Sobras de um amor

Apresentação

Não é de hoje que venho trabalhando com os verbos envolvendo-os em diversas poéticas, objetivando, através dos versos literários e múltiplos personagens, tentar levar àqueles que me leem, seja para criticar, gostar ou até mesmo ficar alheio ao conteúdo das enunciações: todos leitores têm dessas coisas, justamente porque um conteúdo específico pode, num determinado momento, agradar para logo em seguida desagradar, entretanto aquele que se propuser a escrever estará sujeito à essas vicissitudes interpretativas e do humor do cidadão-leitor. Por isso, os aprendizes de escritores precisam burilar suas escritas em busca do ponto certo buscando uma narrativa próxima do desejo daqueles que apreciarão as narrativas, mas sempre levando em conta que um texto literário nunca é conclusivo.

Posto isto, informo àqueles que acessam o conteúdo dos enredos que posto em meu site que hoje começo a publicar os primeiros capítulos do meu primeiro romance Sobras de um amor. Ele é fruto de dois anos de trabalho, leituras, escritas, reescritas, incertezas e inseguranças próprias de quem se propõe a dizer alguma coisa ao mundo e escolhe a forma poética para dizê-la. Espero que os meus leitores, se eu ainda os possuir, apreciem um quantum do enredo que cuidei com certo esmero – espero ter conseguido alcançar o objetivo proposto. Claro que também contei com a leitura inicial de alguns amigos e da revisão feita pelo professor de Língua Portuguesa e também poeta – também é dono de uma prosa afinadíssima – Valdir Lopes.

O enredo gira em torno de um jornalista que tenta publicar uma matéria ou uma série delas nas edições dominicais num jornal em que trabalha como repórter pejotizado, isto é, sem vínculo empregatício como pessoa física e sim como “pessoa jurídica” – a nova modalidade de trabalho no Brasil, principalmente nas grandes corporações midiáticas. E, por conta dessa condição sabe que precisa produzir, produzir e conquistar leitores e anunciantes. Márcio acredita que encontrou um assunto dessa envergadura ao entrar num bar, depois de um dia estafante de trabalho em que tudo parecia conspirar contra ele. O jornalista, através de um olhar apresentado na terceira pessoal gramatical, crê que, depois duma conversa com um frequentador do lugar, ter encontrado um furo de reportagem e passa vários dias e até semanas tentando emendar os pontos das histórias contadas por Amadeu, uma espécie de mosca de bar, que oscila entre a sobriedade e insensatez provocada pelo excesso de álcool e o inconformismo. Entre um gole e outro, ele conta a sua tragédia pessoal, mas acaba direcionando o seu discurso para o entrevistador que não sabe ao certo se tudo aquilo aconteceu ou se não passa de alucinações de um alcóolatra cheio de manias.

 

Gilberto de Assis Barbosa dos Santos

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