Educação

Amanhã haverá o retorno às aulas na rede pública e particular do Estado de São Paulo e o momento é delicado. Portanto, o que os educadores e equipes técnicas e pedagógicas das unidades escolares que passaram os últimos de férias de inverno se preparando para o retorno, desejam é que todos os envolvidos tenham consciência do momento complexo que a sociedade vem atravessando e respeitem todos os protocolos recomendados pelos cientistas. Parece-me que não é tão complicado assim, pois é necessário manter a distância regulamentada, além de usar máscaras e álcool gel.

Passado

É sempre significativo, na busca pela compreensão dos problemas que o presente nos aflige, analisar o passado da humanidade. Há no pretérito da espécie humana a Peste Negra que devastou parte da Europa em pleno período medieval e a doença foi transportada no lombo dos ratos e pelas pulgas. É só lermos um pouco mais sobre o massacre dos gatos e teremos uma ideia mais ou menos coerente para entender que ali o problema, além do universo higiênico, dizia respeito ao misticismo apregoado pelas autoridades eclesiásticas. Desta forma, me parece interessante analisar porque a história se repete, segundo o pensador alemão Karl Marx (1818-1883), uma vez como farsa e outra como tragédia.

Futuro

Para que o amanhã seja pleno, faz-se necessário a construção de um presente não baseado em toscas verborragias, mas tão somente em conhecimento científico. É neste sentido que o livro da jornalista estadunidense Isabel Wilkerson, Casta: as origens de nosso mal-estar, é alvissareiro, justamente para compreendermos como sociedades hierarquizadas, do ponto de vista vertical, estão mais propensas em construir tragédias ao longo de suas existências. É significativo notar que nesse campo da socialização, o público se confunde com o privado. Por isso, me parece que para o retorno às aulas, essas distinções precisam ser observadas a partir dos núcleos familiares: dentro de casa, se comporta de uma maneira, por exemplo, o não uso de máscaras, mas quando visitar alguém, quem chega e quem recebe, deve estar devidamente protegido e assim é o procedimento dentro das unidades escolares. Recomenda-se, mas na ausência do observado, entra o “dever”, pois nunca devemos fazer com o outro aquilo que não queremos para nós.

Emoções

Todos, indistintamente, foram afetados por essa pandemia que há 17 meses confinam, mais ou menos, os indivíduos dentro de suas residências que acabaram se transformando em masmorras, mas como dizem os infectologistas, essa pequena sinalização de volta à normalidade, não pode funcionar como uma espécie de vale-tudo. A cobertura vacinal ainda não atingiu os 70, 80% que pode aferir um grau de segurança maior e ainda há outra variante circulante entre nós. Então, o momento é para que todos conheçam a natureza do vírus, não só do H1N1 que provocou mais de 550 mil mortes no Brasil, como de outros que surgirão, já que o aquecimento global pode ser um dos responsáveis, como relata a jornalista em seu livro sobre o vírus Antraz.

Turismo

E já que a temática é o retorno, ou pelo menos a tentativa de se buscar uma normalidade mínima, o departamento de turismo do Sindicato do Comércio Varejista de Penápolis começa a organizar uma excursão para o SESC de Caldas Novas-GO que acontecerá entre os dias 03 e 08 de outubro. Como na segunda-feira, 04 de outubro é feriado em Penápolis, é uma excelente oportunidade, dentro dos protocolos sanitários, para um lazer dessa magnitude. Os interessados podem entrar em contato com Maria Cristina através do telefone 3654-0080, ramal 202.

Solidariedade

Sempre retorno ao tema por considerá-lo importante no sentido de se buscar uma saída para as mazelas sociais. O capitalismo é isso, como dizia de forma provocativa o professor Octávio Ianni (1926-2004), nos meus tempos de Unicamp, cabe a todos nós, cientistas sociais ou não, encontrar saídas para os problemas. Existem aqueles que acreditam que não há alternativas dentro do próprio capitalismo, portanto, somente com ruptura brusca, isto é, por meio de revoluções seja possível a instalação de uma nova ordem social. Neste sentido é interessante observação um olhar do pensador russo Mikhail Bakunin (1814-1876). Segundo ele, não adianta falar em revolução se a própria existência do propalador não for um ato revolucionário. Quem age desta forma, tem na boca um cadáver. Parece-me que seria a mesma coisa daquela enunciação do beija-flor que transporta no bico baldes para debelar o incêndio na floresta.

Racionalidade

Tendo olhares enunciados no aforisma acima, é que reitero aqui a realização da 12.ª Conferência Municipal de Assistência Social que acontecerá em Penápolis no dia 18 de agosto na sede da Apae. O evento, programado pelo Conselho Municipal de Assistência Social do município, objetiva debater questões alusivas à própria assistência social enquanto um direito do povo, já que paga religiosamente seus tributos e como tal espera que os valores sejam revertidos em prol da coletividade e não de grupos privados, conforme o escritor José Martiniano de Alencar (1829-1877) nos apresenta em seu livro Cartas de Erasmo ao Imperador, no qual enfoca como os recursos públicos são apropriados de forma privada já nos tempos da Monarquia, por intermédio do que se define como plutocracia que usa da burocracia aristocratizada enraizada no Brasil para dar vida às mais diversas formas de corrupção no país.

“Bilhete premiado”

Existe uma lógica no sistema capitalista, segundo a qual só existe mercadoria porque tem aquele que consome. Entretanto, é preciso ir mais longe na questão quando o que está em jogo, muitas vezes, são as economias de longos anos feitas sob diversas perspectivas e que acabam virando fumaça quando se deixa levar por promessas, contos e cantos das sereias, como esse do “bilhete premiado”. Essa foi a temática do último encontro que Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Penápolis realizou aqui nas paragens maria-chiquenses. Existe um velho adágio conhecidíssimo que diz: “quando a esmola é muita o santo desconfia”. Então que todos nós fiquemos mais vigilantes em tudo e nos passos que damos. gilcriticapontual@gmail.com, d.gilberto20@yahoo.com,   www.criticapontual.com.br.