Olhar Crítico

Vírgula

Para que serve a vírgula? Eis a pergunta desta manhã de terça-feira, especial, pois me dirijo aos internautas na condição de indignado por mais uma pérola que os nossos vereadores produziram na sessão ordinária de ontem na Câmara Municipal. Pelo menos é assim que observam alguns agentes políticos de nossa cidade, pois ser político não significa ter interesse em cargos no Legislativo ou no Executivo, cujos assentos estarão à disposição dos eleitores e não dos candidatos a partir de outubro, isso se já não o estiverem! Explico: o posto de prefeito, seus asseclas diretos e dos apaniguados na Câmara não pertencem aos seus atuais signatários, mas ao cidadão que detêm o poder de fato e isso não é este colunista quem está vos dizendo por meio de um mantra ideológico, e sim a letra fria da lei e o pleno exercício da cidadania.

 

Trio de ferro

Senão vejamos: ao que tudo está indicando, os atuais legisladores, com exceção do trio de ferro, ou seja, os vereadores Ricardinho Castilho (PV), Luiz Alves de Oliveira (PSDB) ou quase isso e o também tucano, Francisco José Mendes, “Tiquinho”, optaram por criar mais despesas para a atual administração, mesmo em tempo de choro e mais lágrimas administrativas por conta da crise financeira que assola o país. O Tribunal de Justiça apontou irregularidades nos cargos diretivos do Daep (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) que emprestou R$ 600 mil à prefeitura; a EMURPE (Empresa Municipal de Urbanização de Penápolis) que vive de repasse do Executivo local e as contas nunca fecham e para a Procuradoria Jurídica do Município que já tem advogados concursados e poderiam exercer o ofício.

 

Fim do expediente

Não sou douto quando o assunto é a letra fria da lei, mesmo sendo considerado, por muitos, um singelo “goteira”, contudo, dá para entender que se estamos no final de uma gestão, para lá de complexa em diversos campos, conforme já venho aventando aqui há algum tempo e, a indicativa do Tribunal de Contas do Estado e mais as ações que pululam no Ministério Público dão conta dessas abordagens, bem que o atual prefeito poderia economizar esse dinheirinho para os cofres municipais. Todavia, ao que os vetores indicam, o caminho foi diferente e contou com a anuência de uma dezena de vereadores na Câmara. Mas ai já não é com este colunista que vos escreve caros internautas, mas com vós que detêm o poder de veto em outubro. Tem muitos desses legisladores que estão apresentando projetos populistas, megalomaníacos e itinerantes que se escudam no desejo de obterem os vossos votos-consciências. Sendo assim, deixo com vocês o “poder” de auxiliar Penápolis a ser diferente do retratado nos últimos 11 anos.

 

Mosqueteiros

Mas deixando a Câmara com seus respectivos legisladores, ou simplesmente uma chancelaria do atual chefe do Executivo e indo para o mundo literário, pois como dizia Friedrich Nietzsche quando o poeta compõe uma ode é porque tem alguns exemplos em torno de si mesmo, penso que seria interessante vislumbrar como o escritor francês Alexandre Dumas (1802-1870) escreveria o seu clássico Os três mosqueteiros – li ainda na minha adolescência – que saiu inicialmente em folhetim no jornal Le Siècle de março a julho de1844. Se levar em conta o trio de ferro na Câmara, acho que teria que encontrar o mosqueteiro que formaria o quarteto composto por Athos, Porthos e Aramis, ou seja, quem seria o  D’Artagnan do legislativo local que salvaria o reino Maria-chiquense das sanhas do cardeal Richelieu? Contudo, vamos legar ao universo ficcional a capacidade de responder essas perguntas e voltemos nossas atenções para o concreto e o presente da política local.

 

Ladainha

Antes de imaginar-me num confessionário, internautas amigos, confesso-vos que ainda não compreendi o rosário de lamentações que o chefe do Executivo apresentou em sua coluna Jogo Aberto publicado no último dia 03 de fevereiro, portanto, início deste mês carnavalesco quando o reinado momesco foi cancelado por conta do mosquito, da saúde ou sei lá mais quais foram as justificativas apresentadas, talvez a falta de recursos, mas ai é outra história, portanto fiquemos com o mantra entoado no aforisma “Sem Milagres”. Não vou repetir o receituário que lá está publicado, pois seria reafirmar as admoestações, entretanto, posso ficar com a pulga atrás da orelha quando o alcaide joga tudo nas costas da crise econômica, mas manda um projetinho de lei criando três cargos que poderiam nem existir na estrutura administrativa, já que se está em tempos de guerra e quando o momento é esse, é alvissareiro mostrar para a dona de casa como se economiza e não fazendo proselitismo com seus séquitos. Mas fazer o quê quando se tem uma chancelaria que vaticina tudo?

 

Contradições

Voltarei a essa temática em breve! Para o momento é importante ressaltar que nos mesmos aforismas daquele dia, o chefe do Executivo contradiz a própria informação de que teria conseguido uma suposta vila do esporte. Nas próprias linhas, ele aponta que é uma indicação, portanto, nada de verídico ou coisa que o valha como a concretude do feito, mas dado como certo. Sendo assim, pode ser apenas foguetórios especulativos buscando ter o seu nome sufragado nas urnas em outubro, isso se a hermenêutica conseguir colocar uma vírgula política em outro lugar. Eis ai um dos motivos do primeiro aforisma de hoje. Para não dizerem se tratar de aleivosias deste colunista, reproduzirei a nota que me colocou interpelações que continuam gritando em meus ouvidos.

 

Verborragias e verbos

“Pretendemos, quando efetivado o convênio com o Governo Federal [prestem atenção caros internautas no verbo que abre a oração – “pretendemos” – ou seja, nada mais é do que o vir a ser kantiano, isto é, o homem nunca é, mas será sempre num amanhã respaldado por um ontem que é o tempo da escrita que o prefeito anunciou-vos] a Vila do Esporte na região do Pereirinha”. Trecho significativo atrelado ao desejo da população a partir do Orçamento Participativo – até ai nada de mais, pois o povo está pedindo, quando devia cobrar como reza os preceitos constitucionais e a cidadania. Mas como sempre tem um herói… o tal do Prometeu, eis que ele aparece completando o verbo que está no presente do indicativo, todavia, não aponta realização no hoje. O Ministro George Hilton que estava na chácara do suplemente de Deputado Gilmar Gimenes  – aquele mesmo que não foi eleito em Penápolis e o prefeito deu um pito nos eleitores – “nos prometeu ainda acelerar a implantação de 5 unidades do PELC (Programa Esporte e Lazer na Cidade) que deverão atender mais de duas mil pessoas em 5 regiões diferentes do município”.

 

Prometeu e promessas

Até ai nada de mais, pois em se tratando de ano eleitoral, Prometeu desce da árvore em que está acorrentado e promete dar esperança ao povo cansado de ser explorado pela classe política, entretanto, como cumprir tais compromissos se está se em crise econômica, conforme o mantra do prefeito? E como fica a grande quantidade de indivíduos envolvidos com o mundo do tráfico de drogas? Talvez se devesse pedir a eles que esperem as águas baixarem como nos tempos de Noé e o pássaro traga o galho verde indicando que podem sair da barca da miséria em que estão! A miséria não é só econômica, mas por falta de projetos sociais que não apareceram nos últimos 11 anos e, se a situação permanecer a mesma, todos continuarão assistindo da janela a cerimônia do chá das cinco e a vociferação de que se fez e se fará mais, mas para isso é preciso acreditar no Prometeu acorrentado à ideologia populista de líderes farisaicos que só vêm a si e o poder que querem atingir. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br, social@criticapontual.com.brwww.criticapontual.com.br.

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