Olhar Crítico

Política

Começo os meus olhares dominicais tratando de um assunto que muitos gostam de debater, ou melhor, falar, mas poucos entendem de fato do riscado, como se diz no jargão popular: política. Por que digo isso? Simplesmente porque se o brasileiro compreendesse corretamente o universo da política brasileira, não assistiríamos tantos equívocos, ações pernósticas e atos praticados pela categoria política à revelia da sociedade e que lhes são prejudiciais, ficando impunes pelos delitos cometidos e ainda, além de culpados sem punição, propalam aqui e ali que o povo é quem quis assim. Pois bem! Se isso é fato e tendo a concordar, porém, sem aceitar, a velha máxima, segundo a qual, cada povo tem o rei que merece é apropriada para o momento em que vive o país em suas unidades municipais, estaduais e no âmbito federal!

 

Sobrevida

Senão vejamos! Em Brasília (DF), os deputados – quiçá deveriam representar o povo que rechaça o atual governante máximo da Nação – deram uma sobrevida ao peemedebista como chefe do Executivo Federal. Até ai nada demais, mesmo porque a memória do brasileiro costuma ser curtíssima e quem foi rechaçado hoje pode ser ovacionado amanhã e não tem nada que uma boa verborragia e promessas farisaicas não comprem. Os legisladores permitiram que, a exemplo do que aconteceu no TSE, Temer se mantenha como presidente da República – é bom lembrar que ele integrou aquela chapa com Dilma Rousseff (PT) sob as bênçãos do arauto messiânico petista e, por conseguinte com o aval dos eleitores. O governo Temer é uma consequência do mandonismo que campeia a sociedade brasileira, na qual feudos políticos e redutos de neocoronéis são chamados de partidos, agremiações que conseguem a cada quatro anos, contar com o aval de eleitores desavisados.

 

Solução

Tem solução? Tem! O primeiro passo é observar, conforme matéria que este jornal publicou na última sexta-feira sobre os deputados que tiveram votos em Penápolis, os políticos que abraçaram o desejo do mandatário nacional: ficar até o fim de 2018 no Palácio do Planalto. É significativo analisar que aqueles que votaram contra Temer pertencem à agremiação petista e pediram votos para a chapa Dilma-Temer – mesmo que esta não tenha se sagrado vitoriosa nas urnas penapolenses em 2014. Pois bem, está-se numa encruzilhada, pois aqueles que ficaram com o atual presidente, deverão ser rechaçados nas eleições do ano que vem e aqueles que se opuseram integram uma legenda que, até onde sei, o eleitorado está com ojeriza dela e ai pode ser que o silêncio das ruas diante da ausência de manifestações contra o Congresso resida nesse fato: os organizadores dos questionamentos não querem se envolver com o neopopulismo petista – conforme designa Ruy Fausto em seu último livro Caminhos da esquerda (2017).

 

Semelhança

Se em Brasília a coisa sapeca lá pelos lados do Congresso Nacional, o que dirá aqui nas paragens Maria-chiquenses, onde os patos não têm vez. No domingo passado, publiquei um aforisma dando conta do desejo do atual mandatário privatizar o espaço em que funciona o almoxarifado da prefeitura, inclusive porque o próprio prefeito manifestou esse desejo em sua coluna publicada aqui neste espaço naquela quarta-feira. Portanto, este colunista que vos escreve caro leitor, não inventou nada, apenas expôs a problemática, tendo em vista que a população não foi consultada sobre o que acha de medida, evidenciando que a coisa poderia ser empurrada de cima para baixo como vem sendo conduzida a questão dos cancioneiros das cancelas – volto a essa temática daqui a pouco. A partir do que se ventilou no final de semana passada, há um movimento na cidade contrário à privatização do espaço, inclusive porque haveria lá uma usina de asfalto que conta com autorização dos órgãos ambientais e que, caso saia de lá, pode não se conseguir um novo aval. Se eu não estiver equivocado, a peleja vai ser resolvida, a exemplo de Brasília, pelo Legislativo e todos esperam que os vereadores deem apoio à vontade popular, ou seja, pela não comercialização daquela área.

 

Reajuste

Outra coisa que está dando o que falar é o tal do reajuste do “vale-mistura” – conforme os servidores designam o vale-alimentação. Num exercício de semântica, o prefeito quer fazer crer que os trabalhadores terão reajustes no benefício, mas é claro, não em 2017! Se isso é fato, conforme apontou um blogueiro em sua página na internet, então não terão aumento agora que é o que interessa, pois ainda se está longe de 2018 e, só para lembrar os meus leitores, Maquiavel em seu clássico O príncipe diz, no capítulo 18 “Como os príncipes devem guardar a fé da palavra dada”, que “um príncipe não pode nem deve manter a palavra dada quando isso lhe é nocivo e quando aquilo que a determinou não mais exista”. Prestem atenção na segunda parte dessa assertiva, ou seja, quando a situação que provocou a promessa não existir mais. Portanto, me parece que o aumento vai ser em 2018 [será?], antes disso, nada, ou seja, 0% em 2017.

 

Promessas

Ainda nesse quesito observe-se o que disseram os vereadores da base deste chefe do Executivo que ai está quando rechaçaram o projeto encaminhado pelo prefeito interino. Disseram que assim que o atual mandatário reassumir o seu assento na Prefeitura, haveria sim um aumento, todavia, agora que Inês já é morta, fica o dito pelo não dito, confirmando a tese maquiavélica sobre o governante e a manutenção de sua palavra. Mas e agora, como é que fica? Quem tem a palavra final: o sindicato ou a Administração Pública? E os servidores e sua entidade representativa, assistirão a tudo como se estivesse vendo um desfile de sete de setembro? Claro que as respostas não se encontram com esse colunista, mas sim com quem de direito, ou seja, os funcionários públicos. E os representantes do povo e dos servidores na Câmara Municipal? Ficam com o prefeito – que é passageiro – ou com aqueles que fazem com que a máquina pública funcione?

 

Paraquedistas

Quem a sabe a resposta possa estar em 2018, quando haverá eleição presidencial, para deputados estaduais, federais e parte do Senado – e olha que o atual mandatário pode querer disputar uma vaguinha para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. É preciso ficar atento àquele vereador que sempre pensa com o prefeito em detrimento da coletividade vai trazer o seu candidato ao legislativo federal e estadual e ai, não bastam aquelas promessas de que fez isso e aquilo – a exemplo do que dizem os candidatos paraquedistas que de tempos em tempos, escoltados por legisladores locais pedem voto aos incautos eleitores penapolenses. Se o vereador solicita, mas votou contra a cidade, o seu candidato não merece a chancela do cidadão penapolense e ai pode-se digitar o número e cancelar, mesmo porque querem, sem consultar a população, cancelar as cancelas da cidade. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br, gilcriticapontual@gmail.com, social@criticapontual.com.br. www.criticapontual.com.br.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *