Trânsito
Como já venho afirmando aqui há certo tempo, a municipalização do trânsito da cidade é de vital importância para o seu desenvolvimento urbano, além de atender os dispositivos que constam no Código de Trânsito Brasileiro. Faz anos, o assunto é discutido pelos gestores municipais, uns mais outros menos, inclusive aqueles que desejavam, lá no passado, que determinado prefeito adotasse a medida, todavia, os anseios funcionaram como ferramenta política, pois ao chegar ao mesmo cargo, quem outrora cobrava, deixou de observar o que se pedia, evidenciando que tudo não passava de verborragia quase que ideológica para se ganhar eleição.
Ontem e amanhã
Mas isso ficou no passado, sem, no entanto, observar que compreender o pretérito significa ser possuidor de ferramentas que possibilitem ao sujeito social a construção de um amanhã melhor – sempre tenho afirmado isso aqui, entretanto, não é essa a tônica em Penápolis quando se trata de preservação do patrimônio histórico de Penápolis. Todavia, deixemos essas peculiaridades para outro momento e nos concentremos naquilo que realmente interessa para o presente. Ao que tudo indica, essa gestão está dando os primeiros e consideráveis passos nesse sentido, o que já externei aqui outras vezes, inclusive com o secretário de Mobilidade Urbana, o policial militar rodoviário aposentado, Mauro Olympio dos Anjos. É claro que a medida não pode ficar somente nesse ponto com a Polícia Militar realizando a fiscalização de trânsito. É preciso mais e criar a guarnição da Guarda Municipal.
Arrecadação
Recordei Mauro Olympio desse dispositivo e este fez questão de lembrar que é preciso indicar as fontes de renda para as despesas que serão criadas com a adoção da guarnição. Dentro do que a legislação prevê, penso que os recursos advirão do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) que, segundo matéria publicada neste jornal na última sexta-feira, foi de mais de R$ 7 milhões. Lógico que esse valor, conforme a reportagem indica, será dividido entre o Município e o Estado – que por intermédio da Polícia Militar – faz a fiscalização do trânsito aplicando multas de solo e aéreas. Há ainda 20% destinado ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
Orçamento
Deve-se acrescentar a isso, o fato de que com a municipalização do trânsito e a criação da guarnição, os valores arrecadados com IPVA virão diretamente para esse setor, o que criará condições financeiras para a Guarda Municipal. Há ainda os valores das multas que também virão integralmente. Portanto, é só constar na Proposta Orçamentária de 2019 que a coisa deslancha. E podem alegar que precisam de veículos e outras estruturas, entretanto, reportagem do INTERIOR do mesmo dia dá conta de que Penápolis recebeu um número considerável de motocicletas que poderão, inicialmente, ser utilizadas na fiscalização do trânsito. Sendo assim, só tendo a torcer para que a coisa funcione, todavia, conforme aventei ao Mauro Olympio, não adiantará nada municipalizar o trânsito e deixar a Polícia Militar fazendo o trabalho que é da Guarda Municipal.
Enchente
Deixando o trânsito para outro momento, quem sabe, quando da efetivação de sua municipalização e a criação da GM, e adentrando em outro aspecto significativo da existência na polis. No começo da semana que terminou ontem, as pessoas que residem, trabalham ou têm seus negócios próximos ao Maria Chica nas imediações da área central, ficaram assustadas, sem novidade alguma, com o volume de água recebida pelo rio que corta a cidade. O problema não é novo, portanto, sem essa de dizer que é fruto do esqueleto herdado das gestões anteriores, mesmo porque este que está prefeito pelo segundo mandato consecutivo – graças aos tão almejados pelos petistas, embargos infringentes tão almejados – já havia sido vereador e, quando militou na oposição, sabia do problema, todavia, em segundo mandato não apresentou solução para o problema.
Sem chororô
Seguindo essa toada, é preciso ter claro que ninguém se torna prefeito para empurrar problemas com a barriga, ou criar pendengas para vender soluções durante a campanha eleitoral. Tornou-se gestor porque quis e, para isso, vendeu “promessas” bem a lá Prometeu – mitologia grega – então, quando se é cobrado, não adianta ficar vociferando aqui e ali, usando chavões enferrujados e carcomidos pelas traças, como o famoso “perseguição política”, ou como dizia o folclórico personagem Odorico Paraguaçu, do seriado O Bem Amado, “isso é coisa de marronzistas”. Esse tipo de bordão está ultrapassado, a sociedade quer ver velhos problemas sendo solucionados sem a famosa demagogia ou com as costumeiras gambiarras e asfaltos pizzas. Mas por outro lado, é preciso observar que a peleja de hoje é fruto de uma urbanização que se quer ordenada, sem, no entanto, evitar sérios problemas como as constantes enchentes no percurso do leito do rio Maria Chica.
Propostas
É interessante notar que vários penapolenses têm ideias significativas para o problema, entretanto, ao que tudo indica e captado por meus olhares críticos, a equipe do atual governante municipal quer distância desses sujeitos sociais e suas soluções para esses e outros problemas, como por exemplo, no campo social, conforme já aventei aqui, cuja consequência é a prisão diária de vários indivíduos dados ao comércio de drogas ilícitas. A polícia prende, mas é como enxugar gelo ou o formigueiro. Mata-se uma quantidade grande de formigas por dia, mas o formigueiro produz o dobro de pequenos traficantes que, em sua maioria, começa no ofício para sustentar a dependência química. Quando chega nesse estágio, é porque a coisa está feia, como diz o velho ditado. E o mais engraçado é a quantidade de verborragias utilizadas pelas autoridades constituídas eleitoralmente para o ofício para justificarem isso e aquilo. Mas é como dizia o Cavaleiro Rosa-Cruz (18), Machado de Assis (1839-1908), enquanto não se mudar os hábitos, costumes [morais], não adianta querer mudar as leis. Portanto, menos palavrório e mais ação, já que os asfaltos pizzas podem falar por si só. E-mail: gilcriticapontual@gmail.com; gildassociais@bol.com.br. www.criticapontual.com.br.