Mirante
Achei, para lá de interessante, a matéria que o INTERIOR trouxe, na qualidade de manchete em sua edição antes-de-ontem, ou seja, no último dia 12 de fevereiro. O assunto é pertinente, ainda mais em se tratando de tempos de Tribunal de Contas do Estado e lei da Ficha Limpa. Mas trocando em miúdos, como se diz no jargão popular, se a regra for cumprida, o atual prefeito pode esquecer a possibilidade de continuar no principal assento da cidade a partir de 2017! E olha que não é este colunista quem está dizendo, mas a letra fria da lei. Mesmo o novo arauto do PSDB local externando estar tranquilo, é possível dizer que a calmaria nunca rondou sua gestão que começou tumultuada com o divórcio com o seu vice, Ricardo Castilho (PV) e permaneceu conflituosa nos últimos 36 meses, semelhante ao percentual que teve nas urnas no último pleito!
Inferno astral
Se o inferno astral começou antes mesmo de a dupla fazer uso do poder, atribuído pelos “significantes” 36% da população, o que dizer então das andanças dessa gestão que tem contra si uma miríade de supostas irregularidades que são investigadas pelo MP local? Responder a tudo isso me parece tarefa fácil, principalmente quando o analista não está imiscuído das coisas da política maria-chiquense e nem faz parte de grupos que aparelharam o poder público para dizer que sempre fez e fará mais pelo povo – mera moeda de troca entre o acalantado e a esperança legada aos homens pelo mitológico Prometeu. Contudo, deixando os meus pontos de vista de lado e atentando-me para os fatos, com grandes repercussões no presente, para o amanhã de significados respaldados no ontem.
Inelegibilidade
Senão vejamos: eu havia aventado aqui a possibilidade do atual gestor estar impedido de disputar a sua própria reeleição. Mas como sempre, fui vilipendiado, já que “ousava” dizer que o Chefe do Executivo, cumprindo o que determina a lei da Ficha Limpa, estaria impossibilitado de continuar no cargo de prefeito, caso assim o quisesse a partir de 2017. Eis que a matéria, não só do INTERIOR, mas também de um órgão midiático de alcance regional, apresenta tal perspectiva. E agora José? Como ele mesmo referenda, a justiça em primeira instância o inocentou, porém se esqueceu de dizer que o Ministério Público recorreu ao Tribunal de Justiça paulista, que a exemplo do TCE, é órgão colegiado. E se sentença fosse desfavorável ao réu, qual seria a decisão deste? Aceitar a condenação ou recorrer junto ao TJ? Claro que não precisa ser “tarólogo” para saber que haveria recurso e verborragias sustentadas em ideias de perseguição política. Entretanto, o apontamento do Tribunal de Contas do Estado é significativo e o povo precisa ficar atento, principalmente os 36% que lhe deram um mandato que se espira em dezembro deste ano.
Quasímodo
Sendo assim, para que a coisa não fique manca ou semelhante ao quasímodo – personagem do romance “Nossa Senhora de Paris” do escritor francês Victor Hugo -, é preciso que as coisas sejam ditas, conforme elas aconteceram e não como quer o alcaide local ou seus asseclas, objetivando distorcer as ocorrências ao seu bel prazer. Sendo assim, o prefeito foi inocentado pela corte jurídica local, entretanto, isso é primeira instância e na segunda, no Tribunal de Justiça a coisa pode ser diferente, mesmo porque há casos em que as decisões podem ser vistas como vinculados, isto é, se o caso é o mesmo do passado, então no presente se proceda da mesma forma e cumpra-se. No caso do atual prefeito, inelegibilidade! A questão promete e muita tinta será produzida para expor o que a lei diz e os homens públicos, desejos de se encastelarem no poder por mais quatro anos, anseiam. Um pelo outro, sou pela legislação, mesmo porque se ela não tiver significado algum porque então criada?
Sem emissão
Raramente emito, no campo pessoal, uma opinião, contudo, hoje se faz necessário apontar algumas coisas, sempre levando em conta o que prevê a lei e não o que os anseios humanos apontam. Desta forma, se o atual chefe do Executivo conseguir registrar a sua candidatura, o fará por meio de liminares que podem ser derrubadas quando do julgamento do mérito. Mas ai já não é com este colunista e sim com os guardiões da lei. Porém, enquanto os togados não decidem, mesmo porque ainda não tem candidatura registrada e desta forma, não há inelegibilidade, entretanto, abriu-se o espaço para tal, então a coisa vai pegar e sabe-se que muitos partidos usarão a legislação para barrar qualquer pretensão do atual prefeito em continuar no cargo, ou seja, se existir impedimento legal, que o atual mandatário cumpra a sentença e só volte daqui a oito anos – se isso for possível!
Ataúde político
Só para vedar o ataúde, como se diz no jargão popular, quero lembrar ao meu leitor dominical que o atual prefeito, me disse certa vez que não estaria inelegível e provaria a este colunista o seu equivoco. Ainda estou aguardando! Caso não esteja inelegível, a manchete do INTERIOR da última quinta-feira não deveria ter existido, mas como foi grafada, é sinal de que a coisa vai mal lá pelos reinos do Paço Municipal e olha que um jornal da comarca já havia apontado a problemática, bem como este colunista, provocando dissabor com o atual mandatário. Mas ai é outra problemática, para o momento fiquemos com “Na mira do TCE” que, na verdade, já apontou a irregularidade e o prefeito, através do advogado que lhe é o fiel escudeiro na Câmara, devolveu os valores recebidos a mais. Ai é uma coisa, mas ainda o povo tem dúvidas, principalmente no suposto reconhecimento do dolo!
Educação
Se por um lado, o universo da política local vai mal das pernas, conforme aponta o TCE e a Justiça deverá seguir o mesmo rito, no mundo educacional é preciso dizer que as boas notícias, que emanam da área, são alvissareiras. Primeiro porque, conforme informações divulgadas recentemente, a rede estadual de ensino local, que volta às suas atividades normais nesta segunda-feira, fechou 2015 com o melhor desempenho. Mas vamos por parte, a conquista diz respeito ao ciclo um do ensino fundamental. O mérito se amplia a partir do momento que se sabe que o feito coloca Penápolis em primeiro lugar entre as 91 diretorias de ensino do Estado de São Paulo, conforme o INTERIOR atestou aos seus leitores na edição do dia 06 de fevereiro. Sendo assim, tenho que parabenizar a direção da Escola Luiz Chrisóstomo de Oliveira pela maneira como recepcionou os professores na última quarta-feira. Quem chegava ao local era recebido com excelente música executada pelo compositor Cido Malta. Penso que é assim que se começa a melhorar a educação: tratando bem quem a faz ter sentido: professores e alunos. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br, social@criticapontual.com.br e gilcriticapontual@gmail.com. www.criticapontual.com.br.