Olhar Crítico

Ciência

O setor educacional paulista se aproxima do encerramento do ano letivo, todavia, há vários eventos aqui e ali que apresentarão um quantum do que foi realizado durante 2019 pelos professores, equipe gestora e demais servidores da esfera pedagógica e o corpo discente. Um desses eventos acontecerá na próxima quinta-feira, 13, antevéspera do dia 15, dedicado às celebrações da República, chamadas de Proclamaçãoe que República! A escola estadual Yone Dias de Aguiar realiza a sua mostra cultural e científica. Aqueles que visitarem as exposições poderão acessar os resultados das atividades pedagógicas promovidas pelos docentes daquela unidade educacional objetivando auxiliar os alunos a transformarem informações em conhecimento. As demais unidades educacionais do município que pretendem visitar a Mostra precisam, conforme a direção da escola, agendar horário.

 

Gastronomia

Dando sequência à sua função de preparar os seus alunos para o mercado de trabalho, bem como na escolha do curso superior que farão após o término do Ensino Médio, o Colégio Futuro promove na próxima 14, véspera de feriado cívico, a partir das 9h, a primeira edição da Feira de Gastronomia. As atividades envolvendo o evento estão sob a supervisão do professor de Artes, Aleandro Tridapalli, e serão desenvolvidas pelos alunos do 8.º ano. Os estudantes prepararão cardápios da culinária brasileira e os vencedores serão conhecidos a partir dos votos dos jurados. A ideia da feira surgiu, segundo a direção da escola, da necessidade de apresentar aos futuros estudantes secundaristas que o mercado de trabalho gastronômico está em evidência no Brasil, portanto, necessitando de profissionais voltados para essa área.

 

Proclamação

E já que a temática dos dois primeiros aforismas deste domingo enfoca o feriado da próxima sexta-feira, 15 de Novembro, me parece salutar escrever algumas linhas sobre aqueles fatos, até porque a pesquisa que desenvolvi na UNESP-Araraquara para obtenção da outorga de mestre em Ciências Sociais, investiga a passagem da Monarquia para a República a partir da perspectiva da enunciação Esaú e Jacó, o penúltimo romance de Machado de Assis (1839-1908). Para não me alongar e acabar sendo um tanto quando digressivo – já tratei desse tema aqui várias vezes desde que estampo meus aforismas dominicais nessa página – é interessante se perguntar: a República substituiu mesmo a Monarquia? Se isso de fato aconteceu, como e por que ainda o brasileiro se depara com situações que mais os fazem lembrar da época Imperial – um exemplo é percorrer as páginas do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo (1857-1913).

 

ENEM

Ainda me mantendo no campo educacional, hoje acontecerá o segundo dia do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). As provas serão realizadas em todo o território brasileiros e cobrará dos participantes conhecimentos de Matemática, Química, Física e Biologia. O importante a ressaltar aqui é que haverá uma simbiose, a exemplo do que aconteceu na semana passada com a área de Humanas, entre os quatro campos do conhecimento das chamadas Ciências Exatas. Na edição do domingo passado, me chamou a atenção o tema da redação, enfocando democracia e cinema. Não me alongarei em comentários sobre essa questão, pois creio que seja possível enfocar muitos aspectos dessa temática sem cair no ideologismo barato e na irrisória polêmica de “nós” e “eles” que tanto grassa a sociedade brasileira do momento. Lembro-me do cineasta Glauber Rocha (1939-1981) – um dos idealistas do chamado Cinema Novo – que criou o bordão: “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. Hoje com a tecnologia e as mais diversas formas de difusão de uma obra de arte, como filmes e documentários, é possível realizar grandes projeções.

 

PEC Municípios

Outro tema que promete ser polêmico nos próximos meses é a que estou chamando de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe a extinção dos municípios brasileiros que tenham até 5 mil moradores e não possuem capacidade de gerar renda, ou seja, de arrecadação pífia. Em primeiro lugar, creio que o brasileiro, antes de opinar e sair por aí vociferando impropérios contra quem quer que seja, precisa entender que é apenas uma proposta que emendará a Constituição Federal, a exemplo daquela que reduziu a quantidade de vereadores nas cidades brasileiras e depois voltou-se atrás e a coisa ficou do mesmo jeito ou até pior. Outra coisa interessante de se notar é quanto à grita sobre os valores que os vereadores recebem. Já se ouviu um monte de coisas aqui e ali, contudo, não vi nenhum candidato a esse cargo defender a redução das subvenções que recebem mensalmente, justamente porque tais valores não ferem o que determina a Constituição. Desta forma, fico com a seguinte pergunta: por que um Vereador, Deputado, Senador criará mecanismos legais que atingirão seus bolsos?

 

Redução

Portanto, ainda tem muita água para rolar sob a ponte pênsil da política brasileira. Agora que a proposta é inovadora, a lá isso é! Por favor, aqueles que me leem, entendam bem que não defendo governo nenhum, bem como credo ideológico, pois sou apenas um cientista social que se ocupa em entender o Brasil a partir do ontem produtor do presente e o país do agora que criará a Nação vindoura. Sendo assim, creio que o debate sobre tal solicitação contida no Pacote de Reformas que o atual governo envia ao Congresso Nacional, é alvissareiro e toda a sociedade deveria se empenhar em tais discussões, justamente porque o que está em jogo é a esfera econômico, contudo, não basta reduzir a questão a tal da economia dos cofres públicos, é preciso ir mais além. Se se vai reduzir o número de cidades, convém reduzir o número de deputados estaduais e federais e senadores, além dos vereadores – tradicionais cabos eleitorais dos representantes nas instâncias estaduais e federais. Não se pode perder de foco a redução dos privilégios que os ocupantes dos Executivos, Legislativos e os Judiciários espalhados pelo Brasil.

 

STF

A semana que terminou ontem foi de muita agitação a partir da capital candango. O STF (Supremo Tribunal Federal) deliberou, por 6×5, que a prisão de um condenado pela Justiça só poderá acontecer após transitar em julgado a sentença. O voto de minerva foi do ministro Dias Tofólli, indicado para o cargo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado em segunda instância por crimes de corrupção, e já beneficiado com a decisão. Não adentrarei no mérito da decisão da Corte Suprema, pois a um cientista social não cabe tomar decisões pautadas em ideologismos, mas analisar a sociedade a partir de determinados pressupostos buscando respostas para algumas perguntas, como por exemplo: se Lula deixou a prisão, então recuperou seus direitos políticos? Se isso aconteceu e o ex-presidente quiser postular um cargo a partir de eleições democráticas, como fica a Lei da Ficha Limpa que veta a participação de condenados em 2.ª Instância? E-mail: gildassociais@bol.com.br; gilcriticapontual@gmail.com. www.criticapontual.com.br.

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