Olhar Crítico

Pandemia

Ao contrário do que muitos pensam e desejam, a questão pandêmica, ao que tudo indica, está longe de deixar esse status para se transformar em mercadoria a ser revendida nos mais diversos palanques que até outubro se espalharão pelo Brasil afora. Meu olhar deste domingo se escuda numa das mais diversas informações correntes no país. No caso aqui, a abordagem é a Terra de Maria Chica, onde, de acordo com os dados que constam no último Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, a cidade registrou mais dois casos de óbitos provocados pelo vírus Covid-19, sendo assim, 298 penapolenses perderam a vida desde que a pandemia começou há dois anos. Acrescente-se a essas informações, o fato de que 18 pessoas foram contaminadas pelo vírus na última semana.

 

Variantes

E, ao que tudo indica, o país já registrou, pelo menos até o momento em que essas linhas eram confeccionadas, o primeiro caso da ômicron XE que pode ter um poder maior de transmissão. Essa subvariante da Covid-19, de acordo com informações do Ministério da Saúde, apareceu pela primeira vez no Reino Unido e é a junção das variantes BA.1 e BA.2. Embora o Brasil caminha rapidamente no universo da vacinação, todo cuidado é pouco, portanto a prudência sempre indica que é cedo para tentar transformar, por interesses políticos, a pandemia em endemia. O momento exige de todos os brasileiros, já que as autoridades governamentais – pelo que parece – estão apenas interessadas nos pleitos de outubro. Desta forma, crê-se que o indivíduo tenha sensibilidade e permaneça, mesmo que não há um decreto obrigando, usando máscaras – pelo menos em ambientes com aglomerações – e álcool gel. Parece-me que o difícil aqui é pensar no outro, principalmente em tempos do egocratismo e de seu irmão gêmeo: o autocracismo!

 

Política 

O mundo da política é mesmo dinâmico. Hoje pode estar ensolarado, para no instante seguinte vir uma nuvem e mandar a luz natural aguardar um pouquinho, pois a população de determinado espaço geográfico deverá, mesmo que por alguns minutos, contemplar às águas que surgirão do alto, para alegria, principalmente das plantações. Mas deixando o universo botânico e pluviométrico para outro momento, fiquei cá com os meus olhares atentos por conta da saída do empresário Fabio Ferracini do panteão dos secretários do atual prefeito Caíque Rossi (PSD). Como é de notório conhecimento de todos os habitantes da Terra de Maria Chica, Fabinho, como é conhecido entre os seus pares, irmãos e demais conhecidos, deixou o governo para se colocar à disposição das cidades da comarca nas próximas eleições visando uma vaga na Assembleia Paulista. Interessante notar que o pré-candidato por Penápolis será oficializado como candidato ou não depois das convenções partidárias. De qualquer forma, é um penapolense que, em sendo confirmado como postulante e angariar votos suficientes, defenderá os interesses de nossa “Princesa da Noroeste”. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos dessa eleição quase que geral.

 

Baixa

Outra baixa na assessoria do atual mandatário é a do cientista político Thiago Mazucato. Ele deixou a Secretaria de Governo para alçar outros voos por esse mundão aí. Claro que, conforme noticiou esse jornal, saiu do governo, mas não deixou a política, o que me faz pensar num trocadilho a partir de Getúlio Vargas. O ex-presidente deixou a vida pública e a orgânica para figurar as hostes históricas deste país. Como todos sabem, o eterno petebista cometeu suicídio e, se a memória não me falhe, foi no dia 24 de agosto de 1954. Inclusive há um romance, de valor considerável, intitulado Agosto [SP: Companhia das Letras, 1993], de autoria de Rubem Fonseca (1925-2020). Mas voltando ao caso do presente, como Mazucato havia informado recentemente em suas redes sociais, estará cursando o seu pós-doutoramento em Ciências Sociais na FCL (Faculdade de Ciências Letras), campus da UNESP em Araraquara. Aliás será na mesma instituição em que defendeu recentemente sua tese de doutoramento. Para quem não sabe, ele é autor do livro Ideologia e utopia de Karl Mannheim – o autor e a obra [São Paulo: Ideias e Letras, 2014].

 

Eleições

Parece-me que além dessa investida em sua formação acadêmica, o cientista social mergulhará de cabeça na pré e posteriormente candidatura de Ferracini, objetivando uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Se isso se confirmar, é preciso ter em mente as pautas que os ex-secretários vão apresentar à sociedade penapolense e das cidades da comarca. Fico cá com uma questão: será que o postulante dialogará com os professores de Penápolis, defendendo as pautas importantes para a categoria, que no meu entender, é uma das mais aviltadas de nossa sociedade mesmo que esta saiba que para qualquer outro exercício profissional, o indivíduo precisa passar pelas salas de aulas estando sob a tutela de um mestre – como éramos chamados nos tempos em que havia respeito ao educador. Hoje como todos sabem, o docente precisa enfrentar de tudo dentro de uma sala de aula se quiser, minimamente, ajudar o alunato a transformar informação em conhecimento.

 

História

E como abordei a História do Brasil, mais especificamente aquela iniciada na segunda metade do século XX em que o populismo varguista sofreu um forte golpe com a morte de seu mentor: Getúlio Dornelles Vargas (1882-1954), além de indicar a leitura do romance Agosto, de Rubem Fonseca, me parece interessante elencar aqui mais duas obras: a primeira é formada por três volumes confeccionada pelo jornalista Lira Neto e publicado pela Editora Abril, com o título Getúlio. O segundo livro é “Quem matou Vargas” [São Paulo: Planeta, 2004], que reúne vários textos escritos pelo jornalista Carlos Heitor Cony (1926-2018). Claro, meus caros leitores, que a bibliografia sobre Vargas, desde os seus primórdios tempos na política brasileira, é vasta, mas penso que os indicados aqui são significativos para darmos um pontapé inicial nessa singular história do Brasil e de como o populismo ainda dita as regras entre nós. Não se pode esquecer aqui o romance de Erico Verissimo (1905-1975), Incidente em Antares [São Paulo: Companhia das Letras, 2013]. Acho que por hoje é isso, meus caros leitores. Quem sabe no próximo domingo, não trago aqui novidades dos bastidores do mundo político penapolense, como por exemplo, a nomeação do novo secretário de Transito de Penápolis. Será que o policial militar rodoviário aposentado Carlos Martins foi o escolhido para essa empreitada? Ouvi também o canto de um pássaro que dizia haver a possibilidade de a ex-vereadora Ester Sezalpino Mioto, que também é policial militar aposentada, ocupar um posto na assessoria do prefeito Caíque Rossi. Aguardemos, enquanto aproveitamos esse domingo outonal. E-mail: gilcriticapontual@gmail.com, d.gilberto20@yahoo.com,   www.criticapontual.com.br.

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