Olhar Crítico

Política

E foi dada a largada à corrida eleitoral de logo mais em novembro. Conforme este jornal anunciou na edição de quinta-feira, 17, a cidade terá seis candidatos à sucessão do atual chefe do Executivo. Dessa meia dúzia de políticos, posso te afiançar, meu caro leitor, em cinco eu não voto nem que a “vaca tossir”, como se diz no jargão popular. Ah! Também não vou dizer quem é o melhor deles para angariar meu voto-consciência, até porque, creio que todos já sabem como eu analiso o cenário político local, estadual, nacional e global. Então, não vou ficar tecendo comentários sobre qualquer um deles, exceto quando o postulante exagerar no seu anseio de ser prefeito. Uma dica: o desejo é do povo em tê-lo chefe do Executivo! E já teve um desses aí que quis atropelar uma relação comercial de venda e compra de uma área particular e todos sabem o que deu no final!

 

Alçapão

Outra coisa que, creio, já encheu as paciências do eleitorado é o famigerado discurso propagandístico “mais isso, mais aquilo. Vou governar com o povo ao meu lado!” Todos já sabem que tudo não passa de alçapão para pegar eleitor desavisado e crente que, da noite para o dia, vai chover na sua horta porque a sua mercadoria-política diz que acontecerá isso e aquilo. Em primeiro lugar, os 12 meses iniciais do novo mandatário serão uma briga de “foice no escuro”, como diz o adágio popular. A economia, de um modo geral, estará destroçada e todos terão que saber lidar com as problemáticas advindas do desaquecimento econômico provocado pelo ano em que todos vão querer esquecer: 2020! Entendo que o momento é para apresentar, coerentemente um programa minimamente praticável nos próximos 48 meses. Ou seja, no próximo mandato. O resto não passará de demagogia eleitoreira!

 

Programa de governo

Acho que também ficar puxando a sardinha para governo X ou Y quando, o sujeito social cônscio de sua cidadania, sabe que nos últimos 20 anos, o Brasil passou bons aperreios e a corrupção grassou em diversos cantos da capital candango. Isso não significa afirmar que a apropriação indevida do dinheiro público começou no início dos anos 2000 e é fruto de um governo específico, pois se sabe que a coisa é complexa e detectada em diversos níveis governamentais: sejam nas paróquias municipais, estaduais e no âmbito federal. Desta forma, entendo que o eleitorado deve, ou pelo menos deveria estar vacinado contra os despotismos e as práticas antidemocráticas e todos usarem o lema dos Enciclopedistas: “não concordo com o que dizes, mas defenderei eternamente o direito de dizeres!”. Sendo assim, caso fosse chamado para me posicionar sobre o imbróglio envolvendo questões ideológico-partidárias, diria que os vândalos que danificaram uma propriedade alheia porque a mesma exibia uma opinião contrária e devidamente paga, não entendem nada de democracia.

 

Democracia

Cada cidadão pode defender o amarelo, mas tem que saber aceitar que outros desejam o vermelho, ou azul, verde, ou qualquer cor ou ideologia que seja. Quando se registra ações de intolerância como a que aconteceu nos últimos dias em Penápolis, é possível afiançar que o brasileiro não sabe nada de liberdade de expressão, conforme prevê a Constituição Federal. Se cada um dos sujeitos que se pretende ser ente político e todos o são, conforme diz Aristóteles, querer fazer valer sua opinião a base da violência, seja ela, física ou simbólica, estar-se-á instalando um caos, tornando impossível a convivência em sociedade. O outdoor é uma propriedade particular de uma empresa que o usa para atividades comerciais e todo indivíduo, dentro do acordado com a respectiva proprietária do espaço, pode externar sua opinião. Sendo assim, por que não aceitar que se pensa diferente? Será que todos são obrigados a concordar com a opinião alheia? Quais são os valores éticos e morais que os sujeitos sociais são portadores que lhes permitam atropelar a democracia?

 

Liberdade

“A libertação é uma bênção ou uma maldição? Uma maldição disfarçada de bênção, ou uma bênção temida como maldição? Tais questões assombraram os pensadores durante a maior parte da era moderna, que punha a ‘libertação’ no topo da agenda da reforma política e a ‘liberdade’ no alto da lista de valores – quando ficou suficientemente claro que a liberdade custava a chegar e os que deveriam dela gozar relutavam em dar-lhe as boas-vindas. Houve dois tipos de resposta. A primeira lançava dúvidas sobre a prontidão do ‘povo comum’ para a liberdade. Como o escritor norte-americano Herbert Sebastian Agar dizia (em A Time Greatnes, 1942), ‘a vontade que torna os homens livres é, na maioria dos casos, a verdade que os homens preferem não ouvir’. A segunda inclinava-se a aceitar que os homens podem não estar inteiramente equivocados quando questionam os benefícios que as liberdades oferecidas podem lhes trazer” [Zygmunt Bauman. Modernidade líquida. Trad. Plínio Dentzien. RJ: Zahar, 2019, p. 28].

 

Educação

O atual mandatário estendeu às escolas públicas estaduais e particulares de Penápolis a decisão que já havia sido tomada no que diz respeito às instituições de ensino municipal: o ano letivo presencial somente será retomado em 2021. Claro que a medida não foi adotada de forma unilateral, mas com conversações, diálogos e ouvindo os pais dos estudantes e também os professores e demais integrantes das equipes pedagógicas técnicas e também o sindicato da categoria docente. Lógico que, como em tudo no mundo, não há unanimidade e haverá sempre aqueles que, arvorando a questão democrática, quererão ser ouvidos. Pela Constituição Federal, tudo isso é muito natural, entretanto, o que sempre prevalecerá será a opinião da maioria. Por exemplo, posso não concordar com os resultados das urnas, todavia, elas são soberanas e os dados foram aferidos de forma democrática. Acata-se e sigamos em frente: claro que para uns, estar-se-á conduzindo o féretro e para outros a possibilidade de ver o ressentimento vindo à tona. Coisas da vida, como diz uma certa canção antiga.

 

Economia

Confesso-te meu caro leitor que ainda não entendi direito o imbróglio que o atual prefeito e seu vice, respectivamente, se envolveram em relação à aquisição de uma área privada por uma empresa particular. Só gostaria de lembrar que a municipalidade tem áreas significativas que poderiam ser usadas em sistema de comodato por quem deseja gerar empregos em Penápolis. Se eu não estiver equivocado, Penápolis tem um significativo espaço no entroncamento entre as rodovias Assis Chateaubriand e Marechal Rondon. O local, numa época não muito distante, havia sido ventilada para usada na construção de um CR (Centro de Ressocialização), mas por pressão de alguns que desconheciam o projeto, a coisa foi postergada e depois deixada pra lá, mas o espaço não. Até porque não tem como tirá-lo de onde está! É isso! E-mail: gilcriticapontual@gmail.com. www.criticapontual.com.br.

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