Olhar Crítico

Terceirização

Parece-me que a história da terceirização de determinados setores da área de saúde aqui em Penápolis tem causado um zum-zum e dos grandes e com tendência a aumentar, pois a Câmara de Vereadores com o voto de minerva de um integrante do PSD – partido que faz oposição ao prefeito no legislativo – aprovou o que para muitos, seria um processo de privatização municipal dos serviços essenciais à comunidade. Por outro lado, há os partidários do arauto dos peessedebistas local que acreditam que haverá econômica aos cofres públicos. De qualquer forma, novamente os vereadores votam com grupos de interesses capitalistas em detrimento dos anseios da coletividade e isso fica evidente nessa privatização estatizante, já que a terceirizada tenderá reduzir custos em busca de lucratividade. Pelo menos eu observo assim!

 

Reforma

Embora não seja douto nessa matéria, mesmo sendo cidadão de fato e de direito, acredito que se a questão é essa, isto é, economia aos cofres públicos, por que não se faz a reforma administrativa? Nesse sentido, acredito que deve haver um trabalho elaborado nos primórdios da gestão do petista João Luís e se isso é fato, então é só executar as determinações contidas naquele estudo. Mas por que será que, entra governo e sai governo, nenhum titular do ofício de prefeito quer colocar a mão nessa cumbuca, optando pelo caminho mais fácil que a gestar externamente o dinheiro que é repassado, ao que tudo leva a crer, pela prefeitura à Santa Casa? Será que fazer uma reforma administra custa tão caro assim? Talvez sim, mas não do ponto de vista econômico, mas, sobretudo do ponto de vista político, já que modificar o organograma da gestão pública significa cortar cargos de confiança nos primeiros, segundos e terceiros escalões, mas ninguém quer alterar o jeito que a banda toca, preferindo deslocar a culpa pela inoperância político-administrativa no sistema como um todo, como se este existisse sem a ingerência do homem.

Administrar

Existem aqueles que discordam, entretanto, imagino que uma prefeitura deva ser administrada como se fosse uma empresa privada, sem, no entanto, perseguir alucinadamente o lucro, até porque se um órgão público, cuja renda é aferida junto à coletividade, conseguir ter dinheiro em caixa, isso significa investimentos futuros. É possível fazer isso? Creio que sim, já que uma família, ao perceber que as receitas não estão crescendo na mesma proporção das despesas, entende que alguma coisa precisa ser feita e urgente para reequilibrar a situação financeira de todos. Desta forma, talvez observar quais despesas podem ser cortadas e, no caso do poder público, os cortes podem ser feitos nos chamados cargos de primeiro escalão, mas ai ninguém quer mexer, já que esse território é sagrado e guardado a sete chaves pelos sete cavaleiros do apocalipse em caráter perpétuo por se tratar de moeda de troca eleitoral. “Você é meu amigo, subiu em meu palanque, me ajudou a incutir promessas farisaicas na mente do eleitorado, então merece um cargo! Qual a secretaria quer?”, eis o diálogo de um gestor com um integrante de seu séquito de bajuladores.

 

Literatura

A relação entre rei e seu grupo de ministros externada no final do aforisma acima pode ser encontrada em determinado ponto da enunciação que compõe o romance Incidente em Antares, de Érico Verissimo (1905-1975). Se o enredo ficcional imita o real, então é possível vislumbrar que tal prática continua dando as cartas em nossa sociedade concreta, e o que é pior, com o aval do eleitorado crente que a situação melhorará, já que os Executivos e seus respectivos ocupantes farão milagres e transformarão números que indicam o crescimento das despesas em dados positivos, sem, no entanto, lançar mão de uma engenharia financeira, apostando tudo na geologia – pressão e tempo, ou seja, o povo pressiona, a exemplo da água que bate em pedra dura até que fura, um dia verá o almejado concretizado. Mas enquanto esse dia não chega, muitas promessas são feitas e desfeitas em sucessivos anos eleitorais.

 

Transformações

Desta forma, me parece que somente com uma profunda reforma administrativa será possível vislumbrar uma prefeitura enxuta, com uma burocracia operante, como era o escopo do Ministério da Reforma Administrativa criado no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Creio que, assim como a propalada municipalização do trânsito, a reforma administrativa nada mais é do que “para inglês ver”, como se diz no jargão popular e originário de leis que o Brasil Monárquico Oitocentista criava para dizer aos britânicos que estava adotando medidas para exterminar a escravidão, mas que na prática, tais legislações eram inócuas. Ontem como hoje, se tem muitos artigos, §§s, incisos, alíneas, aqui e ali que não funcionam, justamente pela ausência de vontade dos agentes públicos. A LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) é uma e a chamada Lei da Ficha Limpa é outra que, em sua face escrita, recebeu uma saraivada de excrementos de pombo tamanha a quantidade de políticos sentenciados em segunda instância que estão ou voltaram aos cargos graças a canetadas e malabarismo hermenêuticos do mundo jurídico.

 

Segurança

O Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) de Penápolis promove a partir das 9h desta terça-feira, 22 de agosto, na sala de reuniões da Pamplona – usina de negócios – seu encontro mensal. Na pauta, entre outros assuntos, está a análise e apreciação dos índices infracionais e criminais na cidade de Penápolis do primeiro semestre deste ano. Haverá ainda a reorganização da estrutura e funcionamento do Conseg local dentro do que determina a lei e o regimento dos Consegs. Outro item da pauta da reunião é a preparação para eleições internas do Conselho Comunitário de Segurança.

 

Participação

Parece-me que essa é uma grande oportunidade a todos aqueles penapolenses que almejam trabalhar em prol da comunidade. Como sempre tenho dito a muitos leitores dos meus aforismas, a participação nos conselhos comunitários é significativa, mesmo sem receber um quantum se quer de reais, levando sempre em conta que as questões da população podem ter um encaminhamento diferente daqueles que acabam chegando aos novos vereadores que não escondem a tendência de votar sempre com determinados grupos, mas ai é outra questão.

 

Saúde

No próximo dia, 26 de agosto, em seu campus, a FAP (Faculdade Penápolis) – [antiga FASSP] – onde funcionam os cursos de Enfermagem, Fisioterapia e Pedagogia – realizará a campanha Doe Sangue, Doe Vida. O evento, que transcorrerá entre às 9h e às 12h daquele sábado, é uma excelente oportunidade para que os cidadãos façam gestos que podem significar muito para quem recebe e dignifica o doador que pode aproveitar o momento e conhecer as instalações desta unidade da área de saúde que realiza o seu vestibular de inverno. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br; social@criticapontual.com.br; gilcriticapontual@gmail.com. www.criticapontual.com.br.

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