Olhar Crítico

Economia

Começo meus olhares dominicais a partir de uma abordagem feita pelo economista e professor André Lara Resende em seu livro Consenso e contrassenso: por uma economia não dogmática [São Paulo: Portfolio-Penguin, 2020, p. 51]. Segundo ele, “os bancos emprestam quando as taxas de juros e o risco de crédito são percebidos como favoráveis”. Interessante colocação quando acrescentamos a sequência da enunciação do autor. “Para expandir seus empréstimos, os bancos não dependem da captação de depósitos de poupadores, vão simplesmente ao banco central para financiar a necessidade de reservas que a expansão de crédito exige. É o otimismo dos investidores e a confiança dos bancos que expande o crédito e o investimento privado, não a disponibilidade de poupança. O limite à expansão do crédito não é financeiro, não é a existência de poupança e de depósitos do público, mas sim a capacidade instalada. A expansão do crédito estimula a demanda, que, se excessiva, pode pressionar a capacidade instalada, provocar déficits no balanço de pagamentos e inflação. Justamente por causa do limite de oferta da economia, há uma disputa de espaço entre a expansão monetária pública e a expansão monetária privada”.

 

Meio-circulante

Não sei vocês, caros leitores, mas aqui do meu canto da escrita, creio que o ponto de vista apresentado pelo economista, que atuou na construção do Plano Real lá em meados dos anos 90 do século passado, nos auxilia a refletir e em muito sobre as questões econômicas de nossos tempos. É interessante ressaltar nesse aforisma quase que crítico, como já tinha feito em momento posterior, a distinção entre o substantivo emprego e o verbo empregar. Com a tecnologia é possível se vislumbrar uma quebra no custo do dinheiro, ou melhor, do papel-moeda, meio-circulante, através do qual o cidadão efetua o pagamento de suas compras e despesas diárias. É interessante analisar a transformação do dinheiro enquanto mercadoria que tem seu valor de produção e circulação descontado do seu valor de face a partir do avanço tecnológico. Não é só a moeda em espécie que começa a deixar de circular, mas todo um sistema concreto e aparato que garante que a mercadoria chegue ao bolso do consumidor final: o trabalhador. Lógico que, juntamente com o desaparecimento do papel-moeda num futuro não muito distante, surgirá outras indústrias para garantir a circulação dos valores e não do dinheiro em si, e aí, entra a questão dos seguros e contratos para garantir as novas formas que o meio circulante terá. Tratarei dessas temáticas em outra oportunidade.

 

Pandemia

Conforme venho aventando aqui, mesmo que as autoridades constituídas tentem, de diversas maneiras, distorcer os problemas provocados pelo vírus Covid-19, ele continua ceifando vidas e trazendo problemas para os cidadãos. Tudo bem que existe vacina, entretanto, não foi estipulado um calendário vacinal, a exemplo do que acontece, por exemplo, com a poliomielite. Meus olhares deste domingo respaldam-se nas informações veiculadas pelo boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde de Penápolis, segundo as quais, a cidade registrou até o momento em que esses aforismas eram confeccionados, 299 mortes provocadas pelo coronavirus. Desse total, 170 são do sexo masculino e 129 mulheres. Há ainda uma redução considerável de mortes no plano nacional, o que é excelente notícia, entretanto, não se pode descuidar, principalmente agora que se sabe haver variantes espalhadas pela Europa e a China ainda vigora o confinamento social de pessoas. Penso que a utilização de máscaras em lugares fechados e com aglomerações de pessoas e o uso de álcool é demasiadamente significativa.

 

Indígenas

Na semana que terminou ontem, o país comemorou três datas importantes: o Dia do Índio [19], Dia de Tiradentes [21] e o Dia do descobrimento da terra de Pindorama, isto é, Brasil [22]. Dessa trinca celebração, a que se evidencia relevância é o da Inconfidência Mineira. Todavia, em meu singelo entendimento, me parece que as três são importantíssimas. A primeira diz respeito aos primeiros habitantes da Terra de Santa Cruz, portanto, por ser os nossos ancestrais, deveriam ser reverenciados, tendo suas filosofias de vida respeitadas, pois como diz o líder indígena Haru Kuntanawa “estamos em um momento crítico no planeta, em que pessoas de todos os continentes, todas as raças e todos os credos estão sendo chamadas a agir coletivamente para restaurar o equilíbrio. […] A Terra exige que coloquemos a natureza de volta ao centro da vida”.

 

Homenagem

Já que as minhas abordagens estão no campo das datas comemorativas da semana que terminou quero parabenizar o comandante da 2.ª Companhia da Polícia Militar em Penápolis, Capitão PM, Fernando da Cunha Bachiega, pelo recebimento da Medalha Tiradentes. A outorga é concedida pela Câmara Municipal da cidade em parceria com o Conseg [Conselho Comunitário de Segurança] do município. Para quem não sabe, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes [1746-1792] é patrono das Policias Militares brasileiras em função deste, a exemplo do que os PMs fazem, não ter se curvado ou ter se deixar intimidar, indicando por isso ser possuidor de um “espírito” de corpo e garra que também é observado nos policiais militares durante suas ações. Desta forma, a outorga concedida ao Capitão Bachiega é de significativa importância pelo trabalho que ele e a corporação vem desempenhando em Penápolis, objetivando sempre a segurança da população local.

 

Amizade

“No trabalho de luto, temos o tempo incomensurável de recolher tudo o que depositamos no objeto amado até reinvestirmos grande parte desse afeto em outras coisas e pessoas. Quando perdemos um amante, paira no ar a possibilidade de encontrarmos um novo amor. Não se trata obviamente de substituição, mas de um papel que poderá ser cumprido por outro. Mas quando se trata de amizade, a questão não se coloca. Relação tão preciosa pela absoluta singularidade, não existe perda de amigo a ser preenchida. Mesmo quando se rompe a relação, paira a impressão de que poderíamos recuperá-la em outra fase da vida, quando o amadurecimento trouxesse seus ganhos” [Vera Iaconelli. Um brinde às amizades. Folha de S. Paulo, 19 de abril de 2022].

 

Falecimento

A semana que terminou ontem também registrou o falecimento do ex-bancário e político Afrânio Anhesini. Poderia escrever aqui muitas coisas sobre essa pessoa, cidadão de significativas qualidades e excelente pai, marido e político e ainda assim, correria o risco de deixar escapar algo. Então, para o momento, digo apenas que o Grande Arquiteto o quis para desempenhar outras atividades nas hostes celestiais, deixando aqui saudosos todos aqueles que conviveram, muito ou pouco, com Afrânio. Sendo assim, externo aqui aos familiares dele os meus pesares. É isso. Por hoje é só pessoal. Quem sabe na próxima coluna abordo questões alusivas às esferas públicas e privadas e algumas teses defendidas por determinados vereadores locais. E-mail: gilcriticapontual@gmail.com, d.gilberto20@yahoo.com,   www.criticapontual.com.br.

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