Olhar Crítico

Educação

Começo meus aforismas dominicais, os últimos de Abril, tentando esmiuçar o artigo de Priscila Cruz – presidente executiva do movimento Todos pela EducaçãoNão priorizamos a educação, não senhor. Para não cansar os meus leitores, só destacarei um pequeno trecho, no qual a articulista afirma que o país não se tornará uma Nação de fato, enquanto não se investir em Educação e, neste sentido, eu entendo que não é dever apenas do Estado, mas de todos os cidadãos. Neste sentido, achei interessante a sentença que Cruz aplica: “um país é o que suas pessoas são”. Desta forma, fica-me uma interpelação: o que é o Brasil?

 

Prioridades

“Colocar a educação como prioridade é chamar para si a responsabilidade, é, acabar com desperdícios para investir mais no que gera aprendizagem, é usar como referência o que o município ou o estado vizinho está fazendo e dando certo, é fazer as escolhas necessárias e impopulares, é colocar muita energia para realizar melhorias constantes nos processos de implementação, é garantir que as ações cheguem às escolas. Sem haver um impacto positivo na sala de aula, a política pública fracassa” (https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/04/priscila-cruz-nao-priorizamos-a-educacao-nao-senhor.shtml).  Destaquei apenas um fragmento para lembrar que o Brasil precisa parar com esse jogo de empurra-empurra e todos assumirem efetivamente suas parcelas na construção de uma nova sociedade.

 

Adolescência

É dentro desta perspectiva educacional que evidencio aqui a palestra sobre educação sexual que a escola estadual Ester Eunice proporcionou aos seus estudantes. A temática é significativa porque temos, a cada dia, o aumento de adolescentes grávidas. Por que será? Falta de informação? Será? Eis as significativas interpelações, mas me parece que a questão é mais emblemática, passando pelo campo da Psicologia e de questões sociais, emocionais e sentimentais. Por exemplo, antes de engravidar, será que a adolescente existia socialmente? Ou era mais uma na multidão de pré-adolescentes que está buscando um espaço nessa sociedade em que o consumo desenfreado está ditando as regras de convivência? Enfim, será que a gravidez na adolescência é um problema de saúde e de políticas públicas? De qualquer forma, a escola pública, mesmo diante de diversas limitações, vem construindo um espaço de diálogo com seus discentes que se tornarão adultos num amanhã não muito distante.

 

Socorro, pronto!

E já que a temática é saúde, não posso deixar de enfatizar aqui o caos que o setor de Penápolis se encontra, mais especificamente o Pronto-socorro. Novamente, a morte de uma penapolense repercutiu na Câmara e a qualidade dos serviços prestados à comunidade foi questionada. Afinal, a culpa é de quem? Será que é do paciente, que entra de um jeito e saiu no ataúde? Ou será que esses óbitos podem ser vistos como “pontos fora da curva”? – como se diz no jargão popular. É interessante notar que o Legislativo é a caixa de ressonância dessa problemática toda, entretanto, quando foi solicitada a criação de uma comissão para investigar o setor, o pedido foi sepultado pelos coveiros eleitos democraticamente pelos cidadãos que agora clamam por soluções no setor.

 

Vociferações

E agora José, a culpa é de quem? Quando o Pronto-socorro era público, ou seja, conduzido pela administração municipal, havia problemas, mas será que eram da envergadura dos atuais? Com a voz, os nobres vereadores que gostam de vociferar e perseguir patos e felinos. Sendo assim, quem vai pagar o pato no final das contas? Pelo visto, o custo recairá sobre os bolsos da população, principalmente daqueles que deram 17 mil votos para que o atual gestor continuasse a chefiar o Executivo Municipal e, de quebra, escolheram os ocupantes da Câmara que, semanalmente, se encontram na sala Pereira Filho. Mas, como diz o velho adágio: “agora Inês já é morta” e resta, em muitos casos, a lamentação ou a manifestação, mesmo que o atual mandatário vocifere aqui e ali no afã de justificar ações que atingem diretamente os servidores públicos municipais.

 

Pediatria

O zum-zum na cidade na semana que se esvaiu na noite de ontem era um só: a entrevista que o secretário municipal de Saúde concedeu a uma emissora de televisão regional. Entre tantas coisas relevantes, o assessor informou que não está previsto no contrato de cogestão, ou melhor, privatização do Pronto-socorro, a contratação de um médico pediatra. Se isso é fato – e olha que não é a opinião deste colunista, mas sim informação dada pelo homem forte do atual prefeito para assuntos de saúde -, então o acordo firmado entre as partes é nefasto para a população e deve ser interrompido imediatamente. É inaceitável que o PS, quase que municipal, não tenha um profissional destinado às crianças! Pode até se dizer que antes não se tinha, contudo, se a parceira foi firmada visando à melhoria dos serviços prestados à comunidade, significa que o problema outrora apresentado tivesse que ser sanado.

 

Objetividade

Bom, mas ai já não é com este que vos escreve meus caros leitores e sim com as autoridades competentes, isto é, o Ministério Público – que está de olho faz tempo nessa peleja -, o Judiciário que foi provocado pelo Sindicato dos Servidores que já havia apontado alguns questionamentos sobre supostas irregularidades, que agora, depois da entrevista do secretário, fica claro que a parceria não contempla algumas coisas, justamente porque a gestora visa lucro, então, precisa gastar pouco ou quase nada e, quem sabe isso implica em não disponibilizar um médico pediatra para o Pronto-socorro. Essa foi uma das gritas que as redes sociais registraram na semana, inclusive indicando que para o filho do rico, o pediatra e, ao filho do pobre, o ataúde. Todos os cidadãos pagam impostos, portanto, independentemente da condição socioeconômica do indivíduo, todos devem receber o mesmo tratamento. Por hoje é só pessoal, na próxima semana pretendo tratar de um assunto que promete ser o novo calvário do grupo que ocupa o principal assento no Executivo Municipal. Trata-se de uma ação movida pelo Ministério Público que tem como alvo a Emurpe e a contratação de uma empresa para a prestação de um tipo específico de serviço. A peleja se encontra no fato de que a contratação não seguiu, segundo a Promotoria Pública, as regras estabelecidas pela Lei das Licitações [Lei 8.666, 21 de junho de 1993 – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm). E-mail: gilcriticapontual@gmail.com; gildassociais@bol.comn.br. www.criticapontual.com.br.

 

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