Independência
Começo os meus olhares neste último domingo do mês dedicado à Independência do Brasil, ocorrida em 7 de setembro de 1822 – evento que nos legou significativos ícones da história brasileira como, por exemplo, José Bonifácio [conhecido como Patriarca da Independência] -, observando que, passados quase dois séculos daqueles fatos, o brasileiro, quiçá ter se livrado do julgo lisboeta, ainda não conquistou sua independência, para não dizer autonomia política. Explico-me! O cidadão com cidadania deveria ter condições, lá e cá, de analisar o nosso quadro político atual e debater racionalmente o que observa, mesmo porque, o poder lhe pertence, contudo, o que se vislumbra são achincalhes de todos os lados advindos, principalmente, daqueles que desconhecem o que significa política e suas manifestações partidárias.
Autonomia
Por exemplo, se a questão foi no âmbito nacional, é preciso compreender o presente dentro de um contexto histórico recente da nação para, desta forma, ter consciência de que a vitória de hoje só pode ocorrer por conta de fundamentos macroeconômicos aplicados num passado não muito longínquo. Mas o que se vê? Satanização de um determinado segmento, acusando-o de ser representante do grande Capital, privatista, neoliberal e neofascista, todavia, esquece-se de que, ainda é o capitalismo global que comanda as ações no mundo. Posso não gostar, ansiando por um mundo em que os sujeitos são autônomos, no entanto, esse paraíso, para não dizer ideologia edênica – estacionando um pouco em Sério Buarque de Holanda e o clássico Visão do Paraíso – só pode se concretizar quando os homens não forem subjugados por outro seres que se acham mais humanos que seus semelhantes por diversos fatores, entre eles, o dinheiro, a tonalidade da pele, o credo religioso, a visão filosófica e sobretudo no âmbito das divergências políticas e, o mais grave de todos, pela ação estomacal, como dizia Victor Hugo em seu romance Os miseráveis.
Mosqueteiros
Bom! Como estou escrevendo meus olhares a partir do referencial literário objetivando compreender o trebelhar no mundo da política que é praticada nos palácios e paços espalhados pelos mais de cinco mil municípios brasileiros, não posso deixar de invocar aqui outro clássico da ficção: trata-se de Os três mosqueteiros – romance histórico francês – composto pelo ficcionista Alexandre Dumas e lançado em 1844 em seu país de origem [eu percorri as páginas traduzidas para a Língua Portuguesa ainda na minha adolescência e depois pude lê-lo em sua língua original – o francês]. Mas por que abordar aqui a enunciação alusiva a Athos, Porthos e Aramis, seguidos de D’Artagnan? Talvez porque aquela narrativa, que envolve o cardeal Richelieu e o reino da França, tenha alguma coisa a ver com o momento que o nosso país está vivendo, mais especificamente a querida Terra de Maria Chica, que no próximo domingo escolherá os 13 vereadores que ficarão por quatro anos fiscalizando os atos do Executivo e, de quebra, o próximo prefeito e o seu vice.
Debate
Na próxima semana ocorrerá dois debates entre os, ainda, cinco postulantes ao cargo máximo de Penápolis, dentre eles o atual alcaide. O primeiro embate – após muita polêmica – será realizado amanhã sob a batuta dum jornal regional com transmissão ao vivo pelo canal que o veículo de comunicação possui nas redes sociais. O segundo, designado como “Sabatina da Juventude” será levado a cabo no dia 28 e é organizado pelo Conselho Municipal da Juventude de Penápolis. Até ai todos já sabem, conforme amplamente divulgado aqui e alhures, entretanto, talvez o que muitos desconhecem é quem será o cardeal Richelieu no embate e o quarteto que ilustra o enredo de Alexandre Dumas. O rei e a rainha, eu não preciso dizer quem são: o povo penapolense e a cidadania que devem ser defendidos de todo o tipo de messianismo político. De qualquer forma, o momento é alvissareiro para que, nessa última semana, o eleitorado se posicione – só não vale ficar em cima do muro e se esconder atrás do voto nulo e branco ou, deixar – por motivos simplórios – de comparecer a sua seção eleitoral.
Entrevero
Conforme apontou um jornal regional, mais especificamente da comarca em sua edição da última quinta-feira, 22 de setembro, o atual prefeito, e postulante à sua reeleição, luta na Justiça Eleitoral para manter o registro de sua candidatura. A cidade tem consciência de que o embate não se encontra mais na primeira instância eleitoral, mas sim nas alçadas superiores onde já existe um parecer da Procuradoria Regional Eleitoral apontando o seguinte: “Parecer da PRE manifesta-se pelo parcial provimento do recurso interposto reformando-se a sentença para que, ao final, determinando-se o indeferimento do registro de candidatura”. Como esses aforismas foram confeccionados na manhã da última sexta-feira, 23, é preciso informar que o conteúdo citado foi disponibilizado à sociedade na noite do dia 22, mais especificamente às 19h27. Aos interessados em saber mais sobre a questão acessar http://inter03.tse.jus.br/sadpPush/ExibirPartesProcessoJud.do. Sendo assim, recomendo-te meu caro leitor, que vá lá conferir o andamento processual, cujo conteúdo é público, seguindo o que determina a Constituição Federal.
Constituição
E como a Constituição Federal de 1988 é o código que rege a nossa vida em sociedade e, eu, sempre a uso como respaldo para que os meus aforismas e reflexões estejam dentro do que a Carta Magna prevê e, para que muitos não fiquem dizendo que faço proselitismo disso e daquilo, penso ser significativo externar aqui o que diz o item XIV do artigo 5º que integra a parte II – Dos direitos e garantias fundamentais – capítulo 1 – Dos direitos e deveres individuais e coletivos. Então o respectivo item diz que “é assegurado a todos, o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”. Portanto, seguindo esse preceito básico é que este colunista informa aos seus leitores dominicais como a situação caminha, mesmo porque conforme consta no item IV do referido artigo “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Por hoje é só pessoal, volto no próximo domingo, o dia em que “a onça vai beber água”, como se diz no jargão popular, ou seja, do cidadão com cidadania ou sem, não sei ao certo, escolher os destinos da Terra de Maria Chica. Até lá, muita água vai passar em baixo da ponte. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br, social@criticapontual.com.br, gilcriicapontual@gmail.com. www.criticapontual.com.br.