde local realizaram mais uma reunião visando o pleito de 2016 e também a solidificação da legenda com alternativa ao que ai está, seja no âmbito do Executivo ou no Legislativo – onde só tem um vereador, já que três caíram nos encantos da sereia homérica – dominado por acordos e conchavos e apadrinhamentos desde que os vereadores assumiram seus postos legados democraticamente pela população por intermédio das urnas. Deixando essas tratativas para um segundo momento, quando a onça, como se diz no jargão popular, beberá água, isto é, em outubro quando o eleitor, conclamado a usar o seu poder de fato, qual seja, o sim ou o não das urnas – só não vale o voto branco ou o nulo, pois se proceder assim aceitará qualquer coisa que possa emergir daquele processo. Voltemos ao PV e o seu encontro que serviu para começar discussões sobre os pré-candidatos aos cargos de vereador na Câmara que serão disponibilizados aos cidadãos com cidadania. Os Verdes também deram mais alguns passos na confecção do plano de governo que será apresentado à população, tão logo a legislação eleitoral assim o permitir.

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