Olhar Crítico

Saúde

Ainda rende pérolas para o universo da política local e palaciana, a instalação do AME [Ambulatório Médico de Especialidades] – Cirúrgico na sede da região administrativa de Araçatuba. O que há de novidade nessa questão? Nenhuma! Todos que militam no universo da política partidária são cônscios das consequências para um prefeito quando ele abraça, no pleito para governador, uma candidatura que sai derrotada na eleição.

 

Perseguição

É perseguição? Não! Como sempre se diz em Filosofia, é só a medida das coisas realizadas, simplesmente simples assim. Ou seja, aquele que se torna governo, quando tiver que distribuir a fatia dum bolo em que os recursos são escassos, contemplará primeiro os amigos de viagem e aqueles que subiram no palanque abraçando a candidatura. Isso é política, portanto, não é possível esperar ação diferente, conforme apontei num texto publicado aqui: ao político-príncipe não se deve aguardar a manutenção da palavra dada.

 

AME

Não acredito que Penápolis ficará sem o seu AME, todavia, não sairá nessa gestão, como é o desejo do atual mandatário. Creio que o atual governante estadual usará o Ambulatório Médico como forma de saudar o novo governo municipal se este estiver antenado com a política do Palácio dos Bandeirantes e as canetadas de Joao Dória (PSDB). Até lá, cabe ao atual prefeito local ficar vociferando aqui e ali dizendo-se vítima disso e daquilo e ter certeza que o chefe do Executivo paulista irá sim, cumprir o acordado e liberar o AME em 2020. Primeiro: ano que vem é eleitoral e, se seguir a legislação, muita coisa não poderá ser realizada depois de abril, portanto, terá que aguardar até abril de 2021, quando já estiver sob nova gestão. Parece-me que essa é a situação.

 

Jogo político

Quiçá o chororô do atual prefeito, uma coisa pode ser certa nessa peleja entre o atual gestor municipal e o governador eleito na última eleição: Penápolis não receberá muito agrado do Palácio dos Bandeirantes e por uma razão muito óbvia: o chefe do executivo penapolense foi expulso do partido que dá sustentação ao atual governo estadual. Não precisa ser prestidigitador para entender disso, basta analisar “o andar da carruagem”, como diz aquele adágio antigo. O chefe do Executivo paulista irá aguardar o pleito de 2020 para saber quem será o novo governante da paróquia penapolense e aí sim, se posicionará. O resto é conversa e perfumaria. Esse é o universo da política, portanto, quem não tiver estômago, melhor não se imiscuir e ficar na cozinha, na antessala do poder.

 

Novas caras

No mundo da política é assim: quando o velho se despede, o novo chega dizendo ao que veio, mesmo que aquele que deva partir se recuse. Essa observação é extremamente válida para Penápolis, pois é possível já ver novos rostos no cenário local. Quem serão as novas caras no cenário local a partir do ano que vem? Será que teremos faces diferentes das que aí estão ou algumas figurinhas carimbadas da política penapolense que estavam “na muda”, como diziam os antigos, darão o ar da graça? Muitos acreditam que os novos-velhos do cenário local dirão ao que vieram. Já há alguns visitando gabinetes de deputados, secretários estaduais. Talvez essas aparições que motivaram o chororô advindo do Paço Municipal de Terra de Maria Chica.

 

Legislativo

Se se assiste o trebelhar no tabuleiro sucessório no Executivo do próximo ano, também é possível compreender esse mesmo processo no âmbito do Legislativo. Resta saber se os postulantes estão mesmo dispostos a trabalhar em prol da comunidade ou se tornarão mais um departamento da chancela para os desejos do prefeito. Durante essa legislatura, confesso-te meu caro leitor, não ter observado nenhum lampejo oposicionista, só verborragias aqui e ali sem muita significância, até parece que todos queriam sair na foto da inauguração dum poste de iluminação ou em cima de uma onça já morta com os dizeres: “fui eu em que a matei”; mas na verdade todos sabem que não corresponde com os fatos.

 

Amazônia

Agora deixando as esferas locais para um outro momento, me concentrarei em algo tão importante quanto o baile político local: a repercussão do incêndio na Floresta Amazônica no resto do orbe terrestre. A pergunta que eu me faço todos os dias: quais são os motivos para tratar a questão ambiental no Brasil com tanta truculência? Ainda bem que a população está vociferando com a insensatez deste governo federal que, estimulou esse tipo de ação, acreditando-se ser possível destruir uma floresta da magnitude da nossa só porque encontra-se no poder central duma Nação, cujos moradores se recusam a aprender sobre política e democracia.

 

Democracia  

Embora a eleição do atual governante nacional tenha ocorrido dentro do jogo democrático, isso não lhe confere algumas prerrogativas, como vem ocorrendo em nome duma ideia, segundo a qual, ele manda e todo mundo tem que obedecer. Ele foi eleito para presidir a Nação e precisa compreender que um país sério respeita suas instituições, sua história e seu povo, principalmente as matrizes étnicas que formam esse colegiado chamado Brasil. A Constituição Federal é clara e confere poderes de veto ao Congresso Nacional na maioria dos casos e não adianta vir com manifestações do tipo fora STF ou Congresso Nacional, pois todos os seus integrantes foram, de certa forma, eleitos democraticamente pelo povo.

 

Educação

Parece-me que o momento é mais para o brasileiro aprender sobre Política e tentar entender os motivos que degredam um país, cuja Carta Magna tem 30 anos, contudo, de todos os presidentes que já teve desde então – eleitos democraticamente – um está preso e dois sofreram impeachment. Interessante notar que desde 1988, o Brasil teve apenas quatro presidentes e o quinto está assistindo crescer a sua rejeição entre o eleitorado, principalmente aqueles que lhe deram o mandato em 2018.

 

História

Para entender o Brasil de hoje seria interessante o meu leitor buscar algumas referências históricas. Creio que poderia começar pelo livro História da vida privada no Brasil – Império: a corte e a modernidade nacional – Luiz Felipe de Alencastro (org.). Há os clássicos Raízes do Brasil – Sérgio Buarque de Holanda; Casa grande e Senzala – Gilberto Freyre. Não pode faltar Visão do Paraíso – Sergio Buarque de Holanda; Os parceiros do Rio Bonito – Antônio Cândido. Escravidão reabilitado – Jacob Gorender; Victor Nunes Leal – Coronelismo, enxada e voto; Jorge Amado – Tocaia Grande. E-mail: gildassociais@bol.com.br; gilcriticapontual@gmail.com. www.criticapontual.com.br.

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