Olhar Crítico

Literatura

Começo meus aforismas dominicais abordando uma temática assaz interessante para todos que acessam os tópicos que escrevo e estampam semanalmente esse espaço aqui no INTERIOR. Meus leitores sabem o apreço que tenho pela literatura em suas diversas formas enunciativas e de quebra, a escrita que deve seguir, sobretudo, a vontade de o autor se comunicar com o mundo material, levando sempre em conta que o poeta, nos dizeres de Friedrich Nietzsche (1844-1900) compõem seus enredos a partir das situações que o meio social lhe oferece, entretanto, há que se levar em conta também o que lhe vai n’alma.

 

Entrevista

Pois bem, meus caros leitores, é sobre essa problematização que concedi entrevista ao blog Orelha de papel (https://orelhadepapel.blogspot.com/2021/10/entrevista-de-gilberto-de-assis-barbosa.html?m=0&fbclid=IwAR2ze2hrQ2XxOFn_H6yLRIu1kDsnTM86NTjUFb3BxtVBAJ0IwpvOtPaRwpI). Tratei de várias temáticas que vão, desde a produção textual, escrita, narrativa e outras poéticas, até as pesquisas que venho realizando no momento e outros trabalhos já concretizados e a espera do momento alvissareiro para disponibilizá-los no formato livro, como um em que trato de questões alusivas ao racismo no interior da literatura brasileira. Discorri também sobre as minhas inquietações relativas ao Brasil de hoje que é escarrado a Nação do pretérito em que o escravismo ditava as relações sociais e econômicas. Foi-se o escravismo, permaneceu-se o hábito.

 

Esperanças

Ao ser interpelado pelo blogueiro e escritor, Luciano Lanzillotti, quanto ter esperança no homem, no brasileiro e no Brasil, respondi que é possível sim, pois sou um otimista, além de ser um tanto quanto utópico. Acrescentei que, caso eu não acreditasse que a humanidade, que está à beira dum colapso, seja capaz de encontrar uma saída, não haveria sentido estar aqui e nem em escrever esses aforismas, bem como conceder ao autor do livro Geometria do acaso, aquela série de respostas. Neste sentindo, entendo que a Filosofia, a Literatura e as demais poéticas têm papel fundamental na compreensão deste homem que se quer ser social objetivando a construção de um amanhã diferente do que existe no presente. “A filosofia se destina ao homem e a todos dizem respeito” é o que afirma Karl Jaspers (1883-1969) no prefácio do seu livro Introdução ao pensamento filosófico. Já no que diz respeito ao universo literário, aqueles que percorrem as páginas confeccionadas, por exemplo, por Jorge Amado (1912-2001) já sabem que um universo real se descortina por meio do ficcional.

 

Populismos

Indiquei também na entrevista que o meu atual interesse científico e literário é o mundo da política brasileira, mais especificamente o ressurgimento do populismo e do autoritarismo que reaparecem por desejo de um barulhento segmento da sociedade nacional que sonha com a volta dos coturnos, da truculência, da violência seja ela física ou simbólica, dentro daquilo que Fiódor Dostoievski (1821-1881) dizia sobre a incapacidade de o sujeito tolerar a própria liberdade, estando disposto a trocá-la pelo líder que lhe garanta pão e segurança. No caso da Nação que nos legou o escritor e crítico literário Machado de Assis (1839-1908), o anseio é para a manutenção de uma ordem estamental, herdada da Monarquia e mantida pela República.

 

Debandada

E o governo de Caíque Rossi registra a primeira baixa em seu secretariado. Conforme noticiou este jornal a partir de uma nota à imprensa divulgada pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura local, o professor-doutor em direito, Arthur Bezerra de Souza Júnior, não é mais o secretário para assuntos da Administração do atual chefe do Executivo. “Júnior”, como é conhecido entre seus amigos, alçará outros voos, levando consigo a experiência de ter ocupado um cargo na estrutura da administração pública brasileira. Provavelmente um dos fatores principais desta sua curta passagem pelo Paço Municipal local é a certeza de haver uma diferença gritante entre a ficção e a realidade, conforme dizia Aristóteles em seu clássico estudo intitulado Poéticas. No mundo da enunciação, ou melhor, da campanha política, como observava o pensador florentino Nicolau Maquiavel (1469-1527) em seu livro O príncipe, se diz uma coisa e depois quando se é governo a situação muda de lado e o que era oposição, vira situação e aquilo que era possível quando se vociferava pelos palanques aforas, se tornou impossível. Enfim, fico cá com uma questão que martela o meu cérebro: por que, em política, é tão complicado o ficcional abraçar o real e o governante concretizar aquilo que prometeu durante a campanha?

 

Pandemia

Até onde se sabe, a pandemia ainda não foi embora e por vários motivos, entre eles, a ausência de colaboração da população, além das políticas negacionistas apresentadas por setores do governo federal. Todavia, se faz necessário que cada um faça a sua parte no sentido de conter a propagação desta letal moléstia derivativa do vírus H1N1, o mesmo que causou a Gripe Espanhola que grassou pelo país entre 1918-1920. É preciso, antes de mais nada, entender a natureza desse e de outros vírus e em seguida parar de propalar coisas a respeito disso e daquilo sem o devido conhecimento. Já são mais de 600 mil mortes no Brasil, entre as quais, até o momento em que essas linhas eram confeccionadas, 251 óbitos em Penápolis. É preciso que haja um calendário vacinal bem definido para os próximos anos, visando a redução no número de falecimentos nas cercanias brasileira.

 

Política  

O ator Charles Chaplin (1889-1977), criador do genial Carlitos, disse certa vez que “os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo”. Nunca um olhar como este, foi tão importante nesse momento em que as autoridades constituídas eleitoralmente, movidas por desejos pessoais e plutocratas, depõem contra a população em diversos campos, principalmente em se tratando dos políticos que ocupam os legislativos espalhados pelo Brasil afora, inclusive nas Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional. Como todos sabem que o atual mandatário, para salvar o seu mandato, mandou o povo às favas e abraçou o Centrão e agora, com medo de não ser reeleito, pragueja aqui e ali, vocifera contra tudo e todos, inclusive as próprias instituições que permitiram que suas ideias truculentas, violentas e preconceituosas crescessem e ganhassem corpo junto a um eleitorado ressentido, contudo, como diz o olhar com o qual iniciei esse aforisma, aguardo que o povo, o eleitor, tenha consciência política e sabedoria para renovar as mercadorias políticas que povoam os mercados governamentais em nosso país. Fico por aqui desejando um excelente aniversário para a Terra de Maria Chica que a partir de amanhã estará em ano novo. gilcriticapontual@gmail.com, d.gilberto20@yahoo.com,   www.criticapontual.com.br

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