Olhar Crítico

Presidência

Começo meus olhares deste domingo – dia em que o brasileiro fará manifestação contra o quadro político nacional – parabenizando José Paulo Lopes, que nos próximos 48 meses, ficará a frente da diretoria do Hospital Espírita “João Marchesi” – entidade referenciada quando o assunto é atendimento psiquiátrico. Essa não é a primeira vez que Zé Paulo ocupa a presidência daquela instituição, mas vale destacar o trabalho que todos os filiados da associação vêm fazendo ao longo dos anos, inclusive na construção de um moderno centro de tratamento para pessoas que precisam de acompanhamento específico. Por isso, entendo que a entidade realiza significativo serviço à comunidade, sem nenhum interesse eleitoral e politiqueiro, o que serve de exemplo para muitos arautos de feudos partidários.

 

Civismo

E já que comecei – mesmo de maneira sintética – tratando das manifestações cívicas marcadas para hoje, observo que a “letra fria da lei” – como disse certa vez uma Promotora de Justiça que realizou importante trabalho social na cidade resultando na criação da Associação Unidos pela Vida – deve valer para todos, indistintamente do cargo que ocupou no passado e acalenta transformar-se num novo Getúlio Vargas, nem que para isso, precise fazer pacto com o diabo, a exemplo da personagem principal de O retrato de Dorian Gray – já falei várias vezes aqui deste assunto, portanto, seria tautológico abordá-lo, contudo, fica-se o registro para a posteridade. Neste sentido, vale dizer que não se pode manifestar hoje, buscando-se melhorias no quadro político nacional e em Outubro votar-se nos mesmos figurões das políticas locais e encantadores de sereias homéricas e eleitores sem cidadania.

 

Justiça

Numa clara tentativa de apresentar à sociedade e a classe trabalhadora, a inviabilidade de se conceder reajustes aos servidores municipais – que podem deflagrar uma greve a partir de amanhã – o prefeito divulgou, via assessoria de imprensa e com destaque dado pela mídia local, que a prefeitura está enfrentando ações trabalhistas na ordem de R$ 7 milhões. Portanto, o cofre está vazio diante de tantas questões ajuizadas pelos funcionários públicos. Diante da apresentação que o chefe do Executivo faz, fico com aquele velho adágio: “quem casa com a viúva tem que assumir os filhos”. Trocando em miúdos: há três anos foi propalado que, nas últimas três décadas, o candidato ajudou o povo e, naquele momento eleitoral, era a vez do povo ajudá-lo? Pois bem! As respostas todos já sabem, contudo, mesmo tendo 36% de eleitores crentes que este seria um bom prefeito, crê que se reduziu a rejeição, que era na casa dos 64%. Entretanto, informações extraoficiais, que chegaram até este colunista, dão conta que o rechaço ao atual mandatário penapolense só cresceu e tende a aumentar quando o termômetro for a insatisfação dos servidores públicos municipais.

 

Concurso

Mesmo murmurando dificuldades financeiras para a não concessão de reajuste salarial aos trabalhadores da administração municipal, o gestor público – como ele mesmo gosta de ser chamado – abriu procedimento para contratar uma empresa objetivando a realização de concurso público. Confesso-te, meu caro leitor, que ainda não entendi direito essa questão! Primeiro, conforme determina a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) quando o orçamento está no teto no que diz respeito aos gastos com folha de pagamento, o prefeito deve fazer de tudo para equilibrar as contas. Não me consta que esse tal ajuste seja feito com a realização de mais concurso público, contratando empresa para fazer o certame. Desta forma, registro a minha incompreensão, mesmo porque essa informação, segundo consta, até o momento em que está coluna era composta, se encontrava no site da prefeitura.

 

Eleição

Mas por outro lado, pode-se ter outro significado, ou seja, a leitura eleitoral. Explico: conforme a legislação prevê, não se pode realizar concurso público seis meses antes do pleito eletivo. Mais: nem edital deve ser divulgado, portanto, o prazo se encerra em abril. Desta forma, o prefeito quer garantir a publicação de tal edital, todavia, as provas serão realizadas quando? E o caixa municipal, suportará a contratação de novos servidores? Parece-me que as respostas a essas duas interpelações podem levar o cidadão a compreender o sentido de tal concurso, caso ele deixe o mundo do desejo do chefe do Executivo e passe para o universo concreto. Se a memória não estiver me falhando, é vetada a realização de certames seletivos também em até seis meses depois do pleito eleitoral, ou seja, abril de 2017.

 

Panfletário

Enquanto o prefeito rechaça os filhos da viúva, o sindicato prepara sua investida para alcançar o objetivo dos seus filiados: reposição salarial na ordem de 11%. No estilo panfletário e esclarecedor das massas – como dizia Karl Marx -, o SindServPenápolis distribuiu folders contendo informações sobre direito de greve, conforme o artigo 9º da Constituição Federal coadunado com a Lei nº 7.783/89. O texto constitucional diz: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Ai está “a letra fria da lei”. Todavia, o prefeito já disse que usará os meios para evitar que a provável greve prejudique a população. É cônscio que a paralisação não poderá afetar serviços necessários à coletividade e desta forma, o servidor, por meio da sua organização sindical, observará esse quesito.

 

“Roleta russa”

Se por um lado, o prefeito não consegue destravar a “roleta russa” em que se transformou o imbróglio do reajuste dos servidores, por outro, acalenta o sonho de se manter mais quatro anos à frente da municipalidade, mas, caso consiga o objetivo de se candidatar, enfrentará, como já vem ocorrendo, o pleno exercício da cidadania presente na Câmara de Vereadores. O trio de ferro – formado pelos vereadores Ricardinho Castilho, Tiquinho e Professor Luiz – promete novas ações para defender os interesses do povo diante de fatos que evidenciam desvios no exercício do mandato do atual prefeito. O local adequado para isso é a Justiça e o Ministério Público onde pulula uma miríade de denúncias, entre elas a mais famosa das esmeraldas: a grama e a sua medição por metro cúbico e não quadrado.  E nessa toada, o PV ganha mais um forte aliado: o professor Luiz oficializou sua entrada na legenda em evento ocorrido na noite da última sexta-feira.

 

Enquadramento

Por hoje é só pessoal, na próxima coluna tratarei de outros assuntos, como o segundo enquadramento enfrentado pelo presidente da Câmara, Alexandre Gil. Informações dão conta que o seu partido, o PT, e a comissão de ética, chamou-lhe atenção por não ter defendido o arauto do petismo nacional que se vê preso nas malhas da justiça brasileira. Para quem almeja ser prefeito, um pito da legenda mancha a ficha de petista de última viagem. Já imaginaram se os integrantes da comissão de ética fossem os filiados que existiam antes da implosão da legenda no governo do ex-prefeito João Luís dos Santos? Durmam com essa pergunta e acordem com os servidores municipais em greve, ou não, caros leitores! E-mail: gilbertobarsantos@bol.com.br; social@criticapontual.com.br, gilcriticapontual@gmail.com. www.criticapontual.com.br.

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