Olhar Crítico

Paz

Começo os meus olhares neste domingo tratando de um tema que, em linhas gerais, pode não dizer respeito diretamente ao universo local, entretanto, num momento em que o mundo está ardendo, cujas chamas são provocadas pela intolerância racial, religiosa, política e ideológica – já que muitos defensores dum tipo de neopopulismo escudado num bolivarismo atroz se acham os donos da verdade querendo fazer com que os demais pares acreditem apenas numa rua de mão única para se encontrar a saída das mazelas sociais do presente – me parece que se faz necessário um movimento em prol da paz de forma totalizante. A problemática envolve o geral e o particular e, neste ponto, quem lida diretamente com adolescentes e jovens sabe das dificuldades de se equacionar questões relativas ao universo do consumo desenfreado e a qualquer custo, entre outros aspectos da vida privada. Tendo isso como premissa é que destaco a realização no próximo domingo, 31 de julho, do festival da juventude pela paz que ocorrerá em diversos lugares do Brasil. Outras informações podem ser obtidas no site http://www.juventudepelapaz.org/.

 

Literatura

Um dos grandes problemas que os educadores e escritores encontram em seu cotidiano é a ausência de um público leitor. Como nos diz Marcel Proust num pequeno livro dedicado a esse universo, a leitura significativa, pois abre portas que nos possibilitarão a compreensão do mundo e também ajuda o indivíduo a fazer excelente viagem. Desta forma, ler Cora Coralina, Clarice Lispector não tem nada de enfadonho, assim como percorrer as páginas compostas por Guimarães Rosa e Graciliano Ramos e o seu Vidas Secas, me parece uma atividade saborosa, mesmo porque a cachorra Baleia – narradora rosiana – estava prestes a ser devorada pelos seus donos – assombrados pela fome e seca nordestina – quando consegue capturar um preá. Todavia é preciso ter claro que um público leitor não se forma na adolescência, mas sim na infância quando a criança tende a repetir os hábitos dos adultos. Portanto, pais leiam para os seus filhos e eles se transformarão em adultos leitores e não tão intolerantes quando o assunto for religião, política e etnia – três setores complexos na contemporaneidade.

 

Autorretrato

Para não cansar os leitores dos meus aforismas dominicais, mais um pouquinho do mundo das letras em consonância com a nossa realidade social caótica, na qual seres humanos se engalfinham para estarem no topo da montanha como se esse fosse o objetivo primordial da existência, ou seja, chegar ao poder – nem que para isso precise fazer o “diabo” como disse certa vez uma líder política que está na iminência de perder o seu trono na Capital Federal – recomendo a leitura do livro de Oscar Wilde (1854-1900): O retrato de Dorian Gray. Por que a indicação? Porque nessa fábula, o autor aborda o acordo firmado entre um cientista que buscava fama e a vida eterna e as forças maléficas, entretanto, para que o acordo entrasse em vigor foi preciso que o humano pintasse seu autorretrato que envelheceria. A questão singela é a ideia de pintar um autorretrato, isto é, a sua imagem e semelhança.

 

Pedra no caminho

Deixando o escritor irlandês para outra ocasião, concentro minhas observações no poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade e seu célebre poema: No meio do caminho. Os versos, que são encontrados no livro Antologia poética, podem retratar a situação de vários políticos de Penápolis. Senão vejamos: “No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/tinha uma pedra/no meio do caminho tinha uma pedra”. Resta saber quais são essas pedras: Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Tribunal de Justiça de São Paulo ou outros tribunais que, às vezes, amedrontam mais, por exemplo, aqueles formados pelas urnas eleitorais. Na dúvida, diante da possibilidade de ver o nome rechaçado pelo eleitorado com consciência política, o melhor a fazer é apadrinhar outros que assumem a missão de se reconstruir a legenda, enxovalhada no plano nacional por uma elite partidária que se apropriou da agremiação como se fosse algo privado e, de acordo com os ventos que sobram da capital candango, a corrupção tornou-se endêmica. Mas ai é outra coisa!

 

Justificativas

Como na última coluna fiz menção a um problema apontado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) de São Paulo, sobre as supostas irregularidades praticadas pela atual administração no que diz respeito ao serviço de limpeza e capinação que rendeu multa ao atual prefeito, acho significativo voltar à temática, mesmo porque o Executivo deu sua versão e foi publicada em um jornal regional. Na justificativa do Paço Municipal, os valores apontados pelo TCE estariam equivocados, quando o certo seria 98% inferior ao apontado pelo tribunal. Até ai tudo bem, mas ainda faltou explicar porque a execução dos trabalhos não contou com a fiscalização de servidores da administração municipal. Mas deixemos essa luta hercúlea entre o atual alcaide, os membros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo – órgão colegiado para fins da hermenêutica que está por trás da ficha limpa – e os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – cujas sentenças servem para o cumprimento de dispositivos da lei 64/90 -, para outro momento e ingressemos noutro campo da seara política: as eleições que se avizinham!

 

Acenos

Até bem pouco tempo atrás, muitos dos vereadores que hoje apertam as mãos dos transeuntes e faltando até cumprimentar postes nas ruas e avenidas da cidade – “bom dia, boa parte, meu nome é Pedro Malazartes” -, ficavam encastelados em suas masmorras politiqueiras, firmando acordos aqui e ali. Contudo, bastou a corrida eleitoral começar para que essas mercadorias políticas se apresentassem ao cidadão. Muitos cumprimentam por questão de educação, ou até mesmo por cordialidade, mas basta o “produto” seguir o seu destino, que os comentários são propalados aos borbotões. Existem aqueles que já dizem logo, ao postulante a continuar num dos 13 assentos no legislativo, “pode tirar o cavalo da chuva” – como se diz no jargão popular – o voto dele não terá e ainda apresenta um rosário de justificativas para o rechaço ao nome, inclusive pelos votos sempre contrários aos interesses da população que foram dados durante o mandato deste que quer continuar a receber R$ 4mil mensais. Por hoje é só, na próxima semana, quem sabe já abordarei os nomes oficiais daqueles que tentarão – primeiro – conseguir o registro de suas candidaturas ao cargo máximo da cidade, e depois o voto-consciência do penapolense. E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br, social@criticapontual.com.br. www.criticapontual.com.br.

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