Olhar Crítico

Labirintos

Por onde começar meus aforismas neste domingo, vos pergunto meus caros leitores. São tantos temas que merecem aprofundamentos que ainda não sei ao certo qual caminho devo adotar. Sendo assim, vamos lá dar uma olhadinha no que foi significativo na semana que terminou ontem: o Dia Internacional da Mulher, transcorrido na última terça-feira, 08 de março. A data deveria ser para comemorar algo de positivo, entretanto, sabemos que o feminícidio corre solto pelos recônditos brasileiros e pelos motivos mais banais, como a ideia de que a mulher que o homem diz amar é entendida como propriedade e não como uma pessoa que possa auxiliar na jornada terrena. Desta forma, fico aqui com uma inquirição: por que o machismo tóxico é tão difícil de se debelar do convívio entre os seres que se desejam humanos?

 

Números

Poderia ficar aqui elencando e indicando uma quantidade enorme de crimes praticados contra a mulher, pelo simples fato dela ser “mulher”, mas me parece que as querelas devem ser debatidas e os homens, principalmente aqueles tóxicos, ou seja, que não conseguem entender que o mundo não é a sua imagem e semelhança, isto é, não tem a mesma arrogância, prepotência de que se é melhor do que o outro, todavia, como é notório que o humano que pretende se tornar um ser é introduzido ao universo social por intermédio da assim chamada socialização primária através da qual recebe valores éticos e morais, portanto, o homem agressor de hoje não chegou ao mundo sendo uma pessoal dada a ver seus desejos contemplados por intermédio da violência, seja ela de que estirpe for, por exemplo, a simbólica e a psicológica.

 

Desenvolvimento

Posto isto, penso que posso enveredar meus olhares para outras searas, como por exemplo, o campo econômico e o tão sonhado salto para o progresso que muitos penapolenses desejam ver a cidade dar, principalmente agora em que a tecnologia está renovando diariamente as formas de relacionamento social e a maneira como as pessoas se relacionam com o substantivo emprego e o verbo empregar. Neste sentido, achei alvissareiras as informações que o secretário de Desenvolvimento e Trabalho, Fabio Ferracini, divulgou na semana que se encerrou ontem. De acordo com suas postagens nas redes sociais, a cidade sediará uma Feira dedicada ao empreendedorismo. Haverá ainda evento destinado ao mundo da ciência e da inovação. Em meu singelo olhar dois eventos de significativa envergadura para alavancar o desenvolvimento tecnológico através do potencial que Penápolis possui. Conforme já afirmei em outras ocasiões, é preciso olhar com mais acuidade para os jovens e adolescentes que se encontram na faixa etária dos 12 aos 20 anos.

 

Educação

No campo educacional há proposta de uma escola federativa, cujo objetivo é auxiliar na formação de indivíduos sociais portadores de consciência política e não politiqueira, demagógica e eleitoreira. É preciso atuar nesse segmento para que o dinheiro público seja realmente aplicado com quem paga diariamente seus tributos e não abastecer contas e os bolsos de agentes que, por ser indicados pelos governantes escolhidos pelo povo, se locupletam com o dinheiro do erário e ainda tem o descaramento de dizer que nada ficou provado ou que no transcorrer do devido processo judicial suas inocências serão provadas. É preciso observar que as acusações não são oriundas de mensagens trocadas por intermédio das redes sociais, mas de sólida investigação realizada pelos agentes das Policiais Civis e Judiciárias. Desta maneira, os fatos dizem e não as toscas verborragias, portanto, caros leitores, somente com sólida cidadania, a plutocracia associada à nobiliarquia e burocracia aristocratizada sustentadora de uma ordem estamental, será banida da sociedade brasileira.

 

Pandemia

Embora muitos querem acreditar que a pandemia está deixando as cercanias brasileiras, creio que ainda é cedo para soltar rojões. Digo isso porque, enquanto estiver morrendo pessoas vítimas do vírus, ainda a situação é periclitante. Sabe-se como a moléstia ganha corpo dentro do organismo humano, mas ainda é complexa maneira como ela parte. Uns ficam dentro dos caixões, outros com sequelas que ainda não se sabe ao certo suas extensões. E é justamente por conta disso que a prevenção ainda é o melhor medicamento. Então creio que as pessoas poderiam usar mais da prudência, mesmo sabendo que estamos nesse estresse todo há dois anos, mas ainda não se tem notícia das consequências das aglomerações durante os festejos carnavalescos que, em menor número, aconteceu em diversas partes das cercanias brasileiras. Em Penápolis, de acordo com os dados do boletim epidemiológico, a cidade registrou mais três óbitos provocados pelo vírus Covid-19. Desta vez foram três mulheres: uma de 50 anos, outra de 59 e uma terceira com 78.

 

Intervenções

E as querelas entre a Prefeitura local e a Irmandade da Santa Casa de Penápolis continuam, como num eterno retorno. A coisa parece não ter fim, mas, de acordo com informações publicadas por este jornal, agora os irmãos remidos poderão acompanhar os trabalhos dos interventores municipais naquela significativa instituição de saúde da cidade. Como ninguém tem bola de cristal ou é dado a adivinhações, é impossível cravar até onde todo esse imbróglio, todavia, todos sabem como começou e os motivos e o desejos do Irmandade para ver o fim dessa intervenção. Para quem não sabe, durante todo esse calvário, até o histórico prédio onde funciona o hospital foi a leilão que não se consumou na época por falta de arrematadores. Mas vamos lá, meus caros leitores, aguardar as cenas dos próximos capítulos dessa luta titânica, ou como se diz no jargão popular, entre o milhão e o tostão.

 

Batráquios

Enquanto os holofotes estão virados para o vírus pandêmico, outro que anda por aí dando o ar da graça e já faz um tempinho, para não dizer décadas, permanece fazendo vítimas. Nem preciso nomear o problema, pois creio que todos já sabem: a dengue. A principal causa é o descuido, a ausência de prevenção e a limpeza dos quintais e terrenos baldios para eliminar os criadores dos mosquitos que levam as moléstias de casa em casa. Quando tudo isso terá um fim? Será que poderemos um dia pensar que os batráquios voltaram a conviver tranquilamente entre os seres humanos e desta forma se alimentar dos insetos que provocam tantas doenças? O homem avança, coloca satélite em orbita aqui e ali, conversa online com seu semelhante do outro lado do Planeta, porém, é incapaz de manter seu quintal ou seus terrenos limpos, evitando assim acúmulo de materiais que servem para propalar mosquitos e outros insetos. Acho que por hoje é só pessoal. E-mail: gilcriticapontual@gmail.com, d.gilberto20@yahoo.com,   www.criticapontual.com.br.

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